dia da imunização

Especialistas alertam sobre a importância de manter calendário vacinal em dia

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
Clínicas particulares passaram oferecer serviços com agendamento ou visita a domicílio

O Dia Nacional da Imunização marca a conscientização sobre a importância de atualizar a caderneta de vacinação. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) dão conta de que as vacinas são capazes de evitar de 2 a 3 milhões de óbitos por ano. Mesmo assim, os movimentos antivacina levaram a um surto de sarampo em 2018, doença que era considerada erradicada. No mesmo ano, a cobertura vacinal de poliomielite esteve abaixo de 50% em 321 cidades brasileiras, segundo o Ministério da Saúde.   

Conforme a professora Minéia Weber Blattes, professora do curso de farmácia da Universidade Franciscana (UFN) e doutora em biotecnologia, a prática ameaça reverter décadas de progresso na erradicação das doenças evitáveis e trazer riscos de vida e à saúde da população. 

- Grupos antivacina se baseiam em várias teorias para justificar a não adesão à imunização, como a percepção de que a imunidade do recém-nascido é suficiente para evitar doenças, ou que as vacinas sobrecarregam o sistema imunológico, e ainda a possível presença de traços de metais pesados nas vacinas, todas amplamente desmentidas pela ciência. É importante salientar que, para que as vacinas cheguem até a população, elas passam por uma série de estudos, tanto pré-clínicos como clínicos, os quais comprovam a sua eficácia e segurança - explica. 

Segundo ela, a falta de vacinação ainda pode estar relacionada à displicência ou descuido dos pais. 

Muitas pessoas também acabaram atrasando a aplicação de vacinas previstas no esquema obrigatório em função do medo de exposição ao novo coronavírus nos postos de saúde. Sobre isso, a professora do curso de Farmácia da UFN, Jane Beatriz Limberger, alerta: 

- Todas as vacinas possuem um esquema definido e um prazo adequado, expresso no calendário vacinal. Atrasos na administração podem comprometer a eficácia da vacina. Não é possível, por exemplo, fazer as três doses de vacina ao mesmo tempo, ou em um período muito curto, pois a vacina só vai funcionar adequadamente se o esquema for respeitado. 

Com as medidas de isolamento social, as clínicas particulares de vacinação passaram a oferecer serviços com agendamento e visitas a domicílio para idosos ou pessoas acamadas, como a Multivacin. De acordo com a enfermeira responsável da clínica, Franciele Ferrão da Rosa, estes serviços foram essenciais para garantir a manutenção das vacinas especialmente em pessoas que fazem parte dos grupos de risco da covid-19: 

- É importante não deixar atrasar o calendário, pois existem outras doenças que não devem ser esquecidas sob pena de acarretarem complicações no futuro. 

REDE PÚBLICA

Segundo Cecília Mariane Pinheiro Pedro, enfermeira responsável pelo Setor de Imunização da Prefeitura de Santa Maria, a cidade conta com 24 salas de vacinação ativas na rede pública de saúde. Este ano, além das vacinas de rotina do calendário de vacinação, a Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe tem gerado maior movimentação nas unidades de saúde. Parte do público-alvo, os indígenas, idosos e trabalhadores de saúde já atingiram a meta de cobertura de 90%. A preocupação agora é com as gestantes e crianças. 

- Sabemos que as famílias podem estar um pouco assustadas por conta do novo coronavírus e que por este motivo, ou seja, pelo medo da exposição, ao saírem de suas casas, ainda não tenhamos atingido a meta nesses públicos (gestantes e crianças). Contudo, as equipes das unidades de saúde, trabalham diariamente na busca ativa desses e de outros grupos populacionais - explica. 

A enfermeira ressalta que a vacina protege a população dos vírus Influenza A (H1N1), Influenza B e Influenza A (H3N2), mas que não previne contra o novo coronavírus. 

- Apesar disso, a campanha é fundamental para diminuir o número de internações por conta dessas doenças, além de exclui-las na hora de fazer o diagnóstico para a COVID-19. Isso ajuda o sistema de saúde público a se organizar melhor em meio ao cenário pandêmico - explica. 

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