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VÍDEO: em um mês do 3 As, região ainda não reduziu indicadores da Covid

Janaína Wille e Leonardo Catto

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)

O Rio Grande do Sul segue o modelo de 3 As (Aviso, Alerta e Ação), que define restrições para reduzir o contágio do coronavírus, há um mês. Na última quarta-feira, pela quarta vez, a região de Santa Maria teve o Alerta mantido pelo governo estadual, sugerindo reforço nos cuidados. O sistema, porém, ainda gera dúvidas na população, que já estava acostumada com as tradicionais cores de bandeiras do Distanciamento Controlado, que ditou regras durante um ano no Estado. Nos hospitais, internações até estabilizaram, mas em um nível alto e próximo do limite máximo.


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MUDANÇAS
No começo desta semana, Ministério Público Federal, Defensoria Pública da União, Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul e Justiça Federal em Santa Maria encaminharam um ofício com o pedido de mudanças nas regras pela Associação de Municípios da Região Central (AM Centro). O entendimento é que as restrições são insuficientes. A associação alega que o modelo cabe ao Estado e espera melhorar a análise para tomar providências e discutir novas medidas.

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HOSPITAIS
Para o Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), referência no atendimento SUS da Região Central, o sistema do Estado não alterou a rotina de atendimentos. Desde fevereiro, a ala Covid-19 atua no limite. Há uma demanda diária que varia de 12 a 24 pedidos de leitos de UTI para pacientes com confirmação ou sintomas da doença. O Husm tem um total de 36 leitos de UTI, sendo 20 para pacientes com Covid-19, seis para atendimento cardiológico e outros 10 para atendimento geral.

- O Pronto-Socorro e a UTI sempre tiveram grande demanda, mesmo antes da pandemia. Mas tínhamos um número muito menor de leitos. Agora, mesmo com a capacidade ampliada em mais de 100%, não há um dia em que a UTI não esteja lotada - afirma a chefe de UTI do Husm, Janice Soares.

O Hospital de Caridade, referência para internações de casos graves de Covid-19 para planos de saúde, teve um fôlego nas últimas semanas. A ocupação de UTI Covid, que chegou a 100% há um mês, não passou de 80% nas últimas semanas.

- Temos essa estabilidade, mas em patamar ainda elevado. Temos conseguido dar fluxo em todos os atendimentos, que estão na faixa dos 70 pacientes com confirmação ou suspeita de coronavírus por dia. A média de internações está na casa dos 15 por dia. Felizmente, temos conseguido dar uma média de 15 altas por dia também. Por isso, essa estabilização, mas em número bem alto - explica o diretor técnico do hospital, o médico Luiz Gustavo Thomé.

O total de leitos de UTI para Covid no Caridade é 41, além de 88 leitos clínicos.

UTI Covid-19 da Santa Casa de São Gabriel tem novo diretor técnico

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Renan Mattos (Diário)
Média de internações no Hospital de Caridade é de 15 por dia

Regras poderiam ser outras, defende músico
Quando começou a valer, o 3 As determinou protocolos obrigatórios, como uso de máscara. Outras regras poderiam variar de acordo com a região, por determinação de ao menos dois terços das prefeituras locais. Na região de Santa Maria, as regras sugeridas pelo Estado seguem.

Com os alertas, a AM Centro adotou mais restrições, como reduzir horário de bares e restaurantes e proibir música ao vivo. Para os profissionais da área, a medida é considerada injusta.

- O entendimento é de que esse sistema é uma demanda política e não só de saúde. Não faz sentido essa proibição. Tudo o que queremos é poder tocar em bares e restaurantes que já estão abertos. Não queremos fazer festas, aglomerações. Não somos nós, músicos, que somos responsáveis pela disseminação do vírus, como parece - declara o músico Jonas Vianna.

RESTAURANTES
Para o presidente do Sindicato dos Hotéis, Restaurantes Bares e Similares de Santa Maria, João Provensi, o sistema atual é melhor do que o anterior, do Distanciamento Controlado, porque é possível ter mais diálogo com as autoridades locais, que criam os protocolos. Apesar disso, ele é contra a proibição de música ao vivo e o fechamento uma hora mais cedo de bares e restaurantes.

- O ideal seria a abertura dos bares e restaurantes da noite até as 22h. Esse fechamento antecipado, às 21h, prejudica o setor - define.

A maioria ainda não entendeu o novo modelo
O Distanciamento Controlado impunha, além de restrições, a rotina de anúncio da bandeira semanalmente. Toda sexta-feira uma classificação atualizada era anunciada para todas regiões do Rio Grande do Sul. Atualmente, um aviso ou alerta pode ser emitido a qualquer momento, sem periodicidade. A velocidade pode ser semanal, mas sem regra. Os protocolos variam de acordo com os alertas e as propostas de cada região. O Diário foi às ruas questionar o que as pessoas sabem do novo modelo.

- Na preta e na vermelha, já era estado de perigo. Agora não sei muito bem - afirma o servente de construção civil, Leonardo Santos Amaral.

O estoquista Pedro Quaiatto também ainda não acompanha regularmente as mudanças após as últimas semanas:

- (As bandeiras) eu acompanhava. Na verdade, eu nem fiquei sabendo da mudança. Acho que a pandemia segue pior.

A dona de casa Andrea Rodrigues entendia as bandeiras. Já o 3 As não tem a atenção dela. Mesmo assim, Andre defende mais restrições no momento atual da pandemia:

- Agora está me dificultando um pouco. Eu não paro para companhar. Lugares lotados, às vezes sem máscara. Desse jeito, a coisa só complica.

O Diário também pediu para os internautas opinarem por meio de três enquetes no Instagram. Entre 1,9 mil pessoas, 1,3 mil afirmaram que compreendiam o sistema de bandeiras. Entretanto, entre 2 mil, foram 1,7 mil votos em "não" quando a mesma pergunta era feita sobre o 3 As.

A maioria (1,4 mil entre 1,6 mil) disse que também não acredita que o modelo seja eficiente no combate à pandemia. Os dados foram colhidos entre às 19h de terça-feira e às 19h de quarta-feira.

O Diário fez três perguntas aos seguidores do Instagram sobre o distanciamento controlado e sobre o sistema 3 As. Veja o que responderam os internautas entre 19h de terça e 19h de quarta-feira:
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