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Desde 2017, foram pelo menos 116 casos de leishmaniose em animais em Santa Maria

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Foto: Pedro Piegas (Diário)
Theo foi diagnosticado com leishmaniose e tratado. Ele foi adotado pela Liliane Machado, que cuida dele ao lado dos filhos Emanuel e Maria Luiza

Em 2021, pela primeira vez, houve registro de casos de leishmaniose em pessoas na cidade de Santa Maria. Mas, em cachorros, já há confirmações de casos autóctones (contraídos no município) desde 2017.

LEIA TAMBÉM: Pela primeira vez na história, Santa Maria registra casos e óbito de humanos com leishmaniose 

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), o primeiro caso autóctone (contraído no território do Rio Grande do Sul) foi em 2009, na cidade de São Borja. Em Santa Maria, segundo dados da prefeitura, o primeiro caso autóctone foi identificado em 2017 em um cão considerado idoso, de 8 anos. Na época, a tutora optou por tratá-lo. Naquele ano, dos 97 animais testados, 22 foram diagnosticados, o que possibilitou a caracterização do município como área de transmissão. Desde 2017, 116 casos de leishmaniose foram confirmados em cães.


Segundo o médico veterinário da prefeitura, Carlos Flávio Barbosa da Silva, quando um cão é identificado com leishmaniose, existem dois caminhos: a eutanásia ou medicamentos, se o grau da doença não estiver muito avançado:

- Hoje, temos muito mais cães que passam pelo tratamento do que há alguns anos. Só que os medicamentos são caros, não são todos que têm condições

CASOS CONFIRMADOS EM SANTA MARIA

Em animais

  • 2016 - 3 (todos importados)
  • 2017 - 22 (primeiros casos autóctones)
  • 2018 - 11
  • 2019 - 16
  • 2020 - 31
  • 2021 - 36

Em humanos

  • Em 2021, pela primeira vez na história, Santa Maria teve dois casos confirmados e um óbito

Em clínicas veterinárias da cidade, profissionais percebem um aumento no atendimento de cachorros com sintomas. Além de oferecer o tratamento com medicamentos, o uso de coleiras repelentes também previne e evita que os cães que convivem com a doença sejam vetores de transmissão.

- Toda vez que temos um caso confirmado, fazemos uma notificação obrigatória à Vigilância Sanitária. Sempre analisamos o grau de lesão para ver se o tratamento é indicado. Quando já há um comprometimento renal, por exemplo, não é indicado - afirma a veterinária Chaiane Medeiros Peres, do Ninho Hospital Veterinário.

Semana será de tempo seco e frio intenso em Santa Maria

Um dos cães tratados por ela é o Theo. Quando foi resgatado das ruas, ele tinha lesões como úlcera no nariz, escoriações e estava magro. Agora, após a medicação, ele é portador, mas não tem a manifestação clínica da doença e fica com a coleira para evitar que insetos se aproximem e se contaminem a partir do sangue dele.

- Ele andava pela rua do bairro e, em um dia de chuva e frio, minha mãe o colocou dentro de casa. Passamos a cuidar dele, que hoje é um cãozinho normal - conta a estudante Maria Luiza Mendonça, tutora de Theo.

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Foto: Pedro Piegas (Diário)
A veterinária Chaiane cuidou o cãozinho Theo 

Segundo a Sociedade Brasileira de Infectologia, que ajudou a elaborar um atlas da leishmaniose na América Latina, a ausência de planejamento urbano e fatores como baixa condição socioeconômica, desmatamento e precariedade de saneamento são fatores para a instalação da doença. A forma mais efetiva de evitar a leishmaniose é a limpeza de terrenos a fim de evitar a proliferação de insetos.

O QUE É?

  • É uma doença infecciosa sistêmica, caracterizada por febre de longa duração, aumento do fígado e do baço, perda de peso, fraqueza, redução da força muscular, anemia e outras manifestações. A leishmaniose afeta tanto os cães quanto os seres humanos

COMO É A TRANSMISSÃO

  • Ocorre tanto em animais quanto em humanos
  • A transmissão acontece por meio da picada de insetos conhecidos popularmente como mosquito-palha, asa-dura, tatuquiras, birigui, dentre outros. Esses insetos são pequenos e têm como características a coloração amarelada ou de cor palha e, em posição de repouso, suas asas permanecem eretas e semiabertas. A transmissão acontece quando fêmeas infectadas picam cães ou outros animais infectados e, depois, picam o homem, transmitindo o protozoário Leishmania chagasi, causador da leishmaniose visceral.

SINTOMAS

Em humanos

  • Febre por mais de duas semanas
  • Palidez, fraqueza, perda de apetite, emagrecimento, anemia e aumento do baço e do fígado também são sintomas comuns

Nos animais

  • Crescimento abrupto das unhas
  • Perda de pelo
  • Emagrecimento rápido
  • Inchaço das patas
  • Feridas (úlceras) nas orelhas, em volta dos olhos e na região da boca

PREVENÇÃO

  • Limpeza periódica dos quintais e retirada de matéria orgânica em decomposição (folhas, frutos, fezes de animais e outros entulhos que favoreçam a umidade do solo, locais onde os mosquitos se desenvolvem)
  • Destino adequado do lixo orgânico, a fim de impedir o desenvolvimento das larvas dos mosquitos
  • Limpeza dos abrigos de animais
  • Para os moradores das regiões com risco de transmissão, recomenda-se a colocação de telas em janelas e portas da residência, para evitar a entrada de mosquitos na casa
  • Usar repelente, principalmente ao anoitecer e ao amanhecer, horário em que o mosquito-palha costuma voar
  • Para os animais, recomenda-se o uso de coleiras contra a leishmaniose (varia de R$ 60 a R$ 300, dependendo da marca e do tempo de duração, e tem de 80% a 85% de eficácia) e também a castração das fêmeas, já que o animal infectado transmite para o filhote a doença pelo sangue

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