Eleições 2014

Confira para quem foram os votos da região nas últimas 5 eleições

Juliana Gelatti

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Olhando para as últimas cinco eleições para presidente e governador, desde 1998 Santa Maria tem votado de forma diferente do restante do país para presidente, inclusive no primeiro turno deste ano. No último dia 5, os eleitores da cidade deram preferência a Aécio Neves (PSDB), enquanto que no país foi Dilma Rousseff (PT) que ficou em primeiro lugar  no cenário nacional.

A única mudança no comportamento ocorreu em 2002, quando os eleitores locais acompanharam o restante do país e elegeram Lula (PT).

Na dicotomia PT-PSDB, que governa o país há 20 anos, a cidade tem pendido para o lado dos tucanos. Prova disso são os resultados do primeiro turno deste ano, do segundo turno de 2010 e do pleito de 2006. Como toda regra tem uma exceção, em 1998, os santa-marienses teriam elegido Lula no primeiro turno, quando o Brasil reelegeu Fernando Henrique Cardoso (PSDB) na primeira etapa.

Considerando, junto com Santa Maria, as três maiores cidades da região, Cruz Alta, São Gabriel e Santiago, os eleitores da região parecem ter votado para não reeleger nenhum presidente, desde 1998. Juntos, os eleitores dessas quatro cidades representam 81% do total de votantes dos 39  municípios da região de cobertura do Diário. Veja ao lado os dados comparados.

Complexidade do processo

Para o cientista político e professor da UFSM, José Carlos Martinez, a falta de convergência entre os resultados locais e nacionais se deve à complexidade do processo eleitoral. Com tantos partidos  e diferentes alianças em cada Estado, fica difícil para o eleitor ser coerente ao votar:

_ É estranho, mas há uma complexidade e até confusão entre partidos e ideologias. Agora, por exemplo, os dois partidos adversários no segundo turno para o governo do Estado são aliados na candidatura presidencial _ explica Martinez.

Conforme o cientista político, caso houvesse apenas dois ou três partidos no país, seria mais fácil para as pessoas escolherem seus candidatos, com base nos mesmos critérios.

_ No caso específico de Santa Maria, é inesperado que o PSDB tenha tido a preferência até nessas eleições, já que é um partido pouco expressivo no Rio Grande do Sul e os governos do PT investiram na cidade _ completa.




Região é bairrista na escolha ao Piratini

Por ser mais representativa entre os eleitores do Estado, os votantes de Santa Maria, Cruz Alta, São Gabriel e Santiago costumam acompanhar os resultados estaduais. Uma amostra dessa tendência foi o primeiro turno deste ano, em que os resultados nessas cidades foram praticamente iguais aos do restante do Estado.

Porém, é possível observar algumas divergências. Em 2006, por exemplo, se dependesse somente dos votos dessas quatro cidades da região, o segundo turno seria decidido entre Yeda Crusius (PSDB) e Germano Rigotto (PMDB), e não entre a ex-governadora e Olívio Dutra (PT).

Em três das quatro últimas eleições ao Piratini, a diferença entre o primeiro e o segundo colocados foi maior na região do que no restante Estado. A exceção foi 2002, quando Rigotto e Tarso Genro (PT) decidiram o segundo turno quase empatados (veja no quadro na página 8). Outra peculiaridade é a vantagem relativamente maior de Yeda nas eleições que a elegeram, em 2006, e de Olívio, em 1998.

Sobre o fenômeno da, até agora, não reeleição dos governadores gaúchos, o cientista político José Carlos Martinez aponta duas possíveis causas: uma delas é que no Estado as forças políticas são muito polarizadas, desde a época dos chimangos e maragatos, e essa escolha é mais emocional do que racional:

_ Outra razão é a crise econômica histórica. Por mais boa vontade que o governador tenha, não encontra recursos para sanar as demandas na área.

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