no Husm

Aparelho ajuda a detectar mais rápido as células cancerígenas

Thays Ceretta

Fotos: Lucas Amorelli (Diário)
O aparelho é portátil e fica guardado em uma mala no setor de Medicina Nuclear do Husm

Um aparelho que era aguardado há cerca de 10 anos pelo Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) chegou no final do mês de fevereiro. A aquisição do Gamma Probe (equipamento portátil composto de sonda de detectação e sistema de registro digital da radiação) promete agilizar o diagnóstico das células cancerígenas de pacientes com câncer de mama e de pele dando mais qualidade no tratamento e recuperação de procedimentos invasivos.

É uma tecnologia inovadora na pesquisa do linfonodo sentinela (primeiro local onde o tumor chega). De acordo com o gerente administrativo do hospital, João Batista Vasconcelos, por questões de recursos e de outras prioridades, o equipamento demorou para ser comprado.  

- Agora que a gente conseguiu adquirir esse aparelho, ele vai dar qualidade ao serviço, oferecendo melhores resultados aos pacientes. O investimento foi de R$ 92 mil, com recurso do Rehuf (Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais). É um equipamento que vai, com certeza, trazer uma condição de melhora no tratamento, vai ser mais eficaz. A vinda só vem a agregar, pois qualifica muito o hospital -  avaliou.

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Projetado para detectar com precisão mais específica as células cancerígenas, o equipamento evita a realização de incisões desnecessárias, pois diminui o grau de agressão ao corpo, preservando, assim, os pacientes. Desde a quinta-feira da semana passada, o hospital começou a fazer as cirurgias oncológicas radioguiadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Após o paciente ser diagnosticado com um tumor, o paciente recebe a injeção de um material que emite radiação, chamado de radiofármaco.

Em seguida, por meio do novo equipamento, será possível detectar o primeiro linfonodo (o primeiro nódulo da cadeia). Se esse ponto estiver comprometido, será retirado apenas um, e não todos os nódulos, para a avaliação. A médica nuclear Clarissa Bornemannntes explica que, antes, o paciente ia para a cirurgia e, ao invés de retirar um, eram retirados vários nódulos para ser fazer a biópsia.

- No caso do câncer de mama, geralmente era retirada toda a cadeia de linfonodos da axila da paciente. Essa paciente, depois, ficava com inchaço no braço, um edema, e isso prejudica o movimento do braço, dificultando as atividades da paciente. Retirando só um linfonodo e não o restante da cadeia, a gente evita que a paciente tenha esse tipo de problema -  comenta Clarissa.

O equipamento é portátil e fica guardado dentro de uma mala no setor de medicina nuclear. No bloco cirúrgico, a equipe médica passará a sonda do Gamma Probe. Como o detector é extremamente sensível, a radioatividade sobre o corpo do paciente, quando encontrar o linfonodo sentinela, vai indicar o ponto e o equipamento irá emitir um sinal sonoro (apito), mostrando o exato local.

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A técnica ajuda a direcionar o local para a retirada do nódulo, diminuindo o tempo de cirurgia, o tamanho da incisão e a manipulação desnecessária do paciente. O estado do nódulo sentinela reflete o estado de todos os outros gânglios, ou seja, se esse não apresentar metástase, a chance de o restante da cadeia estar comprometida é muito baixa.

A expectativa é que sejam feitas quatro cirurgias por dia. Além de cirurgias de câncer de mama e de pele, depois, o objetivo é usar o equipamento em outras áreas, como em cirurgias de cabeça e pescoço. 

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