Exame veterinário confirma intoxicação por mio-mio em cavalos de grupo que conduzia a Chama Crioula em Rosário do Sul

Um exame veterinário confirmou a presença de substâncias relacionadas a planta mio-mio no organismo de 12 cavalos de um grupo que retornava do acendimento da Chama Crioula em Alegrete, na Fronteira Oeste para o Chuí, no sul do Estado. Depois de pararem para descansar na terça-feira (20) em Rosário do Sul, cinco animais amanheceram mortos na última quarta-feira (21) e outros sete estão recebendo atendimento veterinário em uma fazenda do município.

Segundo a Médica Veterinária do caso, Mariana Rodrigues, dos sete animais que estão em tratamento, dois estão com o estado de saúde mais grave, os outros cinco estão fora de perigo. 

- todos permanecerão em tratamento até que estejam em condições clínicas de enfrentar o transporte até os seus locais de origem - explica.

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Para o professor aposentado do Curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), José Osvaldo Jardim, essa intoxicação em equinos é rara. - Os animais tem uma seletividade muito grande para o pastoreio, portanto para que haja a ingestão de mio-mio, são necessárias algumas condições como, estresse intenso, fome e cansaço. Em algumas regiões esse tipo de vegetação pode ser encontrada somente em beira de estrada e corredores de campanha. - afirma

​Ao todo, 50 pessoas, entre cavaleiros e equipe de apoio, divididas entre dois grupos, representaram a 6ª RT no evento em Alegrete. Um grupo está se deslocando até Rio Grande a cavalo e outro estava indo em direção ao Chuí. Devido ao acontecido, os tradicionalistas continuaram a viagem em veículos.

O que é o mio-mio

​De acordo com um estudo publicado pelo curso de Biologia da Universidade Federal de Santa Maria, o mio-mio (foto abaixo) é um arbusto encontrado principalmente nas regiões do sul do Brasil próximas às fronteiras com o Uruguai e a Argentina. As substâncias presentes na planta causam necrose e degeneração dos tecidos estomacais e intestinais dos animais.

Outra planta comum nos campos gaúchos, mas também altamente tóxica para os animais, é a maria-mole. As flores amarelas que colorem os campos são bonitas, mas quando ingeridas pelos bovinos, causam ​seneciose, uma intoxicação fatal.

A maria-mole é a causa mais comum de intoxicação do gado, responsável por mais de 50% das mortes desses animais, segundo a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural.