projeto inspira

Oito detentas de Santa Maria tiveram a chance de passar o dia com os filhos

Camila Gonçalves


Foto: Renan Mattos (Diário)
O Projeto Inspira propiciou que mães detentas passassem a sexta-feira com seus filhos fora da cadeia

Oito mulheres que cumprem pena em regime fechado no Presídio Regional de Santa Maria tiveram a oportunidade de passar o dia com seus filhos na sexta-feira. E isso aconteceu longe das celas e do ambiente prisional. Ao todo, 20 crianças e adolescentes de 2 a 14 anos foram levados logo cedo para reencontrar suas mães no Centro de Convivência e Treinamento da Polícia Federal, na Avenida Hélvio Basso.

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O encontro é propiciado pelo Projeto Inspira, promovido por Polícia Federal, Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) e Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), com apoio da Polícia Rodoviária Federal, da Polícia Civil, da Brigada Militar, da Receita Federal e do Exército. Representantes dos órgãos parceiros assistiram à apresentação do documentário Um Abraço Sem Grades, sobre o projeto, produto de dissertação de  Nelia Maria Portugal Flores, do Mestrado Profissional em Saúde Materno Infantil da Universidade Franciscana (UFN).

O dia teve uma mistura de diversão, troca de afeto e serviços. Depois de um breve momento de aproximação entre mães e filos, eles receberam lanches e participaram de atividades recreativas promovidas por estudantes de Pedagogia da UFSM. As crianças receberam cortes de cabelo, higienização e avaliação odontológica e foram fotografadas por Luciano Souza, um fotógrafo voluntário que doou as imagens para serem guardadas como lembrança.

Antes de ir embora, as crianças ainda receberam material escolar. As bandas da Brigada Militar e do Exército também fizeram apresentações para as famílias.


Foto: Renan Mattos (Diário)

Para permitir que o encontro de mães e filhos aconteça, cerca de 100 servidores das forças de segurança se mobilizam pelo menos duas vezes por ano. Esta foi a 7ª fase do projeto. As participantes são escolhidas de acordo com critérios como bom comportamento. Muitas das detentas só veem os filhos nas edições do projeto, pois não têm familiares que levem as crianças às visitas. Para o delegado Getúlio Jorge de Vargas, da Delegacia da PF em Santa Maria, que coordena o Inspira, depois de dois anos de existência do projeto, o desafio dos gestores, agora, é levar a iniciativa para os presídios:

- Queremos construir uma sala mais lúdica, com um ambiente adequado para o encontro dessas mães com seus filhos dentro do presídio - projeta o delegado.

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REENCONTRO
Uma das presas, de 30 anos, reencontrou os quatro filhos na sexta-feira. A filha mais nova, hoje com 3 anos, tinha 8 meses quando a mãe foi presa pela segunda vez, em 2010. O filho mais velho dela foi concebido durante a primeira detenção e viveu quatro meses com a mãe na Penitenciária Feminina Madre Pelletier, em Porto Alegre. O vai-e-vem de encontros, porém, não acostumou o coração da mãe: 

- Na chegada, eles estranham. Eles se acostumam rápido com outras pessoas quando são pequenos - conta a detenta.

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