Operação Maturin: defesa de advogado preso acusado de ter ligação com organização criminosa entra com pedido de Habeas Corpus

Operação Maturin: defesa de advogado preso acusado de ter ligação com organização criminosa entra com pedido de Habeas Corpus

Foto: Polícia Federal (Divulgação)

A Operação Maturin, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na última quinta-feira (3) e que realizou 15 prisões em Santa Maria por envolvimento com tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, segue com desdobramentos.

 

Um dos presos pela operação foi o advogado Jeronimo Temp Martins – de acordo com GZH –, natural de Santa Maria, mas com registro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Santa Catarina. De acordo com a PF, ele teria ligação com o grupo e é investigado por associação para o tráfico. Por isso, teve sua prisão temporária decretada por 30 dias.


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A sua defesa solicitou um pedido de Habeas Corpus, com pedido de prisão domiciliar nesta segunda-feira (7), e aguarda a resposta no prazo de até 48h.


Ele é representado pelos advogados Cristiano Pretto e Marco Aurélio Júnior. Procurado pela reportagem do Diário, Cristian o afirmou os motivos que levaram ao pedido de um Habeas Corpus para prisão domiciliar.


– Há menos de 15 dias, meu cliente teve uma pneumonia muito forte e ficou internado em estado grave. Por isso, entramos com o pedido. Outro ponto, como ele tem nível superior, ele tem direito sobre um cela especial, isso é amparado pela lei – afirma.


Quando questionado sobre qual seria a relação de seu cliente com a organização criminosa, o advogado afirma que "ele prestava serviços como advogado e pode ter sido mal interpretado". Além disso, disse que ainda é cedo para afirmar por "quais crimes seu cliente responde".


– Não tivemos tempo hábil para analisar todo o processo, pois ele é muito extenso. Também não tivemos acesso a todos os autos, por isso só poderemos nos manifestar melhor quando conseguimos acessar todas as informações – conclui o advogado.



Já o advogado Flavico Barreiro, procurado pela reportagem, confirmou que representa sete clientes envolvidos neste caso. Entre eles, estariam Gabriel Mathias, de 24 anos, acusado de ser o líder da organização na cidade e também o seu pai, Edson Pereira Bataglin. Mais três familiares deles estariam envolvidos neste caso; as outras duas pessoas não foram identificadas. Ou seja, 5 pessoas de uma mesma família estariam entre os suspeitos de fazer parte deste grupo.


De acordo com informações divulgadas pela GZH, Edson Bataglin é servidor público municipal desde 2000, trabalhando atualmente na Guarda Municipal. Em nota, a prefeitura de Santa Maria disse que tomou conhecimento da prisão do agente e que não foi informada oficialmente do caso, mas está auxiliando a PF. Além disso, a Controladoria-Geral do Município buscará informações junto aos órgãos envolvidos para apurar se há alguma relação com a atuação funcional e quais os desdobramentos do caso em relação à legislação municipal.


Dessas sete pessoas, seis estão com a prisão preventiva decretada, enquanto somente uma está em prisão temporária por 30 dias. Neste último caso, a defesa afirma que vai entrar com pedido de substituição da prisão temporária pela domiciliar.

– Vamos providenciar seis pedidos de revogação da prisão preventiva também – afirma o advogado.


Ainda segundo Flavico Barreiro, as investigações correm em segredo de Justiça e ainda há mais duas fases no processo.

Outra pessoa presa suspeita de envolvimento nesta organização é Nicolas Xavier, popularmente conhecido como Nicão. Ele foi candidato a vereador pelo PDT nas eleições municipais de 2016 e a deputado federal pelo Solidariedade no pleito eleitoral do ano passado. Ele consta como sócio de Gabriel Mathias Bataglin nas distribuidoras de bebidas que seriam usadas para lavar o dinheiro do tráfico. Por isso, foi indiciado por associação para o tráfico e lavagem do dinheiro. 


Ele está na Penitenciária Estadual de Santa Maria (Pesm). A sua prisão preventiva tem motivo diferente das demais executadas pela operação, porque é referente a uma investigação da Delegacia da Polícia Federal de Campinas, em São Paulo, por tráfico internacional de drogas. O processo corre também em segredo de Justiça.


De acordo com o seu advogado, Lisandro Silva de Souza, é necessário primeiro, ter acesso a todos os autos, para de fato entender quais são as acusações e tomar as medidas cabíveis. 


Ele finalizou afirmando que, após ter acesso aos autos, vai agir para que seu cliente responda ao processo em liberdade, pois "ele possui uma filha de 16 dias e precisa realizar exames específicos para tratar uma gastrite".


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