Começa júri de sete integrantes de facção criminosa de Porto Alegre acusados de matar mulher e tentar assassinar o marido dela em Santiago

Começa júri de sete integrantes de facção criminosa de Porto Alegre acusados de matar mulher e tentar assassinar o marido dela em Santiago

Foto: Marcelo Kervalt (MP-RS, Divulgação)

Ministério Público acusa os réus de envolvimento na morte de Daniela de Freitas Falcão, 48 anos, e na tentativa de assassinato Douglas Garcia Monteiro, em abril de 2021

A Justiça de Santiago começou a julgar nesta quarta-feira (16) os sete acusados de envolvimento na morte de Daniela de Freitas Falcão, 48 anos, e na tentativa de assassinato de seu companheiro, Douglas Garcia Monteiro, 47. O crime, que aconteceu em 2021, teria sido motivado por disputa do tráfico de drogas na cidade.


O júri popular ocorre no Fórum do município e deve se estender até quinta-feira. A acusação cabe aos promotores de Justiça Francisco Saldanha Lauenstein e Silvia Inês Miron Jappe. Serão ouvidas 11 testemunhas (cinco do Ministério Público e seis da defesa) antes do interrogatório dos réus. Após, terão início os debates.


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Os réus Marcos André da Fonseca Teles, Rafael Guimarães Garcia, Igor Thomaz Amaral Corrêa, João Vitor Pereira dos Santos, Matias Moreira da Cruz e Paulo Roberto Peixoto de Lima respondem por cinco crimes: homicídio duplamente qualificado (motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima); tentativa de homicídio qualificado (motivo torpe e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima); posse de arma de fogo com numeração suprimida; posse de arma de fogo e munições de uso permitido; e associação criminosa. 


O sétimo réu, Igor Guedes Freitas, por ter se associado ao grupo, é acusado de associação criminosa.


O crime

Daniela foi morta a tiros e Douglas baleado no tórax, axila e ombro por volta das 21h30min de 30 de abril de 2021 na Rua Carlito Mazoni, no Bairro Jardim dos Eucaliptos, em Santiago. Conforme a denúncia do MP, Marcos André, que estava preso na Cadeia Pública de Porto Alegre, deu a ordem para que Igor, João Vitor, Paulo Roberto e Rafael se deslocassem da Capital para Santiago com o intuito de matar as vítimas.

Naquela noite, o grupo se encontrou com Matias, que entregou as armas utilizadas no ataque. Então, os quatro foram até a casa do casal em uma Spin branca e abriram fogo. Ainda de acordo com o Ministério Público, Matias ocultou o revólver utilizado no crime, cuja numeração estava raspada.


Facções avançam para o interior

Segundo o Ministério Público, o ataque ao casal de Santiago evidencia a expansão para o Interior das facções criminosas que atuam em Porto Alegre e na Região Metropolitana. Os promotores alertam que esse crime é mais uma amostra da expansão das facções que atuam na Capital e Região Metropolitana para o Interior.


– O mandante estava preso em Porto Alegre e de lá ordenou as execuções em razão de disputa de território, buscando o domínio do tráfico de drogas naquele bairro – diz a promotora Silvia Inês Miron Jappe.


– É um tipo de júri que não é comum em Santiago, por envolver facções e execução por conta do tráfico de drogas. Até por isso esse crime chamou tanto a atenção da comunidade, pois é um fato com o qual a comunidade de Santiago não está acostumada – acrescenta o promotor Francisco Saldanha Lauenstein.


O coordenador do Centro de Apoio Operacional do Júri, Marcelo Tubino, ressalta que este é "mais um dia de árduo trabalho para coibir a expansão do crime organizado para o interior do Estado". Segundo ele, o Ministério Público tem sido combativo no enfrentamento às facções, visando não só ao restabelecimento da paz nas pacatas cidades, como também na diária busca da minoração dos índices de crimes violentos no Rio Grande do Sul.


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