Foto: Vitória Sarturi
Presidente da Assembleia Estadual esteve no Bom Dia Cidade
O presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, deputado Pepe Vargas (PT), afirmou que a escolha do candidato petista ao governo estadual em 2026 deve ocorrer a partir da construção de uma aliança ampla de centro-esquerda. A avaliação foi feita nesta segunda-feira (11), durante entrevista ao Bom Dia Cidade, da Rádio CDN.
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Pepe está em Santa Maria para conduzir a 5ª edição do Fórum Democrático de Desenvolvimento Sustentável, evento que ocorre no auditório Wilson Aita do Centro de Tecnologia da UFSM na manhã desta segunda. O presidente da Assembleia também comentou sobre a questão e outras demandas legislativas que devem ser votadas ainda este ano.
Possíveis candidatos ao governo do Estado
Ao falar sobre o cenário de disputa eleitoral ao governo estadual no próximo ano, o chefe da Assembleia destacou que a prioridade é apresentar um programa de desenvolvimento econômico com distribuição de renda, diante da perda de participação do Estado na economia nacional.
– O Rio Grande do Sul vem perdendo participação relativa na economia nacional e precisamos retomar um processo de desenvolvimento. Para isso, temos que dialogar não só com a nossa federação, PT e PCdoB, e com o PSol, que esteve conosco na última eleição, mas também com PDT, PSB, Partido Verde e outros – afirmou.
Dentro do PT, dois nomes estão colocados: o ex-ministro e deputado federal Paulo Pimenta (PT), e o ex-deputado estadual e candidato a governador em 2022, Edegar Preto. Outros partidos também têm pré-candidatos, como Juliana Brizola (PDT). Manuela D’Ávila, que deixou o PCdoB, pode se filiar a outra legenda do campo aliado.
– Temos um bom debate para fazer nos próximos meses – completou Pepe.
Presente no programa, ao lado do presidente do Legislativo, o santa-mariense Valdeci Oliveira (PT) também comentou sobre o cenário do partido para 2026:
– Nossa prioridade absoluta é a reeleição do presidente Lula e logicamente trabalhar muito para retomar o governo do Estado. Sem esquecer também da importância política na conjuntura que vivemos de trabalhar muito para que possamos continuar com uma vaga do Estado no Senado, além de uma grande nominata de homens e mulheres para deputados federais e deputados estaduais. O PT tem vários nomes, mas temos que trabalhar com muito diálogo para ampliar este número – defendeu Valdeci, que assume a presidência do partido no Rio Grande do Sul a partir de setembro.
Sustentabilidade e desenvolvimento
Em Santa Maria para painel sobre questões climáticas e desenvolvimento do Estado, o presidente do Legislativo gaúcho frisou que o Fórum Democrático de Desenvolvimento Regional da Assembleia, criado em 1999, terá neste ano como tema a adaptação às mudanças climáticas e a transição energética. Segundo ele, o Estado viveu três secas consecutivas e, desde setembro de 2023, três grandes enchentes, além de outros episódios de chuvas intensas.
– O futuro chegou, e gera um prejuízo brutal. Se mensurarmos o que gastamos de setembro de 2023 para cá, seja o poder público, seja a iniciativa privada, para reconstruir aquilo que o excesso de chuva destruiu, ou se computarmos as perdas na agricultura por três anos de seca consecutivas, há uma brutal perda de recursos econômicos, fora as perdas humanas. Isso significa que não podemos mais produzir do jeito que produzimos – disse.
Pepe defendeu políticas públicas e linhas de financiamento para mudanças nos sistemas produtivos. Ele afirmou que o debate será regionalizado, levando em conta as nove regiões funcionais e os 28 Coredes do RS. Internamente, a Assembleia retomou a coleta seletiva e prepara a contratação de energia limpa no mercado livre:
– Isso vai contribuir para a redução da emissão de gases de efeito estufa e ainda gerar economia de recursos.
Pautas legislativas
Entre as pautas previstas para este semestre, está a instalação da CPI das concessionárias de energia, motivada por falhas no restabelecimento do serviço em eventos climáticos extremos.
– Tem uma concessionária que foi recentemente privatizada e que tem muito problema, que é a CEEE Equatorial. É por causa disso que os deputados assinaram o pedido de CPI – explicou.
Outro tema é a votação do projeto que recria a Secretaria da Mulher, extinta em 2015.
– O Rio Grande do Sul é o Estado com maior número de feminicídios no Brasil e onde a violência contra a mulher cresce muito. A secretaria terá que articular políticas com áreas como segurança, assistência social, saúde e educação – destacou ele.
Pepe também citou a expectativa de votação da adesão ao Programa de Pleno Pagamento das Dívidas dos Estados (Propag), que pode permitir que parte dos juros da dívida com a União seja investida no RS.
– No nosso caso, seriam cerca de R$ 2 bilhões ao ano para investir em educação e infraestrutura – afirmou.
Confira a entrevista completa