Foto: Renan Mattos (Diário)
Fui eleito o "atleta" da Redação, já que, volta e meia, estou envolvido em trilhas, escaladas e corridas. Mas, minhas últimas recordações sobre rodas remetem à infância (tive uma Monark e uma Caloi). No dia 4 de agosto, aceitei um desafio. O local escolhido foi o acesso de Santa Maria a Silveira Martins, na ERS-511, seguindo pela popular "Estrada do Kipper". Na companhia do ciclista Pablo Lucatelli, pedalamos quase 20 km em cerca de 1h, com paradas para fotos e vídeos. A proposta era sentir na pele as sensações e dificuldades de andar naquela rodovia.
Vesti roupa apropriada, luvas e capacete - onde estava acoplada uma câmera (Gopro) -, regulei o banco para a minha altura e, depois, me familiarizei com as marchas. Não imaginava que bicicletas de competições tivessem tantos botões.
Já na pista, a primeira dificuldade foi a insegurança. A rodovia, além de estreita, não tem acostamento e há várias pontes também estreitas. Em certo momento, um caminhão "tirou um fininho" de nós. Outro perigo são os tachões colocados na rodovia. Eu quase perdi o equilíbrio ao passar por cima de um. Aliás, por falar em equilíbrio, virei meme na Redação por ter caído da bike. Como estava com a Gopro na cabeça, não poupei olhares para a bela paisagem, o que me fez distrair. Saí da pista e ralei os joelhos na queda. Caí rindo, em câmera lenta, do quão bocó fui, mas me fez refletir: embora o local tenha pouco tráfego de veículos, segundos de desatenção são suficientes para um acidente grave.
A rodovia é feita para os carros, e, naquele ponto, não há queixas quanto à conservação do asfalto e à sinalização no nosso percurso.
O melhor da pedalada foi respirar o ar puro, ouvir os pássaros, observar o sol tímido que teimava em se esconder, a cerração que cobria os morros e as paisagens bucólicas que surgiam. Ovelhas, vacas e galinhas foram vistas mais que pessoas. A velocidade da bike parecia não acompanhar um lugar que parece ter parado no tempo.
Apesar do tombo, da garoa fina, da pouca roupa e do frio, teve também nostalgia, bem-estar e liberdade.
A experiência me fez lembrar de que é possível andar de bicicleta em Santa Maria. Empolguei-me tanto, que, ainda no sábado à noite, ao ir ao supermercado, eu me peguei olhando os preços das bikes.