Com foco na prefeitura, a costura na Câmara de Vereadores de Santa Maria

O político mineiro José de Magalhães Pinto, já morto, costumava dizer que "a política é como nuvem, quando se olha está de um jeito, e se olhar de novo, ela já mudou". A célebre frase cai como uma luva para o cenário político que se desenha para o próximo 5 de outubro, data da eleição para presidência, Senado, Câmara dos Deputados, governo do Estado e Assembleia Legislativa. O olhar apurado da classe política não se limita apenas a esse pleito. Pelo contrário. É em meio a projeções, conjunturas nacional, estadual e local e, até mesmo, a dilemas partidários, que a Câmara de Vereadores de Santa Maria vive o 2014 com o olhar voltado para 2016: ano de eleição municipal.

Na Câmara de Vereadores, o Diário apurou que, dos 21 parlamentares, 17 deles já estão fechados, e outros já se encaminham para isso, com candidatos à Câmara Federal e à Assembleia Legislativa gaúcha nas próximas eleições - é bom ressaltar que essas são costuras políticas, mas tudo será oficializado nas convenções, que ocorrerão de 10 a 30 de junho. Alguns, até mesmo, estarão na linha de frente da campanha de muitos candidatos, como é o caso do quarteto de vereadores petistas Daniel Diniz, Jorge Trindade, Luciano Guerra e Luiz Carlos Fort (leia mais no quadro). Todos conciliarão suas agendas com o mesmo propósito: as reeleições de Tarso Genro e de Dilma Rousseff.

Nos últimos dias, os vereadores do PP - Paulo Airton Denardin, Sandra Rebelato e Sergio Cechin - estiveram reunidos com o presidente do PP gaúcho, Celso Bernardi. No encontro, duas pautas: a coesão dos progressistas em torno da candidatura de Ana Amélia Lemos ao Piratini e a candidatura de Cechin à Assembleia, já que o vice-prefeito José Farret já teria sinalizado que não tem intenção de concorrer.

Já o PDT, que terá o deputado federal Vieira da Cunha como candidato ao Piratini, terá o reforço do pedetista Marcelo Bisogno (PDT), que deve concorrer à Câmara ou à Assembleia e ainda apoiará Vieira da Cunha no pleito ao governo do Estado, e Lasier Martins ao Senado. Também na Câmara, o PTB, que deve seguir ao lado de Tarso, terá candidatura de Ovidio Mayer à Câmara Federal. O DEM, que faz oposição ferrenha ao governo Tarso e que deve militar ao lado de Ana Amélia, acena com duas candidaturas: Manoel Badke (para deputado estadual) e Tavores Fernandes (para deputado federal). 

Eleição deste ano servirá como termômetro para 2016

O pleito deste ano também é um bom termômetro para mensurar o poderio de influência e, é claro, de barganha dos partidos à sucessão de Cezar Schirmer (PMDB). A eleição de outubro é um aperitivo para a corrida municipal de 2016. A avaliação dos vereadores com os quais a reportagem conversou é de que essas eleições servirão para dar o tom dos alinhamentos e dos nomes que estarão na disputa do cenário político para daqui a dois anos.

É ponto pacífico entre os vereadores dos mais antagônicos partidos que a eleição de outubro deste ano será a credencial para que futuros nomes possam se habilitar a concorrer ao Executivo santa-mariense. Em meio a muitas projeções e conjecturas, o PPL sai na frente dos demais, ao menos, em sinalizar com uma candidatura. O partido que tem apenas um parlamentar no Legislativo, o vereador e presidente da Câmara Werner Rempel, está disposto a ser uma alternativa ao pleito de 2016.

E já tem vereador mirando a prefeitura

Status político e vitrine para qualquer partido, a prefeitura de Santa Maria é cobiçada, desde já, por partidos que estão no governo, por aqueles da oposição e, até mesmo, por siglas menores. A aposta de vereadores e de partidos que hoje estão na base do governo Schirmer é que, em 2016, haja uma renovação nas cabeças de chapa da próxima candidatura.

A bancada oposicionista aposta na falta de um nome forte do lado governista para reconquistar o paço. A possibilidade de se ter segundo turno em Santa Maria em 2016 é algo que mexe com pos"