Se existe uma informação que é comprovada e consolidada pela ciência, esta é sobre os benefícios que a prática regular de exercícios físicos tem no envelhecimento saudável e com qualidade.
Então, a grande maioria da população mundial sabe “de cor e salteado” os motivos pelos quais deve adotar um estilo de vida ativo. Mas cada tipo de exercício físico tem o seu papel neste processo de melhora da qualidade da vida do idoso.
Exercícios aeróbicos
Os chamados “exercícios aeróbicos” caracterizam-se por serem dinâmicos, com contração e relaxamento alternados dos músculos, tendo-se como principais exemplos a caminhada, a corrida, a natação, o ciclismo, a dança.
Estes exercícios promovem o aumento dos batimentos cardíacos por minuto, do fluxo de sangue aos tecidos, da quantidade de ar inspirado/expirado e do gasto de calorias. Portanto, tais tipos de exercícios melhoram o funcionamento dos sistemas cardiocirculatório e respiratório, bem como do metabolismo, gerando maior gasto de gorduras.
Estes sistemas costumam piorar a sua eficiência com a idade, causando maior cansaço nos idosos.
Exercícios de fortalecimento muscular
Existem várias formas de se trabalhar o fortalecimento muscular. Durante muitos anos se acreditou que, para indivíduos idosos, a melhor estratégia seria por meio de exercícios de resistência muscular localizada, isto é, exercícios que utilizassem pouca carga (pesos de baixa quilagem) e um grande número de repetições.
Hoje há vários estudos demonstrando que os idosos têm maiores ganhos com exercícios de “força”, isto é, mais carga e menor número de repetições. Isso acontece, considerando-se que os idosos tendem a diminuir a sua massa muscular, causando fraqueza, desequilíbrio, dores musculares e cansaço excessivo.
Então, à medida em que o exercício de força aumenta mantém a massa muscular, o idoso tem menores chances de sofrer quedas, lesionar-se e tende a cansar menos e manter uma postura corporal mais adequada.
Exercícios de flexibilidade/mobilidade
Com o envelhecimento, especialmente se o indivíduo é sedentário, tende a haver uma maior rigidez articular e tendínea. Isso acontece em virtude do lento reparo tecidual, da diminuição no número de vasos sanguíneos, da maior rigidez da cartilagem articular e da redução na produção de líquido sinovial, que lubrifica as articulações.
Além disso, há a calcificação e ossificação dos ligamentos devido a processos inflamatórios crônicos aos quais os tendões ou ligamentos são submetidos. Com a realização de exercícios de flexibilidade, por meio de mobilizações e alongamentos, melhora-se o fluxo de sangue para a região e se garante uma elasticidade para os tendões, facilitando, ainda, que o líquido sinovial possa lubrificar as articulações.
Com melhor flexibilidade, acidentes domésticos são evitados e dores musculares são reduzidas.
Exercícios de equilíbrio
Devido a problemas como labirintites, tonturas, variações da glicemia e da pressão arterial, que são bem comuns na população idosa, o equilíbrio geral pode ser prejudicado, aumentando o risco de quedas e acidentes domésticos que causem lesões e fraturas.
Além disso, o idoso com estrutura muscular fraca tende a modificar sua postura, o que também pode atrapalhar no seu equilíbrio. Por isso, é bem importante a realização de exercícios que trabalhem o equilíbrio corporal, por meio de deslocamentos, trabalhos unipodais (apoiados em um pé só) e em diferentes superfícies.
Vale destacar que todos estes tipos de exercícios físicos promovem autonomia e aptidão física geral aos idosos, garantindo bons momentos de lazer com família e amigos, viagens, comemorações e disposição.