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VÍDEO: Com vacinação, Santa Maria volta a atingir patamar de junho de 2020 em número de mortes

Dandara Flores Aranguiz e Leonardo Catto

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Marcelo Oliveira (Especial/Diário)

Santa Maria confirmou mais uma morte por Covid-19 nesta segunda-feira. O número de óbitos em agosto, caso não haja nenhuma morte contabilizada tardiamente, é de 14. Esse patamar equivale ao que o município vivia em junho de 2020, um mês depois da primeira morte registrada. A principal causa pela redução é a vacinação, que avança na cidade desde janeiro.

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Conforme o médico epidemiologista Marcos Lobato, o município chegou a registrar uma semana sem óbitos. Ainda no mês de agosto, a marca de uma semana sem mortes quase foi alcançada, mas houve novos registros. Há casos em investigação, mas não existem chances de que Santa Maria ultrapasse o patamar de 20 óbitos.

- De qualquer forma, é uma das frequências mais baixas de toda a série histórica desde maio do ano passado. Em maio, para ter uma ideia, a gente teve três casos confirmados (de óbitos), 14 em junho. 12 em julho. Até agora, temos 14. Deve ficar menor ou igual ao que foi a média desse período - afirma Lobato.

A tendência segue o que já foi observado na região, em municípios menores. De 39 cidades, 17 não registram mais casos ativos de Covid-19. Entretanto, Santa Maria ainda tem o maior número de casos ativos da região, até por ser o mais populoso. A estimativa da prefeitura é de 48, conforme o boletim epidemiológico desta segunda-feira, muito abaixo do registrado nos momentos de pico da doença, entre o fim de 2020 e primeiros meses de 2021, quando os casos ativos superaram a casa dos mil. O monitoramento de indicadores da pandemia, feito pelo governo estadual, também mostra outro momento. São duas semanas sem emissão de novos alertas ou avisos pelo sistema 3 As.

VACINAÇÃO
Santa Maria tem 33% da população com imunidade completa contra a Covid-19. Isso significa quem tomou duas doses ou dose única. Essa é a razão apontada por Lobato pelo avanço no combate à pandemia. Entretanto, isso não significa que seja o momento de abandonar restrições.

- Junto, é claro, à manutenção de alguns cuidados. Uma parcela da população está com máscara. Mas o principal é a cobertura vacinal. Não tem outra hipótese - afirma.

O número de óbitos e de internações são os que mais têm impacto da vacinação. A transmissão teve queda, mas ainda é menor. Isso se explica pelas características das vacinas, que são mais eficazes para não agravar a doença do que impedir que o coronavírus seja transmitido.

- O número de casos não diminuiu tanto quanto o número de óbitos. Só que são mais leves. O vírus está circulando. Isso é o que estava previsto considerando as características que as vacinas têm. Elas protegem muito bem contra internação hospitalar e óbito, situações graves. Mas não evitam a contaminação e transmissão - avalia Lobato.

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Da porcentagem de quem tem o esquema vacinal completo, a maioria é da população mais suscetível ao contágio e agravamento. Esse grupo, composto majoritariamente por idosos, profissionais da saúde e pessoas com comorbidades, é quem tem a imunidade completa. Isso, conforme Lobato, corresponde à redução de mortalidade e internação.

HOSPITALIZAÇÕES
Desde o começo do mês, hospitais da região fecham alas Covid. O Complexo Hospitalar Astrogildo de Azevedo, em Santa Maria, desocupa a unidade Covid da ala Alcides Brum, mas mantém 10 leitos exclusivos para a doença. Já o Hospital São Francisco retomou atendimento geral para os leitos de unidades de tratamento intensivo (UTIs) ainda em 20 de junho. Desde março, os leitos eram usados exclusivamente no tratamento Covid. Segundo o diretor técnico do Astrogildo de Azevedo, Luiz Gustavo Thomé, A demanda por atendimentos tem sido reduzida cada vez mais.

- Internações são muito raras. Caso positivo não chega a um por dia. A procura no pronto-socorro também é bem pequena - conta.

Na rede pública, conforme o painel do Estado, a ocupação de UTIs chega a 43%. São 31 pacientes em 72 vagas. Entretanto, apenas 16 são casos de Covid-19.

- Todas essas variáveis mostram que a gravidade da doença está menor, como era esperado quando a gente chegasse no ponto em que estamos da cobertura vacinal. Isso só tem uma coisa que explica, a cobertura.  Cai óbitos e internações, mas continua tendo casos. A causa disso não é tratamento precoce. É vacina - atesta Lobato.

O número de casos confirmados, em Santa Maria, está em 43.013 desde o começo da pandemia. O óbito mais recente foi confirmado nesta segunda-feira. A vítima foi um idoso de 78 anos, morador de Santa Maria, com registro de cardiopatia, doença neurológica e pneumopatia. Em 9 de agosto, ele teve o diagnóstico positivo para a Covid-19. Na mesma data, deu entrada na UTI do Complexo Hospitalar Astrogildo de Azevedo. O óbito aconteceu no domingo. Ao todo, o município tem 822 mortes pela doença.

No Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), o último óbito registrado foi no dia 19 de agosto (uma paciente de Santa Maria). Conforme a instituição, o último caso grave de Covid-19 internou em 15 de julho. Após esta data, alguns pacientes internaram por outros motivos, e mesmo tendo o diagnóstico positivo para a doença, não apresentaram sintomas. 

- Outros pacientes vieram encaminhados de UTI de menor complexidade para resolução de complicações relacionadas à internação por Covid-19. No momento, temos três pacientes ainda internados, todos fora do período de transmissão, mas ainda necessitando de terapia intensiva. Nas enfermarias, temos quatro pacientes com internações prolongadas, e quatro na internação domiciliar. Todos também fora do período de transmissão, mas ainda necessitando de alguns cuidados hospitalares - explica a médica infectologista Liliane Souto Pacheco, chefe do Setor de Vigilância em Saúde e Segurança do Paciente (SVSSP) do Husm. 

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