saúde pública

VÍDEO: PS do Husm continua fechado e atendendo com o dobro da capacidade

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Eduardo Ramos (Diário)
Nesta quinta-feira, o fechamento do Pronto-Socorro do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) chega ao oitavo dia e ainda não há previsão de normalizar o funcionamento do local, que seguirá fechado por tempo indeterminado. Conforme foi comunicado pela instituição, a cada 48 horas é feita uma nova avaliação da situação. Para que o atendimento volte ao normal, é preciso que o Estado, responsável pela regulação de leitos, providencie leitos clínicos de retaguarda em hospitais da região.


Por enquanto, o Husm recebe apenas pacientes atendidos pelas ambulâncias do Samu e encaminhados pela regulação em casos de emergência. O taxista Régis Goergeni, 59 anos, é um deles. Após uma queda, ele ficou tetraplégico e precisou ter internado. Em uma maca no corredor desde terça-feira, ele reclama do desconforto.

- Eu não estava esperando vir para ficar. O médico pediu uns exames. Aqui no corredor é ruim, fica desconfortável. Minha esposa tem prótese na perna, e ela precisa me mexer na cama, então é muito ruim. Vamos esperar para ver como fica a situação.

O eletricista João Ademar dos Reis, 62 anos, estava desde terça-feira da semana passada no corredor. Nesta quinta-feira, recebeu alta e pôde voltar para casa. Enquanto calçava os sapatos para ir embora, outros pacientes já esperavam pela maca ocupada por ele. 

- É superlotado, né? Não tem o que fazer. Se sair, perde a vaga. É bem complicado. Nessas macas não tem condições.

Jaqueline da Rosa, 38 anos, chegou nesta quarta-feira com um problema no fígado. Ela aguarda para fazer uma biópsia, sem previsão de alta. 

- A gente precisa ficar, precisa do atendimento, não tem o que fazer. Pelo menos somos muito bem atendidos, são todos muito atenciosos.  

OUTROS FECHAMENTOS 
Não é a primeira vez que o PS fecha as portas. No ano passado, a medida foi tomada 31 vezes, todas de forma temporária para normalizar os serviços. De acordo com o próprio hospital, isso acontece porque o pronto-socorro está dimensionado - espaço físico, equipamentos e equipe assistencial - para 23 leitos de retaguarda e 6 leitos para receber e estabilizar casos de emergência, mas tem trabalhado acima do dobro da sua capacidade.  

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MOBILIZAÇÃO
Ainda segundo o Husm, as equipes de todos as especialidades e de todos os setores do hospital trabalham na liberação de pacientes das unidades de internação para ajudar a reduzir a superlotação do PS. No período, além das altas, foi possível encaminhar pacientes para outras cidades (veja abaixo). Mesmo com tais encaminhamentos, o Husm diz que o PS, que contava com 59 pacientes internados recebeu, nos últimos seis dias, outras 49 pessoas. Por causa da alta demanda, os corredores do hospital acabam abrigando pacientes em macas, que não têm leitos para serem encaminhados. 

Segundo a direção do hospital, o mês de março registra uma taxa de ocupação de 98%, enquanto o normal deve ser entre 85% e 90%. Esse aumento é uma consequência de outras demandas represadas por conta da pandemia. 

De acordo com a gerente de Atenção à Saúde, Soeli Guerra, o Pronto-Socorro, é apenas porta de entrada de pacientes e não unidade de internação:

- Menos de 2% do total de internações mensais do Husm vai para outros hospitais. Os outros 98% ficam aqui. Um serviço que deveria atender alta complexidade (urgência e emergência), segue realizando atendimentos de média, como cirurgias de apendicites, cálculo na vesícula, tratamentos clínicos para osteomielite, pneumonias, dentre outros. 

A diretora técnica do Husm, Marinez Casarotto, diz que ainda segue buscando alternativas, junto da Secretaria Estadual de Saúde (SES) para resolver a superlotação:

- Permanecemos com o PS fechado, mas continuamos buscando alternativas com o Estado para resolver a superlotação. Desde segunda-feira, temos mais de 20 pacientes do Husm no Gerint aguardando transferência e 63 solicitações de internação junto ao Husm. Todos eles são pacientes que estão ocupando leitos extras nas UTIs Neonatal, Adulto e Pronto-Socorro - afirma a diretora Técnica do HUSM, Marinez Casarotto.

A reportagem contatou a SES para questionar sobre o encaminhamento dos pacientes e soluções para oa fechamento do Husm, e aguarda retorno. 

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