Será verdade?

Mensagem de um suposto estupro vira assunto em redes sociais e deixa estudantes de Santa Maria em alerta

da redação

Uma mensagem de alerta de um suposto estupro que teria acontecido na área central de Santa Maria envolvendo uma estudante universitária se espalhou pelas redes sociais e em grupos de WhatsApp desde a quinta-feira e tem deixado jovens em alerta na cidade.

Na quarta-feira, o áudio com uma voz feminina começou a ser compartilhado em grupod no Whats App e replicado em posts no Facebook e no Twitter. No áudio, uma mulher relata que dois homens teriam parado um carro para pedir informações a uma menina na rua. Quando a suporta vítima foi responder, acabou surpreendida por um deles e colocada no carro à força, sendo vítima de um estupro. No mesmo áudio, a mulher relata que a vítima estaria com uma amiga, que conseguiu correr e fugir da dupla. De acordo com as mensagens, o fato teria acontecido na Rua Duque de Caxias, próximo da Faculdade de Direito de Santa Maria (Fadisma).

A divulgação do áudio acabou gerando posts em redes sociais, alertando para o fato. Uma das jovens que recebeu o áudio conta que fez um post com a intenção de alertar outras pessoas. Nesta sexta-feira, a publicação já tinha mais de 500 compartilhamentos no Facebook e mais de 100 no Twitter. Além dos compartilhamentos, as publicações têm muitos comentários, a grande maioria de mulheres avisando outras mulheres.

- Eu fiquei muito abalada quando fiquei sabendo desta história e realmente pensei muito se postaria ou não, porque poderia ser mentira. Mas depois disso recebi, no mesmo grupo, prints de uma conversa que era da menina que conseguiu fugir. E depois fiquei sabendo que isso teria acontecido com outra pessoa, eles tinham parado para uma amiga de uma amiga, eu conheço ela, mas ela conseguiu fugir antes de qualquer coisa. Eu quis fazer o post como alerta, seja verdade ou não, para que todas as meninas tenham cuidado para que esse tipo de coisa não aconteça - explica a estudante.

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Uma outra jovem, que entrou em contato com o Diário questionando a veracidade do caso, disse que também se sentiu insegura após ver as publicações nas redes sociais:

- Como a gente está em um clima de insegurança muito grande, nunca se sabe se é verdade ou não quando se recebe um aviso assim. Estamos vivendo a cultura do medo.

Desde a tarde de quinta, os posts e o áudio chegaram a grupos de alunas, que passaram a comentar o fato.

MAIS SEGURANÇA
Conforme a coordenadora de Relações Públicas da Fadisma, Liana Merladete, a instituição foi avisada sobre as mensagens que estavam circulando nas redes sociais por meio de alunos.  

Diante da situação, a instituição reuniu seus professores, que repassaram o alerta de cuidado para os alunos e solicitou à Brigada Militar reforço no policiamento nas imediações da instituição, que tem saída de aulas à noite. O coronel Marcus Vinicius Sousa Dutra, comandante do Comando Regional de Policiamento Ostensivo (CRPO) Central disse que a demanda será encaminhada ao comando do 1º Regimento de Polícia Montada (1º RPMon). 

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Na manhã desta sexta, a coordenação da Fadisma enviou ao Diário um posicionamento sobre o assunto:

"Frente ao alerta de um possível caso de estupro, em possíveis imediações da instituição, compartilhamos da preocupação frente à segurança do nosso município, zelando pela integridade não só da nossa comunidade acadêmica, como de toda sociedade.

Contamos com um Núcleo de Segurança Cidadã, que capitaneia diversas ações em prol da segurança dos direitos e direito à segurança. Demandas por iluminação e policiamento fazem parte de nossas ações ativistas e acadêmicas e, ademais, nosso trabalho regular de pesquisa vem e deve seguir pautando o aprimoramento e aperfeiçoamento dos profissionais, das instituições e das políticas públicas de segurança e justiça.

A Faculdade esclarece que a possível vítima não é aluna da instituição. E, a então estudante, autora do alerta, recebe todo apoio institucional que nos cabe."

SEM REGISTROS  
Nem a Polícia Civil nem a Brigada Militar registraram, nos últimos tempos, casos de estupro ou tentativa de estupro que se encaixe na descrição do áudio. A delegada Débora Dias, da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam) e responsável por investigar casos que envolvam estupros conta que, não houve registro de boletim de ocorrência de nada parecido. Segundo a delegada, o que está sendo investigado é um caso registrado no último sábado e que o crime aconteceu em 22 de agosto na Rua Floriano Peixoto. Neste caso, a vítima foi uma mulher de 38 anos.  

A delegada pede que, se alguma mulher foi vítima de um caso como esse ou passou por uma situação suspeita, como é o caso da suposta história da menina que conseguiu fugir, as vítimas procurem a Deam ou a DPPA para registrar o caso. Ela explica que, mesmo que a intenção de posts e mensagens ser de alertar as pessoas, a melhor forma é que a Polícia Civil tenha conhecimento para investigar o quanto antes.

- Se esse caso realmente ocorreu, eu peço que as vítimas venham para a Deam fazer o registro de ocorrência. Tem muitas câmeras de segurança na cidade e se esse tipo coisa acontece e a pessoa registra logo, nós vamos atrás - comentou Débora.

O coronel Dutra disse que também ficou sabendo do assunto, nas redes sociais, mas que a Brigada Militar só tem conhecimento do mesmo caso mencionado pela delegada Débora.

A delegada Débora diz que para evitar qualquer situação de violência, é preferível que as pessoas procurem andar acompanhadas pela rua porque sozinhas ficam mais vulneráveis. Se a pessoa se deparar com uma situação descrita no áudio, de um veículo parar para pedir informações, mantenha distância do carro para falar ou, se suspeitar de algo, não pare. A delegada lembra que ao presenciar qualquer situação suspeita é possível ligar para o 190, número de plantão da Brigada Militar que faz policiamento nas ruas. 

ONDE REGISTRAR OCORRÊNCIA
Se uma mulher for vítima de um estupro ou de uma tentativa, precisa procurar a Polícia Civil para registrar um boletim de ocorrência e o fato ser investigado. A Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam) funciona de segunda a sexta-feira das 8h30min ao meio-dia e das 13h30min às 18h, na Rua Duque de Caxias, 1169 (em frente à Praça Saturnino de Brito). Os casos também podem ser denunciados na 
Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento (DPPA) que funciona 24 horas. A DPPA fica na Rua dos Andradas, número 1397. 


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