em 2019

Em seis meses, foram 97 notificações de toxoplasmose em Santa Maria

Dandara Flores Aranguiz e Pedro Pavan


Foto: Renan Mattos (Diário)

Mesmo que o surto de toxoplasmose não seja mais uma realidade em Santa Maria desde outubro do ano passado, quando foi considerado estabilizado, as autoridades em saúde seguem monitorando a incidência da doença na cidade. No último dia 11, especialistas da área se reuniram com os vereadores integrantes da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara para falar sobre o assunto.

Na ocasião, a Superintendência de Vigilância em Saúde apresentou dados de notificações da doença deste ano. Conforme o órgão, de janeiro a junho de 2019 foram 97 casos notificados de toxoplasmose na cidade. Deste total, 65 seriam de gestantes e 10 de toxoplasmose congênita (bebês infectados durante a gestação e que nasceram com a doença). O superintendente de Vigilância em Saúde, Alexandre Streb, ressalta, no entanto, que nem todos os casos notificados são diagnosticados, de fato, com a doença (veja abaixo).

- Nós acreditamos que esses números sejam de uma situação endêmica (doença típica de uma região que acontece com muita frequência no local) e que seja devido ao fato de as pessoas ficarem mais atentas aos sintomas e procurarem mais os médicos, que também estão notificando mais. Não acreditamos que o surto esteja ativo e nada indica a incidência de um novo - aponta Streb.

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No ano passado, foram 1563 notificações no mesmo período (janeiro a junho). Em 2017, foram somente 20.

- O aumento das notificações em relação ao período pré-surto se dá pela subnotificação que havia na época. Hoje, podemos dizer que temos uma notificação maior do que tínhamos antes, pois se notifica mais. Notificações de consultórios particulares, por exemplo, eram raras. Hoje, até mesmo os médicos particulares começaram a notificar - comentou o secretário de Saúde, Francisco Harrisson.

Para a médica infectologista Jane Costa, apesar de mais elevado em comparação com o período antes do surto, o número apresentado provavelmente seja de casos endêmicos:

- Várias coisas podem determinar o aumento do número de casos, inclusive maior sensibilidade na busca, melhoria de diagnóstico e de notificação. Eu acho que a gente está voltando ao que era, mas só o tempo vai nos dizer. Nós vamos ter, por um tempo, um nível maior de notificações porque as pessoas estão mais antenadas para o problema.

Entenda:

  • Casos notificados - Podem ser casos suspeitos ou confirmados
  • Suspeitos - Pacientes que apresentam quadro clínico ou características epidemiológicas compatíveis com a doença e têm exames laboratoriais positivos que não foram realizados por laboratório oficial
  • Confirmados - São aqueles que têm exames positivos realizados por laboratório de saúde pública oficial, credenciado pelo Ministério da Saúde. No Estado, quem faz as confirmações é o Laboratório Central de Saúde Pública do Rio Grande do Sul (Lacen-RS), integrado à Secretaria Estadual de Saúde (SES)

Fonte: Marcos Lobato, médico infectologista da prefeitura de Santa Maria 

Casos notificados de toxoplasmose no primeiro semestre

Doença20152016201720182019
Toxoplasmose adquirida161811153187
Toxoplasmose congênita1892510
Total1726201563**97

*Notificações feitas entre janeiro e junho de cada ano
**Além dos casos notificados de toxoplasmose adquirida e congênita, são considerados dois abortos e três óbitos fetais confirmados, um aborto já descartado e um aborto em investigação
Fonte: Serviço de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (SVS/SMS) e Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) 


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