Caso Felipe Rita

Um mês após crime, familiares pedem justiça por homem morto a facadas em Santa Maria

Um mês após crime, familiares pedem justiça por homem morto a facadas em Santa Maria

Foto: Maurício Barbosa (arquivo)

Na noite desta quarta-feira, familiares e amigos de Felipe Moraes Rita, 38 anos, morto a facadas na madrugada do dia 24 de abril, vão participar da missa de um mês da morte dele. A celebração acontece às 19h, na igreja Nossa Senhora de Fátima. Inconformados com a perda, eles pedem por justiça e que o suspeito seja preso. O advogado Bruno Seligman de Menezes, que atua como auxiliar de acusação enviou uma nota a imprensa. Confira abaixo:


NOTA À IMPRENSA


A família de Felipe de Moraes Rita, às vésperas de completar trinta dias de seu homicídio, após examinar exaustivamente os autos do inquérito policial, incluindo as mídias que o acompanham, bem como ouvir inúmeras pessoas que, voluntariamente os procuraram para prestar seus relatos, vem a público, por seus procuradores, dizer que:

1) É mentirosa a afirmação de Ariane Sangoi, veiculada na imprensa e nas redes sociais, de que Elson Dias Gonçalves matou Felipe para protegê-la de um feminicídio. Quando Felipe ingressou no pátio, Elson saiu correndo, pela rua, de cuecas. Antes fosse para pedir auxílio, mas foi para se armar de um paralelepípedo que, associado a uma faca que já portava, foram as agressões iniciais feitas a Felipe, que não portava arma ou instrumento algum;

2) Elson Dias Gonçalves, após ter quebrado a primeira faca, tamanha a violência dos golpes, buscou uma maior, e ao desferir os golpes derradeiros, gritava – o que foi ouvido por vizinhos – que era pelo dano que Felipe havia causado em sua moto; 

3) Ariane Sangoi que, a todo tempo, esteve com o celular em mãos, em momento algum chamou o socorro, seja ele médico ou policial. Vizinhos informam que parecia estar no whatsapp. A única providência que tomou foi mandar Elson lavar-se e fugir antes que chegasse a polícia, de modo que há a mais plena convicção, e elementos probatórios suficientes, de que Ariane Sangoi incorreu nos crimes de omissão de socorro e favorecimento pessoal. Na tarde de ontem(22), foi apresentada notícia-crime junto à Delegacia Regional de Polícia, a fim de que Ariane seja investigada e, ao final, levada a julgamento pelo Tribunal do Júri, em razão da conexão com o crime homicídio qualificado praticado por Elson;

4) Não há razões para que Elson Dias Gonçalves não esteja, desde os primeiros dias, preso preventivamente. Trata-se de um dos mais bárbaros homicídios ocorridos nos últimos anos, com uma motivação essencialmente patrimonial, sem qualquer possibilidade de defesa. Há diversos casos recentes, na Comarca, com muito menos gravidade, que ensejaram prisão preventiva, e – acredita-se – a segregação seja o melhor instrumento para acautelar o processo, aplacar o clamor causado pela gravidade concreta do crime e garantir que a lei seja aplicada, já que, segundo informações, nem mais se encontra na cidade.


BRUNO SELIGMAN DE MENEZES (OAB/RS 63.543) e DIEGO DA ROSA GARCIA (OAB/RS 118.774)


O crime

Felipe De Moraes Rita foi morto com golpes de faca por volta das 2h30min da madrugada de 24 de abril, na casa da ex-companheira. Eles haviam terminado o relacionamento há cerca de 20 dias, mas segundo familiares, seguiam tendo contato. Elson Dias Gonçalves estava na casa dela quando Felipe chegou ao local e os dois entraram em luta corporal. 


Felipe foi morto com pelo menos oito facadas no pátio da casa. Após o crime, Gonçalves fugiu e se apresentou à polícia no dia seguinte. A Brigada Militar foi chamada, isolou o local e acionou a Polícia Civil. 


O suspeito se apresentou na Delegacia de Polícia e Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP) acompanhado do advogado Christiano Pretto e alegou legítima defesa. A polícia concluiu o inquérito  e indiciou Elson Dias Gonçalves, 31 anos, por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e dificuldade de defesa da vítima.


O advogado Christiano Pretto que representa o acusado enviou uma mensagem com o posicionamento da defesa sobre a manifestação da família. 


— Estamos aguardando a denúncia, para que possamos elaborar a resposta à acusação e procedermos com a juntada de provas, além de arrolar testemunhas. Desde o início o meu cliente colaborou, apresentando-se na delegacia de polícia para prestar depoimento e jamais se eximiu dos fatos — diz Pretto.


A reportagem entrou em contato com Ariane Sangoi, mas até a publicação ela não havia se manifestado.  

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