criminalidade

VÍDEO: abril foi o mês com menores indicadores de violência de 2020 em Santa Maria

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Arquivo Diário)

Dois homicídios aconteceram em dois dias no último final de semana em Santa Maria. Um idoso e um jovem, de 60 e 25 anos, foram vítimas dos crimes. As mortes ocorreram dias depois da divulgação de dados sobre violência e criminalidade relativos ao mês de abril deste ano no Rio Grande do Sul. As informações do Estado foram apresentadas pelo vice-governador e secretário de Segurança, Ranolfo Vieira Jr., na última semana. Na comparação entre abril de 2019 e abril de 2020, os números de homicídios e feminicídios aumentaram no Estado. Santa Maria também teve elevação no índice de homicídios, mas não registrou feminicídios nos dois períodos. 

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Entre os quatros meses de 2020, abril foi o que teve os menores indicadores de violência. Apesar disso, os homicídios são maiores em abril deste ano na análise com dados do mesmo mês do ano passado.

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COMBATE À VIOLÊNCIA
Para o delegado titular da Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP), Gabriel Zanella, a prevenção de um crime como homicídio é complexa. Ele ressalta o trabalho da Polícia Civil na elucidação dos casos ocorridos neste ano e o desempenho da Brigada Militar (BM) na detenção de pessoas com antecedentes policiais graves.

- O homicida escolhe a melhor oportunidade para praticar o crime, levando em conta o comportamento e a rotina da vítima. Permanecemos com alto índice de elucidação de homicídios em Santa Maria pela Polícia Civil. Ressaltamos que, em 2020, a DPHPP prendeu 26 adultos e apreendeu dois adolescentes infratores. Ademais, a BM tem trabalhado de forma intensa e qualificada ao prender indivíduos com graves antecedentes policiais por porte ilegal de arma de fogo e tráfico ilícito de drogas - argumenta.

O comandante do 1º Regimento de Polícia Montada (1º RPMon), tenente-coronel Cleberson Bastianello, também fala do trabalho estratégico da BM na contenção dos indicadores não somente de crimes contra a vida, mas em outros indicadores. Ele destaca o Programa Avante, que estabelece critérios do policiamento da BM. Ainda segundo Bastianello, a tendência dos homicídios, por exemplo, já era de aumento em 2020, entretanto, a integração entre as forças de segurança é essencial para segurar esses índices.

- Temos superado dificuldades por meio da integração e inteligência da BM com a Polícia Civil. Os índices têm indicativo de queda no acumulado nos últimos 12 meses. Em 300 mil habitantes, termos 21 pessoas assassinadas é uma probabilidade baixa matematicamente. E, se for analisar, o perfil das pessoas que morreram, a probabilidade de quem não está no mundo do crime é menor - explica Bastianello, em referência ao número de homicídios acumulados até maio de 2020.

VIOLÊNCIA DE GÊNERO
A maioria dos indicadores de violência contra a mulher caiu em Santa Maria no mês de abril em relação ao primeiro trimestre do ano. Além de não ter sido registrado feminicídio no último mês, as tentativas de feminicídios também ficaram zeradas nos registros. Janeiro e março têm uma tentativa cada. O único feminicídio registrado em 2020 na cidade foi em março.

Ocorrências de lesão corporal e ameaças também reduziram. Por outro lado, foram registrados mais estupros em 2020. A estatística de violência contra a mulher é a que mais destoa entre o município e o Estado. No Rio Grande do Sul, o único índice que aumentou na comparação foi o feminicídio. Na cidade, foram os estupros, ainda que abril tenha registrado um caso a menos que março, que teve quatro registros.

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O aumento da violência doméstica durante o isolamento é uma preocupação da Organizações das Nações Unidas (ONU). Uma análise geral dos dados de Santa Maria aponta que a cidade foi na contramão da tendência. A delegada titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), Elizabete Shimomura, comenta que o contexto de mais tempo em casa, aumento da convivência da vítima com o agressor, diminuição ou perda da renda é potencializador da violência doméstica.

- A tendência seria de aumentar. Felizmente, em termos de número de ocorrências, não está acontecendo - fala.

A delegada considera uma possível subnotificação nos crimes contra mulheres. Entretanto, para Shinomura, há um otimismo na eficiência do trabalho desempenhado por órgãos de segurança e justiça na violência contra a mulher, o que explica os números da cidade.

- A gente trabalha em cima de dados oficiais, registros. Pode haver uma subnotificação, mas eu também acredito que essa diminuição pode ser resultado de um conjunto de campanhas, um trabalho da Polícia Civil, bom relacionamento com a Vara de Violência Doméstica. Todas as demandas, prisões que solicitamos, são atendidas. Os agressores, em Santa Maria, têm certeza que vão ser presos com práticas de delitos. Eu não quero acreditar que essa diminuição seja só pela subnotificação, claro que há, mas quero ser um pouco mais otimista - declara a delegada.

A titular da Deam reitera que a delegacia segue aberta para registros de ocorrências, mas que o número de crimes possíveis de registrar pela delegacia online aumentou para facilitar o contato com a polícia durante o isolamento. Quando não há necessidade de medida protetiva, não é necessária a ida até a delegacia. Todas as vítimas que registram ocorrências online são contatadas pela Deam para que seja mensurado o risco de cada caso.

COMO DENUNCIAR
Santa Maria tem telefone para atender mulheres vítimas de violência durante a pandemia, o Disque Covid-UFSM - Acolhe Mulheres (3220-8440). O atendimento funciona das 8h ao meio-dia e das 18h às 22h. Há, ainda, o atendimento no número Disque 100 e Ligue 180, com atendimento 24 horas para mulheres vítimas de violência doméstica. Os mesmos serviços podem ser acessados no aplicativo Direitos Humanos Brasil, disponível para Android e iOS.

*Colaborou Leonardo Catto

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