Dia Mundial do Câncer

Diagnósticos precoces de câncer estão sendo atrasados por conta da Covid-19

Arianne Lima

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Divulgação/ Gerência de Atenção à Saúde HUSM

No Dia Mundial do Câncer, no dia 4 de fevereiro, uma discussão sobre o atraso de diagnósticos precoces de câncer durante a pandemia de coronavírus tem ganhado força, uma vez que o tempo é imprescindível em diversos casos. Acompanhando os comunicados e as orientações compatíveis com cada fase da pandemia emitidos pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), o médico cirurgião oncológico Lucas Feijó Pereira relata ter observado que pacientes pararam de fazer diagnóstico de câncer e que a decisão traz sérias consequências:

- Nesses últimos dois anos de pandemia, os diagnósticos oncológicos ficaram bem atrasados, e isso nós temos visto nos consultórios tanto privados, quanto no Sistema Único de Saúde (SUS). Os pacientes têm chegado com doenças mais avançadas e, muitas vezes, sem condições de tratamento curativo, porque deixaram de fazer os exames preventivos durante o período de pandemia.

Uma dúvida muito comum entre pessoas que estão lidando com o tratamento é a vacinação contra a Covid-19. Pereira reitera que, independentemente do tipo de câncer, é necessário se imunizar contra o coronavírus. 

- A SBCO recomenda, hoje, que os pacientes façam a terceira dose da vacina, pelo menos, uma semana antes da cirurgia. E para os pacientes que tiveram Covid antes da cirurgia, o tempo de espera irá depender muito da severidade da doença. Pacientes pouco sintomáticos, em poucas semanas, podem realizar o procedimento cirúrgico. Já aqueles que tiveram Covid grave, que necessitaram de internação em CTI, por exemplo, esses precisam esperar de seis a oito semanas após a internação.

Apesar de se tratar de um tempo de incertezas, o médico Lucas Pereira explica que o melhor caminho continua sendo realizar os exames:

- Uma das orientações é que os pacientes voltem a fazer o diagnóstico e os exames preventivos como mamografia, exame do colo uterino, endoscopia, colonoscopia, exames com dermatologia. Porque esses exames são de tumores previsíveis, e eles não estão sendo diagnosticados. Quando são, chegam em estado avançado - reforça o profissional. 

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HUSM

No Rio Grande do Sul, o Hospital Universitário de Santa Maria é o único veiculado ao Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca). Segundo a gerente de Atenção Básica do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), Soeli Guerra, em 2021, na Oncologia, foram realizadas em média 1,8 mil internações, e 4,9 mil pacientes fizeram tratamento no ambulatório. Ao todo, a instituição registrou 19 mil consultas ambulatoriais apenas no ano passado. 

PROJEÇÃO

Em 2022, são estimados 625 mil casos novos de câncer no Brasil. O número sofre alteração quando se considera o cálculo global, que prevê o aumento do quantitativo para 685 mil. Os dados foram fornecidos pelo Inca, que, além de realizar e fornecer os levantamentos, organiza a programação do Dia Mundial do Câncer. Os números podem ter relação ou não com a pandemia da Covid-19. 

O tema é debatido também em outras datas, como no Dia Mundial do Combate ao Câncer, em 8 de abril, e no Dia Nacional de Combate ao Câncer, em 27 de novembro.

MORTALIDADE

Segundo o Atlas da Mortalidade disponibilizado pelo Inca, o Brasil registrou 232.040 mortes por câncer em 2019. Esse quantitativo se divide entre homens (121.686) e mulheres (110.344). No caso dos homens, os cinco tumores primários que fizeram mais vítimas foram os de Traqueia, Brônquios e Pulmões (16.733), Próstata (15.983), Colón e Reto (10.191), Estômago (9.636) e Esôfago (6.802).

Já em mulheres, os cânceres de Mama (18.068), Traqueia, Brônquios e Pulmões (12.621), Cólon e Reto (10.385), Colo de Útero (6.596) e Pâncreas (5.893) foram os cincos que mais resultaram em óbitos. Os números são do Datasus. O Inca ainda não divulgou os dados sobre a mortalidade por câncer do triênio de 2020-2022. 

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