feminicídio

Um ano após corpo ser encontrado, caso Taísa avança pouco

Camila Gonçalves

Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
Dierson Macedo de Paula, 29 anos, irmão de Taísa, e Ana Paula Soares da Conceição, 23 anos, cunhada

Completou um ano, na quarta-feira, desde que o corpo de Taísa Macedo Paula, 26 anos, foi encontrado em Itaara, depois de 36 dias do desaparecimento da jovem. A família notificou a Polícia Civil que Taísa havia sumido no dia 12 de junho de 2017. Carlos Rudinei de Oliveira, 35 anos, um homem com quem ela tinha um relacionamento, é o acusado do homicídio qualificado e da ocultação de cadáver. A qualificadora do crime é feminicídio, quando uma mulher é assassinada pela condição de gênero. O crime prevê pena de 12 a 30 anos de reclusão em caso de condenação. Como Taísa estava grávida de 16 semanas aproximadamente, o tempo de prisão determinado pela sentença pode ser aumentado em um terço. 

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O suspeito não mencionou a gestação em seu depoimento. A polícia não descartava que o fato pudesse ser uma das motivações do crime. O irmão de Taísa, Dierson Macedo Paula, 30 anos, contou ao Diário, em março deste ano, que Taísa conheceu Oliveira na igreja em que estudava para ser missionária. Ele era pastor e, portanto, conhecido da família. Dierson sabia do relacionamento da irmã, mas a mãe deles, não. O homem prometia deixar a esposa, e o prazo dado por Taísa para que ele assumisse o relacionamento era o dia 12 de junho, Dia dos Namorados. Dierson lamenta que, um ano depois, o suspeito ainda esteja solto.

- Nos sentimos sem defesa, porque ele fez o que fez e está livre. É um sentimento de impotência - declarou o irmão.

O ex-pastor confessou a autoria do crime. De acordo com o depoimento do acusado à polícia, ele encontrou a jovem na rua. Eles haviam discutido, ela teria entrado no carro dele, e os dois teriam ido ao local do crime, uma estrada na localidade de Rincão da Limeira, no interior de Itaara. Lá, o casal teria discutido novamente. Na versão de Oliveira, após a briga, ele acabou agredindo-a. O acusado teria matado Taísa a marteladas.

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O suspeito responde ao processo em liberdade e, até hoje, não houve audiência alguma sobre o caso. O último despacho do juiz Leandro Augusto Sassi, que respondia pela 1ª Vara Criminal de Santa Maria em junho deste ano, negou a restituição do veículo ao réu. O Renault Scenic foi apreendido durante a investigação para passar por perícia. Não foi constatado sangue no veículo. A alegação do magistrado é de que o carro deve ficar disponível para nova perícia. No mesmo despacho, o juiz informa que aguardava a abertura da pauta para a designação de audiência.

O advogado da família de Taísa, Daniel Tonetto, diz que acredita que o caso irá a júri popular.

- O inquérito foi muito bem feito, temos certeza de que o caso vai ao Tribunal do Júri - disse Tonetto.

O advogado do réu, Flávio Lauceri Luccas, preferiu não falar sobre o caso antes que Oliveira seja ouvido em juízo.

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