A prefeitura de Santa Maria abriu na manhã desta segunda-feira uma sindicância para investigar uma confusão entre a Guarda Municipal e um acompanhante de um paciente do Pronto Atendimento do Patronato, que aconteceu no fim da tarde do último domingo. O vídeo do caso foi publicado nas redes sociais por internautas. Até a manhã desta segunda-feira, um dos posts no Facebook tinha mais de 56 mil visualizações.
De acordo com uma jovem que presenciou a cena (ela não quis ser identificada), o caso aconteceu por volta das 18h.
- Eu estava lá acompanhando meu namorado. Esse senhor chegou com o rapaz, que estava com dor no peito, ele tem taquicardia. O médico que estava atendendo nem olhava na nossa cara. Aí, quando o senhor saiu da consulta com o menino disse que ele só tinha receitado uma injeção. Quando chamaram o menino para fazer o medicamento, o senhor se revoltou e começou a falar o que estava acontecendo, que o médico mal atendia, e que ele não iria aceitar que fizessem aquela medicação no jovem. Em seguida, já chegou um guarda dizendo que iria prender ele por desacato, só que ele não desacatou ninguém - relatou a jovem.
A Guarda Municipal afirmou, nesta manhã, que já está ouvindo os pacientes que estavam no pronto atendimento, além dos guardas que estavam de serviço. O órgão também ouvirá o pai.
No post do Facebook, o prefeito Jorge Pozzobom afirmou que "será aberto imediatamente um processo administrativo para averiguar todos os fatos".
Em nota oficial, a prefeitura alegou o seguinte:
"Às 21h45min do dia 10 de junho, o jovem de 19 anos deu entrada na Unidade de Saúde alegando dores abdominais devido à ingestão em excesso de bebida alcoólica, sem qualquer menção a doenças cardíacas. Conforme atesta o prontuário, o paciente foi chamado ao acolhimento apenas dois minutos depois (21h47min) e, às 22h16min, já estava sob cuidados médicos. A medicação para dor foi prescrita, porém, quando a equipe estava iniciando a aplicação dos remédios, às 22h27min, o acompanhante do paciente (que não possui nenhum grau de parentesco com o jovem de 19 anos) recusou atendimento e passou a agredir verbalmente os servidores do Pronto Atendimento. Neste momento, foi oferecido ao paciente o atendimento de outro médico plantonista (já que havia quatro clínicos naquele turno no Pronto Atendimento), o que também foi rejeitado pelo acompanhante, que passou a chutar portas e ameaçar fisicamente os profissionais da Unidade de Saúde. Registra-se, ainda, conforme relatos das pessoas que estavam no local, que o homem também apresentava sinais de embriaguez. Diante da situação de risco estabelecida, a Guarda Municipal interveio para garantir a integridade física dos servidores públicos e evitar que a situação fugisse do controle. A Prefeitura abriu uma sindicância para apurar os fatos e verificar se houve excesso de alguma das partes envolvidas."