Penitenciária de Santo Antão

Celular chega dentro do tênis, da cueca, do bife...

Patric Chagas

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Quando passou a receber os primeiros presos, em fevereiro de 2011, a Penitenciária Estadual de Santa Maria (Pesm) foi apontada como a luz no fim do túnel para os problemas do sistema prisional. E, segundo especialistas, um dos pontos fortes da cadeia eram o amplo espaço para as revistas.

Porém, três anos após suainauguração a cadeia, que abriga 538 apenados, sofre com o ingresso de celulares e drogas. Como esses objetos continuam sendo levados para o interior da cadeia? Esta é uma resposta que nem mesmo a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) sabe responder com certeza. Por volta das 10h de ontem, agentes penitenciários e policiais do Batalhão de Operações Especiais (BOE) concluíram o pente fino na galeria D, no módulo 1 da cadeia, que começou no dia 15.

Durante a revista nas celas dos 79 apenados foram apreendidos telefones celulares, drogas e armas (veja quadro). Na vistoria feita há 10 dias, nas 14 celas da galeria B, foram encontrados oito celulares, 11 chips, drogas e armas. Desde 2011, em sete revistas, foram achados pelo menos 69 telefones entre os presos.

>>> "Eles comandam de dentro da cadeia", diz delegado Sandro Meinerz

Conforme Júlio Bolzan, que responde interinamente pela delegacia da Susepe, os agentes trabalham incansavelmente para descobrir as formas de ingresso dos materiais, mas nem sempre é possível detê-los. O delegado explica que todos os visitantes passam por uma revista feita por agentes experientes. O principal problema seriam as mulheres que ingressam com objetos nos genitais.

_ De maio a dezembro de 2013, 28 mulheres foram flagradas tentando entrar com aparelhos na cadeia. Este ano, mais sete _ argumenta Bolzan. Sistema de raio X é apontado como a solução.

Sistema de raio-X é apontado como solução

De acordo com Bolzan, além do uso de cães farejadores nas revistas, os agentes contam com um detector de metal. Porém, ao serem envolvidos em fita isolante e papel carbono, os aparelhos não são detectados pelo aparelho. A solução seria um sistema de raio X. Com essa tecnologia, as visitantes não precisariam passar por revista íntima _ feita somente quando o detector de metal sinaliza, quando há denúncia prévia ou os agentes desconfiam da atitude da suspeita.

_ O problema é que este aparelho custa cerca de R$ 1 milhão, e o Estado não teria condições de comprá-lo para os 137 institutos penais gaúchos _ argumenta Bolzan.

>>> Penas brandas são convites aos presos

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