saúde pública

Após publicação em rede social, prefeitura responde por que paciente não foi para UTI na cidade

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O desespero da familiar de um paciente de Santa Maria, que acabou morrendo na madrugada deste sábado, repercutiu nas redes sociais e provocou um questionamento sobre a ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na cidade e na região.

Na noite de sexta-feira, uma mulher publicou em seu perfil no Facebook um vídeo em frente ao Pronto-Atendimento do Bairro Patronato. No vídeo, ela conta que o tio estava no local desde 9h em atendimento após ele ter um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Por volta de 23h30min do mesmo dia, horas depois de ele ser encaminhado para atendimento, ela diz, ainda no vídeo, que não há leito de UTI em Santa Maria, porque o tio precisaria ser transferido para um hospital na cidade de Rio Grande, e questiona o fato de a cidade estar na bandeira laranja. 

O vídeo imediatamente começou a ser visto pelos internautas e o questionamento ganhou mais vozes. Algumas pessoas enviaram o vídeo para a reportagem do Diário e perguntaram sobre a situação. No Facebook, cerca de 13 horas após a publicação, o vídeo já tinha mais de 2,3 mil compartilhamentos e 43 mil visualizações.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação da prefeitura, que explicou (veja a nota na íntegra abaixo) que, neste caso, o paciente precisaria ser encaminhado a uma UTI neurológica. A transferência para Rio Grande seria necessária porque o Sistema de Gerenciamento de Internações (Gerint), que faz parte do plano de urgência e emergência do Estado, apontou que esse leito estava disponível em Rio Grande, e que, para transferir o paciente, ele precisava ser estabilizado. Ele sofreu três paradas cardiorrespiratórias e morreu antes de ser transportado para Rio Grande.

A sobrinha do paciente relatou à equipe do Diário como foram as últimas horas do tio na espera do atendimento:

- Ele só fez tomografia de tarde. Ficou toda a manhã lá, teve três paradas cardíacas e um AVC. De noite, às 21h, mais duas paradas. Ele faleceu às 3h da madrugada.

NOTA DA PREFEITURA
A Prefeitura de Santa Maria, por meio da Secretaria de Saúde, informa que o paciente chegou em estado grave no Pronto-Atendimento do Patronato, e, após avaliação, foi constatado que ele precisava de vaga em UTI especializada para esse tipo de atendimento, no caso, UTI neurológica, pois o quadro clínico apontava para um AVC. Como o Plano de Urgência e Emergência do Estado prevê que a regulação de leitos seja feita pelo Sistema de Gerenciamento de Internações (Gerint), e não pelo Município, no momento em que o paciente deu entrada no PA, seus dados foram inseridos no sistema, e a vaga em UTI neurológica disponível para ele encontrava-se em Rio Grande, na Santa Casa. Por conta do quadro grave de saúde, para ser transferido, o paciente precisava ser estabilizado. Ele sofreu três paradas cardiorrespiratórias e veio a óbito antes de ser transportado para Rio Grande. O Município não dispõe de leitos de UTI pelo SUS para todas as especialidades e não tem gestão plena na regulação, o que é feito pelo Estado por meio do Gerint, que procura hospitais de referência em outras cidades com leitos disponíveis e destinados para determinadas especialidades, como era o caso desse paciente. A Prefeitura fez todos os procedimentos recomendados para a situação, lamenta a morte do paciente e se solidariza com os familiares.

A OCUPAÇÃO DE LEITOS EM SANTA MARIA 
De acordo com o mapa de ocupação de leitos do governo do Estado, neste sábado, a taxa de ocupação de leitos de UTI nos hospitais de Santa Maria era de 60%. Ainda conforme a atualização, que é feita diariamente, os leitos de UTI SUS para pacientes adultos tinham taxa de ocupação de 40,9%, sendo 26 livres no sábado. Já na rede privada, a ocupação de UTIs chegou a 75% neste dia tento 15 leitos livres no dia de hoje.

A reportagem entrou em contato, por e-mail, com a assessoria de comunicação do governo do Estado, mas ainda não teve resposta sobre o caso. 


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