violência

Número de assassinatos neste ano é menor do que 2018 em Santa Maria

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)

No acumulado dos primeiros 10 meses do ano, Santa Maria contabiliza 34 mortes violentas, sendo 32 homicídios e dois latrocínios (roubo com morte). A efeito de comparação, foram, em igual período no ano passado, 36. O que representa uma redução de pouco mais de 5%. Se o ano acabasse agora, com esses números, a cidade igualaria o número de óbitos bem próximo do distante 2004, quando, em 12 meses, aconteceram 32 assassinatos. Porém, ainda restam mais de 70 dias para o fim de 2019.

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Na semana passada, a Secretaria Estadual de Segurança Pública divulgou dados referentes ao RS Seguro, programa do governo para reduzir os índices de violência. Lançada em fevereiro, a iniciativa abrange 18 municípios - justamente aqueles que concentram a maior parte dos delitos -, incluindo Santa Maria. 

Se, recentemente, os dados do Executivo gaúcho demonstram quedas consideradas expressivas em números de homicídios e de outros crimes - como feminicídios - em várias cidades gaúchas, a redução se reflete timidamente em Santa Maria. Em todo o 2018, a cidade teve dois feminicídios. Agora, até este mês, das seis mulheres assassinadas, três foram vítimas de ex-companheiros. 

Após queda em 2018, número de assassinatos volta a crescer em Santa Maria

Mesmo assim, o titular da Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa, Gabriel Zanella, entende que o RS Seguro traz como saldo inicial a integração entre os órgãos de segurança pública "por meio do planejamento e execução de ações conjuntas de prevenção e repressão aos crimes, o que tem levado a resultados positivos".

Quanto à redução tímida de apenas 5% nos crimes na comparação de outubro deste ano com igual período de 2018, o delegado diz que se espera e se trabalha para que, até o fim do ano, os números não tenham avanços consideráveis.

ELUCIDAÇÃO 
Zanella enfatiza que a pronta resposta à sociedade, já nos minutos subsequentes ao crime, é determinante para que se tenha um índice expressivo de elucidação dos crimes. Com isso, se tem, em média, 90% de elucidação de todas as mortes violentas cometidas até aqui.

De todos os homicídios consumados neste ano, apenas dois ainda não estão totalmente esclarecidos, cita Zanella. Foram ainda 42 prisões (a maioria preventivas) de criminosos e oito adolescentes apreendidos por envolvimento em crimes. 

"Feminicídios e latrocínios chocam mais", afirma delegado
Das 34 mortes violentas nestes 10 meses de 2019, mais de 80% delas se deram em um contexto que, basicamente, segue o mesmo perfil: tanto as vítimas quanto os autores dos homicídios contabilizam antecedentes criminais e têm passagens pelo sistema prisional.  

Em livre tradução, segundo o delegado Gabriel Zanella, são pessoas ligadas ao tráfico ilícito de drogas e a desavenças e rixas do mundo do crime. Ainda assim, os cerca de 20% dos assassinatos restantes se deram em um cenário em que prevalece motivos fúteis e passionais (o que leva invariavelmente ao feminicídio), sublinha o delegado de Homicídios.

Em relação ao feminicídio, Zanella cita que, em todo o ano passado, foram dois casos. Já agora, em 2019, são três. Sendo que dois dos autores seguem presos e o terceiro cometeu suicídio. Esse tipo de crime, ele enfatiza, "choca a sociedade pelo sentimento de posse e de passionalidade doentia com que é típico dos assassinos de mulheres".

Igualmente preocupante são os latrocínios, em que há roubo e morte. Segundo o delegado, aconteceram dois nesses 10 meses. Zanella diz que "o emprego da violência pelo bandido que, pelos mais diversos motivos, acaba executando a vítima", também impacta a sociedade.

ATUAÇÃO DA BRIGADA
O outro braço no combate à criminalidade se dá por meio da atuação da Brigada Militar. O comandante do 1º Regimento de Polícia Montada (1º RPMon), tenente-coronel Erivelton Hernandes Rodrigues, destaca o patrulhamento preventivo e ostensivo da BM na tentativa de evitar, ao máximo, o latrocínio.  

Com um déficit de 40% de efetivo, a Brigada recebeu, entre o fim de agosto e o começo de setembro, o reforço de 17 soldados que já atuavam em outras cidades gaúchas e que, agora, se somaram ao efetivo local.

Nestes 10 meses, o coronel enfatiza o patrulhamento direcionado e a retirada de circulação de 272 armas brancas (facas) e de fogo. Foram, até agora, capturados 244 foragidos da Justiça que deveriam estar cumprindo pena por algum crime e que estão soltos.

- O nosso foco está em evitar, ao máximo, o latrocínio. Até porque (o latrocínio) é o roubo que deu errado. E isso nos preocupa. Sem dizer que, ultimamente, o criminoso tem se utilizado muito da arma branca para cometer delitos, já que ela (faca) prevê uma penalidade menor. Hoje, ele não quer mais nem a carteira, o alvo é o celular - avalia.

Hernandes ainda diz que a redução dos índices de criminalidade deve se dar de forma mais considerável quando passar a funcionar o cercamento eletrônico e o videomonitoramento com 691 câmeras em 146 locais da cidade junto ao Centro Integrado de Operações e Emergência (Ciope), que funcionará na Avenida Medianeira, na antiga sede da Justiça Militar da União.


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