Jaqueline Silveira

Cenário eleitoral de 2024 já pulsa em Santa Maria

Falta mais de um ano para a eleição que definirá o futuro comandante de Santa Maria, contudo o cenário eleitoral foi antecipado por pré-candidaturas lançadas ou divulgadas, além de alianças alinhavadas, situações inusitadas em partidos e muitas reuniões e conversas entre representantes de legendas. As movimentações se intensificaram entre o final de julho e início de agosto.

 

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Como as negociações e definições estão em velocidade acelerada, é possível que fatos novos tenham ocorrido, enquanto você, leitor/eleitor, lê esta coluna. A seguir, o cenário atual para 2024:


No jogo e de olho no cenário

Nome da preferência de grande parte do MDB santa-mariense, o secretário estadual de Assistência Social, o deputado licenciado Beto Fantinel, observa o cenário. Ele avalia que o jogo no tabuleiro se antecipou com a movimentação das peças, no caso nomes divulgados, mas disse “que tudo a seu tempo”. 


Acrescentou que há problemas a serem solucionados para a população antes do debate eleitoral.
Contudo, Fantinel afirmou que essa antecipação “merece atenção”. E se engana quem pensa que ele está parado. O MDB abriu rodada de reuniões com outros partidos e, nesta sexta-feira (11), ele, inclusive, participou. O atual secretário do governo Eduardo Leite sinalizou uma posição: 


– O centro precisa de uma candidatura que possa dialogar com a cidade, e o MDB não vai se furtar de fazer esse papel!


Marcar posição e com antecedência

Depois de não lançar candidatos em 2020 por decisão da direção nacional, o partido Novo lança – e com antecedência – o pré-candidato Giuseppe Riesgo, ex-deputado estadual. Na noite de quarta-feira (9), junto com filiados, ele, que é atual chefe de gabinete do deputado federal Marcel van Hattem, anunciou a pré-candidatura.

 
Na sexta-feira (11), em entrevista ao Bom Dia, Cidade!, da rádio CDN 93.5 FM, Giuseppe explicou que o lançamento, agora, é para “marcar posição” e porque “já estamos pensado no futuro de Santa Maria”. A partir do anúncio, ele trabalha para viabilizar uma aliança com partidos de “centro-direita”, e o Progressistas é o principal alvo.


Vice com pé no PL. E o PSDB?

Cotado para defender o governo do prefeito Jorge Pozzobom (PSDB) nas urnas no ano que vem, o vice-prefeito Rodrigo Decimo (UB)está com o pé no Partido Liberal (PL), sigla de Jair Bolsonaro, a convite do presidente gaúcho do PL, deputado Giovani Cherini. No encontro regional, sábado passado, em Santa Maria, Decimo foi anunciado já como o pré-candidato a prefeito do PL por Cherini.

 
Como consequência, o PSDB abre mão da cabeça de chapa depois de oito anos no comando da cidade. Essa decisão não teria agradado nada o Palácio Piratini, leia-se governador Eduardo Leite e outros nomes tucanos ao seu entorno. O PSDB administra importantes municípios, porém tem dificuldades em manter candidaturas competitivas, e, no 5º colégio eleitoral do Estado, os tucanos não terão nome de cabeça de chapa. 


E o descontentamento no Piratini teria aumentado com o fato de Decimo concorrer pelo PL, partido que foi o grande opositor de Leite no segundo turno com Onyx Lorenzoni, além de ser a legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro.

 
A cúpula de Decimo gostaria de ter o MDB de aliado na composição da chapa e até sondou o vereador Adelar Vargas, Bolinha, para vice, já que ele tem abrangência na periferia da cidade. Mas o MDB acena que vai partir para carreira solo. Então, o companheiro de chapa do atual vice-prefeito tende a ser do PSDB.


Legenda dividida

O partido, surgido da fusão entre PSL e Democratas, rompeu com o governo Jorge Pozzobom (PSDB) para se alinhar ao PT e apoiar Valdeci Oliveira nas eleições do próximo ano. A aliança entre os dois partidos já está alinhada. 

Para isso, o presidente estadual do UB, deputado federal Luiz Carlos Busato, trouxe paras fileiras da sigla o ex-prefeito e médico José Farret e Marcelo Bisogno, que, depois de 30 anos, deixou o PDT. O ato de filiação das duas lideranças ocorreu na última segunda-feira com a presença do ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta (PT), que costurou aliança, e, claro, de Valdeci.


Já o grupo, que tem o vice-prefeito Rodrigo Decimo e outros nomes do UB, continua na prefeitura e deve sair em breve da sigla, uma vez que está em lado oposto na disputa eleitoral do próximo ano.


Primeira dobradinha formada

O deputado estadual Valdeci Oliveira não admite publicamente que concorrerá à eleição, contudo, tem participado ativamente das principais reuniões de negociações de aliança. E antes de publicamente assumir a pré-candidatura, ele quer ampliar a futura coligação e não contar com o apoio só da federação (PT/PCdoB e PV), que vale por quatro anos, e do União Brasil. 


Na passagem por Santa Maria, o ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta (PT), defendeu buscar o apoio do PDT e PSB, por exemplo, já que são siglas da base de Lula.

 
Independentemente de novos partidos se agregarem, a primeira dobradinha para a eleição do ano que vem está formada. Valdeci e José Farret (UB) têm participado de eventos, especialmente no interior do município com fotos em redes sociais.


Dois vices no União Brasil

O União Brasil vive uma situação inusitada. Por enquanto, tem um grupo na prefeitura e outro que integra a nova comissão provisória alinhada com o PT. Como consequência, tem o médico José Farret como futuro vice do deputado Valdeci Oliveira.  

 
Mas também o vereador Manoel Badke (União Brasil), Maneco, colocou o nome à disposição para concorrer a vice pela “centro-direita”. Farret, na sua visão, é do UB, mas representa a “centro esquerda”. Maneco disse que até março é União Brasil, mês da janela partidária em que o vereador poderá mudar de legenda sem correr risco de perder o mandato. 


E isso deve acontecer, já que a nova comissão provisória já está comprometida com o PT.


Bloco da direita  

Trabalham nomes para candidatura própria, partidos de direita e centro-direita fizeram uma reunião, na noite da última segunda-feira (7), articulada pelo presidente do Progressistas, vereador Pablo Pacheco, e pelo agora pré-candidato a prefeito Guiseppe Riesgo (Novo). 

 
No encontro, ocorreu um consenso mais do que uma novidade. O bloco irá se unir em um eventual segundo turno contra a esquerda, no caso Valdeci Oliveira (PT). No primeiro turno, a especulação nos bastidores é de que haverá “três frentes”, que seriam Beto Fantinel (MDB), Giuseppe Riesgo e Rodrigo Decimo, hoje no União Brasil, mas com futuro no PL.


No grupo da reunião, estavam, além de Guiseppe e Pacheco, o ex-candidato a governador Ricardo Jobim (Novo), o vice-prefeito Rodrigo Decimo; Alexandre Vargas e Getúlio de Vargas, do Republicanos; Ewerton Falk e Marco Mascarenhas, do PL; João Ricardo Vargas e Roberta Leitão, do Progressistas; Tony Oliveira (Podemos), Manoel Badke (UB) e Admar Pozzobom, Givago Ribeiro e Juliano Soares, todos do PSDB.


PDT junta os cacos e articula conversas

O PDT se dividiu devido às divergências internas com a deserdada do grupo de Marcelo Bisogno para o União Brasil. O presidente indicado pela comando estadual, o ex-reitor da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Paulo Burmann, ao mesmo tempo que junta cacos e tenta reorganizar a sigla de Leonel Brizola em Santa Maria, dialoga com outros partidos para viabilizar uma pré-candidatura própria.  

 
Diretor geral da Secretaria de Educação no governo Leite, Burmann é cotado para concorrer ao Executivo. Ele se reuniu com o vereador Tony Oliveira (Podemos), que também mira a prefeitura, para tratar da possível dobradinha com Burmann a prefeito, e Tony, a vice. O ex-reitor conversou, ainda, com PSB e PSD.

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