cultura

O que pode para o que poderia


Março, ano 2021. Este poderia ser mais um mês dividido entre Verão e Outono, porém o tempo meteorológico tem apresentado outra estação, estranha ao que se esperaria que fosse. Poderia ser um mês de recomeços, com a execução daqueles planos imaginados logo após a virada do ano, e que, após a injeção de energia do Carnaval, finalmente reativam as engrenagens dos acontecimentos. Poderia, simplesmente, ser março, como qualquer outro março, com alguma ou outra tonalidade diferencial. Mas, definitivamente, não é, nem poderia ser.

Este terceiro mês de 2021 trouxe consigo um caminho de provações, perplexidades e silenciamentos diante do que se revela inaudível e inaudito. Contudo, sobreviver pelos nossos não apenas é um instinto e uma necessidade, mas também um ato de amor e respeito pelos que aqui estão e pelos que se foram. Por tanta gente que brilhou e mobilizou multidões com seus dons e ofícios, como a cantora Deborah Rosa (1976-2021), que nos deixou esta semana.

Resistamos a todo custo, pois o que pode ser feito agora é atender a urgência de se viver. Seja quem sobrevive de arte, cultura, educação, comércio ou indústria, nada existiria sem as vidas que movem essas entidades. E nós somos sujeitos de tudo o que está acontecendo, tanto para o melhor quanto para o pior, conforme nossas escolhas.

São muitas responsabilidades, com nós mesmos e com os nossos, mesmo que nenhum dicionário seja suficiente para tantas mensagens pulsantes, à espera de Verões, reencontros e recomeços. Pois que assim seja. Que possa vir a ser. Mas tudo precisa, antes, do que acontece agora e do como pode ser.

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