tecnologia

Um dinâmico resumo da franquia de games Metroid até a chegada do novo título da série

Iuri Patias


Pode até ser clichê, mas não deixa de ser verdade: o valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Prova disso é que os poucos segundos do teaser de Metroid Prime 4, revelado na E3 (principal feira de jogos do mundo) de 2017, foram uma verdadeira montanha russa de sentimentos.

A confirmação do desenvolvimento de Metroid Prime 4 foi uma verdadeira experiência sensorial. Antes da logomarca confirmá-lo, a distinta melodia do primeiro jogo já autorizou os fãs comemorarem a continuação da saga épica da caçadora de recompensas Samus Aran.

Estamos em dezembro de 2018 e, desde então, a Nintendo tem mantido sigilo quase que absoluto sobre o desenvolvimento do título, que, a essa altura, deve ter pelo menos dois anos de produção.

Criado por Gunpei Yokoi em 1986, e lançado para o Nintendinho sob os aplausos da crítica especializada, o primeiro jogo da franquia Metroid foi um sucesso absoluto de vendas no mundo inteiro, tendo chegado perto de alcançar a impressionante marca de três milhões de unidade comercializadas. Não à toa. Metroid revolucionou a forma de se pensar um jogo de plataforma e ação.

Diante do sucesso do primeiro título, não demorou muito para que a Nintendo autorizasse a produção de uma sequência para o mais novo queridinho da empresa, o portátil Game Boy. Foi lá que, em 1991, Samus aterrissou com sua nave espacial para estrelar Metroid II, e posteriormente atingindo um novo nível de qualidade e referência com o também aclamado Super Metroid, para o Super Nintendo, em 1994. No entanto, depois de três games bem sucedidos, a franquia desapareceu sem deixar vestígios, caindo em um sono profundo que durou quase sete anos.

Depois de a Nintendo ensinar a indústria dos games como levar Mario e The Legend of Zelda à terceira dimensão, com duas obras eternamente lembradas como dois dos melhores e mais influentes jogos da história, todos ficamos sem fôlego ao descobrirmos o que a gigante japonesa estava preparando para os fãs de Metroid.

Anunciado com uma demo na extinta feira Nintendo Space World, Metroid Prime, game que levou a franquia Metroid ao gênero FPS (tiro em primeira pessoa), foi um dos grandes títulos do console GameCube.

Diante do enorme sucesso de crítica e público, demorou apenas dois anos para que a Nintendo anunciasse a produção da sequência do título, denominado como Metroid Prime 2: Echoes.

Prime 2 introduziu várias mecânicas distintas do primeiro. A mais relevante repousa no gameplay levemente influenciado por The Legend of Zelda: A Link to the Past, graças à inserção do Light e Dark World, que nada mais é do que a possibilidade em trafegar pelo mesmo mundo, mas por perspectivas distintas. Esse singelo elemento alterou sistematicamente o núcleo do jogo, e trouxe um suspiro de frescor a um título que sequer precisaria dessa novidade para se sustentar.

Finalmente, Metroid Prime 3: Corruption, teve a honra de ser o primeiro jogo original anunciado para o console doméstico de maior sucesso da Nintendo, o Wii. Foi em Prime 3 que a jogabilidade da franquia foi renovada graças ao pointer e o acelerômetro do Wii Remote (o controle de movimento do então novo console).

Apesar de alguns exageros, Corruption provou a eficiência dos inovadores controles do Wii para os jogos de tiro em primeira pessoa. A nova liberdade de mira e movimentação exigiram tiros mais precisos nos combates, e trouxe ainda mais ação à franquia.

Metroid Prime encerrou a sua jornada com a chegada da santíssima trindade, o cidadão Kane dos vídeo-games. Trata-se da coletânea Metroid Prime Trilogy, contendo os três games da série prime, e que foi lançada na forma de uma edição limitada em setembro de 2009, para o Wii.

O pretenso fim da saga Prime marca o início de uma longa e tortuosa história de dor e sofrimento para os fãs, visto que o que estava por vir não fazia jus a todos os títulos da franquia Metroid lançados até então.

Metroid: Other M, lançado para o Wii em 2010, entregou um jogo cinematográfico focado na narrativa, mas que dispensou boa parte dos elementos que vinham sedo adotados pela série até então, à exemplo do gênero de tiro em primeira pessoa.

Other M foi o primeiro jogo da franquia que não foi ovacionado pela crítica especializada. Recebendo singelos 79 pontos no site agregador de notas, Metacritic. O que o deixou muito distante dos impressionantes 97 pontos obtidos por Metroid Prime, dos 92 de Metroid Prime 2 e dos 91 de Metroid Prime 3.

Feita esta breve retrospectiva dos principais jogos da série, desde seu início em 1986, resta prever, a partir daqui, como poderá ser o tão aguardado Metroid Prime 4.

É de se pensar, neste ponto, que a resposta positiva da crítica e do público às reinvenções das franquias Mario e Zelda seriam justificativas para a Nintendo transformar Prime 4 em um jogo de exploração sandbox (de mundo aberto).

Tal tese se justifica, dentre outras séries de fatores, ao fato de que a explosão de vendas que teve o primeiro jogo da série Prime não conseguiu se sustentar em suas sequências. Prime 2 vendeu menos da metade que o título original, e Prime 3, mesmo vendendo melhor que seu antecessor, ainda assim não obteve o êxito esperado, mesmo em uma plataforma com uma base instalada cinco vezes maior (o GameCube disponha de 21 milhões de usuários, ante 101 milhões do Wii)

Seguir os passos das novas fórmulas adotadas por Mario e Zelda, portanto, seria um caminho tentador para trazer a Metroid uma popularidade que a série jamais experimentou até o momento. Até porque, pontua-se, mesmo com vendas expressivas, o público da franquia sempre foi visto como de nicho.

Também não será de se estranhar se Metroid Prime 4 incluir algum modo para dois jogadores, isso porque existe clara tendência para que a Nintendo implemente o multiplayer nos seus títulos, principalmente agora que a empresa quer, declaradamente, estimular as assinaturas do Nintendo Switch Online (plano de assinatura necessário para poder usufruir dos recursos online dos jogos no Nintendo Switch)

Embora não exista nada de mais concreto nesse sentido, a implementação do multiplayer online em Prime 4 preencheria a enorme lacuna ainda existente na Nintendo de um jogo de tiro com um tom mais sério e sombrio, o que destoaria dos principais títulos da companhia japonesa.

Metroid Prime 4 não tem data de lançamento anunciada, e ninguém sabe quando a Nintendo fornecerá novas informações sobre o título. O que se espera é que surpresas sejam compartilhadas ainda no primeiro trimestre do ano que vem, na expectativa de um lançamento para, senão 2019, no mais tardar 2020.

A nossa última coluna do ano ficar por aqui. Desejo aos queridos e queridas leitoras um excelente Natal e um próspero Ano Novo. Em 2019 estaremos de volta.

Forte abraço e bons jogos!

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