Um homem de 32 anos, apontado como pedófilo pela Polícia Civil, foi preso na Região Oeste de Santa Maria nesta quinta-feira. Ele é suspeito dos crimes de pedofilia, facilitação de participação de adolescente em cena pornográfica e favorecimento da prostituição, de acordo com a Polícia Civil.
Conforme o delegado Josuel Muniz, titular da delegacia de polícia de Cruz Alta, a investigação começou há seis dias, quando a mãe de um adolescente de 14 anos, que mora em Cruz Alta, procurou a polícia para denunciar o suspeito.
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Ela contou que encontrou no celular do filho registros das conversas que ele teve com o suspeito. Ele pediu ao menino que se fotografasse nu em posições eróticas. Em troca, receberia um par de chuteiras.
O menino enviou as fotos de acordo com a polícia. Em seguida, o suspeito pediu que os dois se encontrassem em um motel em Cruz Alta. A intenção dele, aponta a investigação, era estuprar a vítima.
A Polícia Civil descobriu que o suspeito residia no Bairro Nova Santa Marta, em Santa Maria, e pediu à Justiça sua prisão preventiva, pois a investigação teve acesso às mensagens e as fotos das quais a mãe falava. Ele foi localizado em casa, local onde, no dia anterior, houve revista e foram encontradas mais de 2 mil fotografias de pornografia infantil armazenadas em computador e celular. A Polícia Civil verificou também que o suspeito se comunicava com pedófilos em todo o Brasil, tendo estabelecido um canal por meio do qual trocava fotos e telefones de adolescentes "numa verdadeira rede de pedofilia".
- As imagens e diálogos são estarrecedores e demonstram claramente que ele primeiro aliciava os adolescentes para que lhe remetessem fotografias em cenas com finalidades lascivas. Depois, marcava encontros e mantinha relações homossexuais com os mesmos menores em troca de algum presente, valor em dinheiro, ou promessas de carreira profissional, um verdadeiro 'comércio sexual', onde os meninos eram atraídos à prostituição, integrando o 'mercado dos prazeres sexuais' - relata o delegado Muniz.
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O suspeito confessou os crimes em depoimento à Polícia Civil. Citou, durante interrogatório, 26 nomes de meninos que foram suas vítimas, seja por envio de fotografias pornográficas ou estupro. Há vítimas do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
COMO ELE COMETIA OS CRIMES
O delegado Muniz explica que o suspeito se apresentava como "empresário de futebol" e que "já tendo treinado equipes infantil e infanto-juvenis em Santa Maria".
Por meio da posição que ocupava, conquistava a confiança dos adolescentes pagando inscrições e viagens para campeonatos esportivos, ou dando uniformes e acessórios, como chuteiras, além de fazer recargas em telefones celulares.
Dessa forma, se aproximava da vítima e pedia fotos ou que se encontrassem em algum lugar, onde cometia o estupro. Em troca, garantia mais "presentes" e fazia promessas de "ascensão profissional na área esportiva".
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Muniz conta que a maior parte das vítimas eram adolescentes que sonhavam se tornar atletas profissionais, logo, eram "facilmente iludidas diante de um treinador amigo que parecia estar querendo o bem deles".
O suspeito já está no Presídio Estadual de Cruz Alta. A pena para o crime pode chegar até 10 anos de prisão de acordo com o delegado Muniz, tendo por base o Código Penal. Já considerando o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a pena para o crime tem previsão de 4 a 8 anos de reclusão.