desarmamento

Ex-integrante da ONU opina sobre flexibilização das normas para o uso de arma de fogo no Brasil

Camila Gonçalves

Foto: Lucas Amorelli (Diário)
Embaixador Sérgio de Queiroz Duarte também explora possibilidade de realizar conferência internacional em Santa Maria, este ano

O ex-Alto Comissário da Organização das Nações Unidas (ONU) para Assuntos de Desarmamento, Sérgio de Queiroz Duarte, palestrou sobre desarmamento nuclear e segurança internacional na Reitoria da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) na útlima terça-feira. O diplomata, que foi embaixador brasileiro na Nicarágua, no Canadá, na China, na Áustria, na Eslováquia, na Eslovênia e na Croácia, preside a organização não governamental Conferências Pugwash sobre Ciência e Assuntos Internacionais. A entidade recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1995. A presença do diplomata também teve como objetivo explorar a possibilidade de a UFSM organizar e sediar uma conferência internacional sobre temas relacionados com a segurança nuclear e a paz mundial ainda neste ano.

O Diário aproveitou a passagem do embaixador por Santa Maria para falar de um tema que vem sendo amplamente discutido no Congresso Nacional: a flexibilização das regras para porte e posse de armas de fogo no Brasil. O diplomata comentou sobre os acordos internacionais que regulamentam o uso das chamadas armas convencionais, por definição, todas aquelas que não são as de destruição em massa, e ressaltou que o Brasil é modelo do cumprimento das obrigações internacionais.

Prefeitura divulga nomes dos aprovados nos concursos do magistério e área médica

Hoje, existem três propostas em pauta no Congresso Nacional visando alterações no Estatuto de Desarmamento brasileiro. Dois deles são projetos de lei, um para a inclusão de um parágrafo permitindo o porte de arma em propriedades rurais e outro para a revogação completa da norma e a elaboração de um novo estatuto, que amplia a possibilidade do porte de armas para as pessoas que cumprirem os requisitos previstos na legislação. A terceira proposta é um Projeto de Decreto Legislativo que prevê a realização de um plebiscito para consultar a população sobre alterações no Estatuto. Apesar de não se posicionar sobre as possíveis alterações, Duarte diz que tem dúvidas se é necessário e eficiente para a sociedade abrir demais a regulamentação da posse, porte e uso de armas:

- Acho que isso (a decisão pelas normas que regulam o uso de armas) deveria caber principalmente às forças de segurança, aqueles que têm o dever de zelar pela segurança da sociedade. A questão, naturalmente, é saber se essas instituições estão ou não realizando eficientemente a sua missão. Acho que o importante é capacitar essas instituições da melhor maneira possível para que não seja necessário ao cidadão individual encarregar-se da sua própria defesa. Se não há outra solução, então, não há outra maneira senão cada um de nós nos encarregarmos dessa defesa.

Quina acumula e próximo sorteio pode pagar R$ 5 milhões

Um das formas de controle das armas de fogo ao redor do mundo são acordos em que os países, em caráter voluntário, fazem declarações sobre o volume e o tipo de armas que possuem mediante reuniões internacionais periódicas que examinam a situação do armamento no mundo inteiro. O diplomata falou sobre um tratado recente firmado pela Organização das Nações Unidas (ONU) para combater um dos maiores fatores causadores das mortes: o tráfico ilegal de armas. O diplomata fez ainda uma relação entre as armas de fogo e as armas de destruição em massa quanto ao potencial de letalidade.

- O número de mortes causadas por armas convencionais em conflitos internacionais e conflitos internos, ao longo da história, é muito maior que aquele número de mortes causadas por armas de destruição em massa. A diferença é que as armas convencionais matam aos poucos, nas guerras, e as armas de destruição em massa matam imediatamente e indiscriminadamente. Mais recentemente, o que se fez também foi um tratado para regular o comércio ilegal de armas convencionais por meio de instituições nacionais, como polícia, alfândega e outras, para tentar impedir o tráfico ilegal de armas, que é o que abastece as guerrilhas em boa parte dos países em desenvolvimento. 

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Anterior

Mais de 1,4 mil perfumes e garrafas de bebida são apreendidas na BR-290

Próximo

Bandido invade residência e foge levando arma e dinheiro

Polícia/Segurança