caso isadora

Namorado suspeito de matar modelo santa-mariense é preso em Santa Catarina

Michelli Taborda

Foto: Arquivo Pessoal

Foi preso preventivamente, na tarde desta segunda-feira, o suspeito de ter assassinado a modelo santa-mariense Isadora Viana Costa, 22 anos, em maio deste ano. Paulo Odilon Xisto Filho, 36 anos, era namorado da jovem e já havia sido denunciado, no dia 4 de julho, por homicídio qualificado por feminicídio e recurso que impossibilitou a defesa da vítima, além de fraude processual, já que, segundo o Ministério Público catarinense, a cena do crime foi modificada a fim de induzir a perícia a erros.

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Dias depois da denúncia, o MP entrou com um novo pedido de prisão preventiva de Paulo Odilon, que foi aceito, nesta tarde, pelo juiz Welton Rubenich, da 2ª Vara de Imbituba. Paulo Odilon foi preso por equipes da Polícia Civil dentro do cartório onde trabalhava, por volta das 15h. Segundo o delegado responsável pelas investigações do caso, Raphael Rampinelli, o suspeito não quis se manifestar durante a prisão.

- Ele colaborou com a prisão e não foi necessário o uso de algemas - comentou o delegado Rampinelli.

Conforme a decisão judicial, foi cumprido, no dia 7 de julho, um mandado de busca e apreensão no chalé onde Paulo Odilon estava hospedado. No local, os policiais encontraram seis garrafas de vinho - quatro vazias, uma pela metade e uma cheia - duas garrafas de cerveja - uma vazia e outra cheia -, comandas de um hotel, referentes ao consumo de bebidas alcoólicas, e extrato de pagamento da conta.  

Os objetos encontrados foram apreendidos, já que iam contra a determinação judicial anterior, expedida em 4 de junho. Na decisão, que revogava o primeiro pedido de prisão preventiva, o juiz determinava que Paulo Odilon não poderia frequentar bares, boates e festas, além de não fazer uso de bebidas alcoólicas ou entorpecentes, e também não poderia manter contato com as testemunhas do caso nem deixar o país. Na ocasião, o passaporte também foi retido e, ainda de acordo com o MP, a Justiça determinou que ele não poderia se ausentar de Imbituba, onde o crime aconteceu, por mais de sete dias sem autorização prévia.  

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Ainda de acordo com o decreto da prisão preventiva, foram feitas interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça no período de 12 a 26 de maio. Nas ligações interceptadas, Paulo Odilon fala sobre episódios em que teria feito uso excessivo de bebidas alcoólicas. Além disso, segundo as investigações, o suspeito teria demonstrado comportamento agressivo, inclusive com os familiares e com o delegado Raphael Rampinelli, por meio de ameaças por mensagens de texto e de voz, postadas em grupos de WhatsApp.

"Assim, mostra-se insustentável a manutenção das medidas cautelares  alternativas à prisão, haja vista que a conduta que vem sendo mantida por Paulo demonstra que elas são insuficientes para acautelar a ordem pública e assegurar o bom andamento da instrução criminal", afirma o juiz Welton Rubenich, na decisão.

Paulo Odilon ficará recolhido na Unidade Prisional Avançada de Imbituba.

O QUE DIZ A DEFESA 

"A defesa de Paulo Xisto vem esclarecer que considera desnecessária e descabida a prisão preventiva decretada, pois o acusado vem colaborando com a apuração dos fatos e nega veementemente a prática do crime imputado. Não houve violação das medidas cautelares impostas e a decisão está equivocada. Utilizaremos todos os meios processuais para reestabelecer a liberdade do acusado."
Aury Celso Lima Lopes Júnior, advogado de defesa

O QUE DIZ A ACUSAÇÃO

"Tivemos conhecimento hoje à tarde da decretação da prisão preventiva e, ao tomarmos ciência da íntegra da decisão, entendemos ser totalmente acertada, e a subscrevemos na sua integralmente. O juiz, ao nosso ver, sintetiza sua fundamentação nesta assertiva: 'É preciso ter lealdade processual. Aceitou a medida [cautela], cumpra-a. Descumpriu-a, assuma seu erro e recolha-se à prisão, local adequado àqueles que não sabem cumprir as regras e apresentam risco para a sociedade se em liberdade', o que é o caso, pois ficou mais uma vez comprovado que o réu solto oferece risco à sociedade, e o que menos queremos neste momento é que outras pessoas passem pelos sofrimentos de Isadora e toda a sua família ainda em luto."
Daniela Félix, advogada da família de Isadora e assistente de acusação

COMO ACONTECEU O CRIME 
Conforme as investigações, o casal se conheceu em Santa Maria, em março de 2018. No mês seguinte, o namoro teve início, e Isadora aceitou o convite do namorado para passar alguns dias em Imbituba. Na madrugada do crime, os dois tiveram uma discussão que terminou na morte da jovem. A denúncia aponta que Paulo Odilon era lutador de artes marciais e, por isso, conseguiu imobilizar a namorada, desferindo diversos golpes no abdômen. 

- O médico legista concluiu que as lesões traumáticas encontradas no abdômen da vítima, como laceração de vasos abdominais e laceração hepática, foram decorrentes de ação mecânica de alto impacto contra o abdômen e provavelmente repetitiva, compatíveis com múltiplos chutes, joelhadas e socos - escreveu a promotora. 

Após o crime, Paulo Odilon solicitou atendimento ao Corpo de Bombeiros, mas não acompanhou Isadora até o hospital. O MP alega que o acusado permaneceu dentro da residência, para ocultar provas e dificultar o trabalho de investigação. O acusado só foi para o hospital após modificar a cena do crime. No local, encontrou a amiga, para quem entregou as chaves do apartamento para que ela retirasse o lençol sujo de sangue que estava em cima da cama. 

O INDICIAMENTO 
Após as investigações. a Delegacia de Polícia de Imbituba cumpriu mandado de busca e apreensão na residência de Paulo Odilon e, no dia 14 de maio, foram apreendidos duas toalhas, duas camisetas e quatro pedaços de panos com vestígios de sangue. Dois deles já estavam lavados e dois ainda estavam de molho em um balde com água. Além disso, foram apreendidos uma espingarda calibre .12, 80 munições calibre .12, 66 munições calibre .380. Uma pistola Glock calibre .380 foi entregue posteriormente à polícia. 

As armas estavam com os registros vencidos. Também foram apreendidos uma mira à laser para uso em arma de fogo, fabricada na Argentina, de uso restrito.

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