surto de toxoplasmose

Husm garante ter tecnologia para fazer diagnóstico de toxoplasmose

Pâmela Rubin Matge

Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)

A possibilidade de o Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) realizar o diagnóstico de toxoplasmose, isto é, fazer todas as coletas e os exames necessários que identifiquem a doença, sem a necessidade de enviar amostras à Capital, está na dependência de um acordo entre município, Estado e o Laboratório Central de Saúde Pública do Estado (Lacen). Ainda não há nenhuma definição.

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Conforme a assessoria de comunicação do Husm, o Laboratório de Análises Clínicas (LAC) do hospital  detém tecnologias que oferecem total segurança no laudo do diagnóstico laboratorial no referido exame de toxoplasmose, e atende a todas as normas técnicas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Cabe ao Estado reconhecer e realizar a escolha. O LAC está à disposição dos órgãos de saúde do município e do Estado. Além disso, dois ambulatórios atenderão 40 pacientes adultos por dia e serão disponibilizadas dez vagas para as gestantes.

O hospital garante que tem tecnologia. O município alega aguardar a sinalização do Estado.

- No Brasil, temos três laboratórios credenciados na rede SUS, e para que essa habilitação seja repassada para o Husm, o Lacen (um dos laboratórios) precisa nos dar o retorno positivo. Já fizemos (prefeitura) o pedido ao Estado e ao Husm .

A diretora do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), Marilina Bercini, informou que as tratativas estão em discussão, e que técnicos estão avaliando a situação laboratorial do Husm. Nesta quinta, uma nova posição deve ser emitida pela diretora do Centro:

- O Husm é um hospital universitário, com o qual já trabalhamos, já fomos parceiros, mas depende de avaliações conjuntas. Amanhã (quinta-feira), já devo ter mais informações.

Em entrevista ao Diário, na tarde desta quarta-feira (veja abaixo), a diretora também informou que ações entre técnicos da CEVS junto da prefeitura de Santa Maria e de profissionais de saúde da rede privada têm trabalhado para investigar o surto e garantir o acesso das pessoas infectadas ao tratamento adequado. As frentes incluem a busca ativa por pessoas com suspeita da doença e um estudo de casos de surtos anteriores, levantamento de informações sobre os pacientes e seus hábitos e análise em coletas de água.

Marilina não adiantou informações sobre a divulgação de um novo boletim, mas relativizou a situação de surto:

- Não me parece nada explosivo. Já aconteceu em outros locais do Brasil, situações com 800, mil casos, e a situação foi controlada.

Até a noite desta quarta-feira, o Lacen confirmava 51 casos de toxoplasmose em Santa Maria, sendo, oito gestantes.Outra informação é que os pacientes são de 18 bairros. Paralelamente, os infectologistas anunciam 148 casos diagnosticados a partir de primeiros exames laboratoriais feitos na cidade.

CONFIRA A ENTREVISTA COM A DIRETORA DO CEVS 

Diário de Santa Maria - A tendência do surto de toxoplasmose é de seguir aumentando?
Marilina Bercini - Estamos avaliando, não há como dizer se a tendência é aumentar ou diminuir. Estamos no meio de uma investigação. Se faz tudo ao mesmo tempo: se investiga e se atende as pessoas. Em caso de surto, é uma situação complexa, pois Santa Maria é uma cidade grande, com 41 bairros, que envolve uma questão ambiental para se descobrir a fonte de contaminação e de como tratar os pacientes, principalmente, as grávidas, para não prejudicar os bebês. 

Diário - Como Estado repercute esse aumento que chega a 51 casos?
Marilina - Desde que tomamos conhecimento, enviamos uma equipe (do Estado) para Santa Maria e solicitamos apoio ao Ministério de Saúde, que tem um programa que disponibiliza técnicos. Temos que ter tranquilidade para passar informações. Não me parece nada explosivo. Já aconteceu em outros locais do Brasil, situações de 800, mil casos. Em 2015, em São Marcos, uma cidade pequena na Serra Gaúcha, teve um surto com 145 casos, e a situação foi controlada. 

Diário - Como o Estado vem trabalhando para agilizar o processo de notificação para que o Husm faça o diagnóstico ou já está descartado?
Marilina - A obrigação da Vigilância (em Saúde do Estado) é ter a comprovação do Lacen, pois essa é uma normativa no Ministério da Saúde. Cada decisão tem de ser bem embasada. Acredito que não terá problema, mas estamos pensando nas pessoas. O Husm é um hospital universitário, com o qual já trabalhamos em outros surtos e pandemias, já fomos parceiros, mas depende de avaliações conjuntas. Estamos avaliando.

Diário - Por que a demora para emitir boletins se o exame demora 48h para ficar pronto?
Marilina - O trâmite obedece a logística do laboratório. Tem de contar o tempo da coleta até a chegada, mais o fim de semana, pois o funcionamento do Lacen não é 24 horas. E não é possível fazer um exame por vez, tem que concentrar vários. Os prazos são assim mesmo

Diário - A população espera a divulgação dos boletins às terças e sextas. Por que sempre à noite?
Marilina - Precisamos reunir dados, organizar. Mas podemos ajustar, e reavaliaremos a forma de emitir novos boletins junto da Secretaria de Saúde de Santa Maria.

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