polêmica

Reunião discute uso do agroquímico que afetou plantações de uvas, maçãs e oliveiras

da redação


Foto: Janio Seeger

A sede da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) sediou reunião entre produtores de culturas que estão sendo afetadas pelo uso do agroquímico 2,4-d. 

O objetivo foi estabelecer um ponto de equilíbrio para a utilização e aplicação terrestre do produto. Um laudo técnico elaborado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural e entregue ao Ministério Público do Estado, apontou que amostras coletadas estavam contaminadas pelo 2,4-d. As principais culturas prejudicadas foram as de uva, de oliveiras e de maçãs. Em janeiro, a Secretaria Estadual da Agricultura concluiu relatório com 69 laudos positivos para a presença do produto em 79 coletas realizadas em 58 propriedades em 23 municípios.

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- Está claro que o problema existe e que precisamos encontrar uma alternativa - destaca o presidente da Farsul, Gedeão Pereira.

O secretário Covatti Filho disse que encaminhou um pedido para a criação de um grupo de trabalho formado por técnicos da área pública, entidades envolvidas e os Ministérios Públicos estadual e federal. 

A sugestão do Ministério Público foi a de regulamentar o uso de todos os agroquímicos, não apenas o 2,4-d. Também ficou definido que o inquérito terá continuidade em Porto Alegre, saindo da Promotoria de Justiça de Bagé, o que não retira a possibilidade de um de consenso entre as partes. Caso não haja acordo o processo será encaminhado para a esfera judicial.

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O diretor do Departamento de Defesa Agropecuária, Antonio Carlos de Quadros Ferreira Neto, disse que a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural irá assumir o papel de liderar os trabalhos, e que os técnicos das cadeias envolvidas serão convidados para uma nova reunião.

CASOS NA REGIÃO
Os parreirais de Jaguari, na sua maioria localizados no Chapadão, 1º distrito do município, já há algum tempo estão sofrendo com a ação do herbicida utilizado como secante em lavouras de soja. O princípio ativo do produto é o 2,4-D - ácido diclorofenoxiacético. 

De acordo com Alexandre Maia, técnico da Cooperativa Agrária São José, que adquire uvas dos produtores para a fabricação de vinho há mais de 80 anos, os herbicidas afetam as folhas, podendo levar a planta à morte. O maior problema enfrentado pelos produtores de uva na localidade do Chapadão é o vapor do herbicidade aplicado na soja que acaba sendo levado pelo vento para as plantações de uva.

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O município tem tradição na produção de vinhos, sucos e uva e tem uma área de cultivo de cerca de 130 hectares. Em 2015, chegou a produzir 1,2 milhão de quilos. No entanto, o número vem caindo a cada safra por incidência do uso do produto aplicado em lavouras mas que é levado pelo vento e acaba atingindo os parreirais.

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