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Irmãos acusados de triplo homicídio em Restinga Sêca são condenados

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Divulgação (Anderson Puiatti/Tribuna de Restinga)

ATUALIZADA: matéria atualizada às 10h21min do dia 26 de novembro de 2020

O Tribunal do Júri de Restinga Sêca julgou, nesta terça-feira, os irmãos Vitor Gilmar Lopes da Silva, 26 anos, e Jorge Gilberto Lopes Linhares, 40, por um triplo homicídio e uma tentativa de homicídio que aconteceu em setembro de 2018 no centro da cidade. Eles foram apontados como autores dos assassinatos de Maikel Lima Dias, 33 anos, Claudio de Abreu Ribeiro, 46, e Drieli Ramos Rodrigues, 23, dentro de uma residência em frente à prefeitura. Eles também teriam tentado matar ainda, um jovem que na época tinha 19 anos. Vitor e Jorge foram condenados às penas de 48 anos e quatro meses, e de 51 anos de prisão, respectivamente.

O júri teve duração de mais de 15 horas e foi conduzido pela juíza Juliana Tronco Cardoso. Por conta da pandemia, não foi permitida a presença de público. No entanto, um aparato policial foi montado para garantir a segurança do evento.

Conforme a denúncia do Ministério Público, os réus teriam matado as vítimas por testemunharem a tentativa de assassinato do jovem, que era alvo da dupla. De acordo com o promotor Claudio Estivallet Junior, a motivação do crime teria sido dívidas relacionadas ao tráfico de drogas.

- Foi horroroso, foi uma barbárie, um ato de covardia, uma execução. Definiria como uma chacina. Duas vítimas foram alvejadas sentadas no sofá da sala e outra na cabeça, com tiro a queima roupa - descreve o promotor.

RECURSOS
Para Estivallet, a decisão dos jurados vai ao encontro da expectativa do Ministério Público, que não deve recorrer:

- Concordo integralmente (com o resultado). A sociedade de Restinga Sêca não aceita isso, e essa foi a mensagem passada pelo julgamento.

Já o advogado Leonardo Sagrillo Santiago, que fez a defesa de Jorge Gilberto Lopes Linhares, diz que o júri não deu resposta condizente com as provas do processo e que por isso pretende recorrer:

- Não concordo com o resultado. As provas do processo não apontam para essa decisão que o júri optou. Ontem mesmo já fiz interposição na própria ata do júri. Minha tentativa agora é demonstrar no tribunal que a decisão dos jurados é manifestamente contrária à prova dos autos e aí ele (o réu) será novamente submetido ao júri.

Santiago defendeu a tese de negativa de autoria. O advogado também sustenta que Jorge não tem envolvimento com nenhuma organização criminosa.

- O que o meu cliente sempre disse é que não há nenhum envolvimento dele com esse triplo homicídio. A denúncia coloca a questão das drogas como motivo, mas o processo não aponta para esse sentido, e é isso que a gente tentou demonstrar para os jurados, que não há nenhuma prova, nenhum indício de que ele tenha ligação com qualquer tipo de facção - conclui.

A defensora pública Mariana Fenalti Salla atuou na defesa de Vitor. Segundo ela, a Defensoria Pública já interpôs recurso à decisão do juri. A defesa afirma que o réu não teve participação nos crimes.

- Vitor estava em outro local na ocasião e reunirá novas provas nesse sentido, corroborando a perícia técnica e a prova testemunhal existentes - conclui a defensora.

O CRIME 

O crime aconteceu em uma casa da Rua Moisés Cantelli. A Brigada Militar foi acionada para atender a ocorrência por volta das 23h. Uma testemunha conseguiu identificar os autores do crime e, a partir disso, a Polícia Civil realizou a prisão dos suspeitos, que foram encontrados em uma casa na Rua Osvaldo Aranha. No local do crime, 17 cápsulas de munições foram encontradas. O jovem que sobreviveu foi socorrido e recebeu atendimento no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm).

Os dois tiveram prisão preventiva decretada e, na época, foram levados ao Presídio Estadual de Agudo. Quase um mês após o crime a Justiça aceitou a denúncia contra os imãos

Atualmente Jorge e Vitor estão presos no Presídio Estadual de Cachoeira do Sul.

OFENSIVA AO TRÁFICO

O triplo homicídio está entre sete homicídios investigados pela Polícia Civil como execuções por disputas de facções criminosas em Restinga Sêca. Desde outubro deste ano, a polícia tem realizado operações que já resultaram na prisão de 23 pessoas. As operações buscam apurar a autoria de crimes como ameaças, lesão corporal, tentativa de homicídio, homicídios e tráfico de drogas.

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