júlio de castilhos

Casal assassinado era apaixonado por música e dança gaúcha

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Reprodução/Facebook
Liana (à esq.) trabalhava como técnica-administrativa no IFFar. Andrio era músico e apaixonado pelas tradições gaúchas

*matéria atualizada às 17h34min de 16 de setembro de 2020

Liana dos Santos Gomes, 35 anos, e Andrio Andrade Mazzaro, 29 anos, tinham uma paixão em comum: a música e a dança gaúcha. Ele era músico e participava de festivais. Além disso, nas fotos que registram encontros com amigos, quase sempre aparecia com o violão animando as festas. Ela adorava os bailes para dançar músicas gaúchas. O casal foi assassinado em um crime que comoveu Júlio de Castilhos. Andrio foi morto a tiros na tarde de terça-feira no interior do município e Liana foi encontrada morta na manhã de quarta no interior de Condor, no norte do Estado, a mais de 100 quilômetros de Júlio de Castilhos, de onde foi sequestrada. O autor do crime, conforme a Polícia Civil, é ex-namorado de Liana. Ele foi identificado como Everton Luiz Rodrigues, 38 anos.


Andrio era conhecido na área da música. De acordo com o irmão dele, Andrei Andrade Mazzarro, 24 anos, ele já tinha relatado para a família que, após começar o namoro com Liana, o casal tinha recebido ameaças do ex de Liana, principal suspeito do crime. Andrei conta que Liana já tinha medida protetiva contra o ex-companheiro:

- Ele já tinha comentado com a família sobre as ameaças que vinha recebendo. Algumas vezes de forma direta - disse Andrei à reportagem.

Sobre o dia do crime, ele conta que o casal estava dando uma carona aos avós de Liana, que moravam em uma propriedade em Céu Azul, onde tudo começou:

- Era um dia normal como qualquer outro.

Os dois chegaram na propriedade rural, se despediram dos avós de Liana e quando deixavam o local foram surpreendidos pelo Everton próximo à porteira.

O irmão de Liana, Mateus dos Santos Gomes, 32 anos, também falou de ameaças sofridas pelo casal. Ele disse que após o término do relacionamento, Everton teria perseguido Liana em outras ocasiões.

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Foto: Reprodução/Facebook

PAIXÃO PELA MÚSICA 
A última vez que Andrei se encontrou e conversou com Andrio foi no sábado passado: 

- Falamos sobre música. Ele aparentava estar bastante tranquilo. Ele era uma pessoa tranquila. Só tinha amigos. Estava trabalhando com vendas. Nunca imaginávamos que a história dele com a Liana pudesse acabar dessa forma trágica - disse.

- O cara era um baita irmão. Vai deixar muitas saudades. Tava sempre com a família tocado violão. Ele tinha muitos amigos na região. Amizades cultivadas pela música. Tem muita gente da região, de Santa Maria, Alegrete e outras cidades - conta o irmão de Andrio.

O corpo do jovem foi velado na Capela Memorial da Paz durante a tarde desta quarta-feira e foi sepultado às 16h no Cemitério Municipal de Júlio de Castilhos. 

style="width: 100%;" data-filename="retriever">Foto: Arquivo pessoal

LIANA ERA TÉCNICA-ADMINISTRATIVA 
Liana trabalhava como técnica-administrativa no Instituto Federal Farroupilha (IFFar), lá, segundo o irmão, a colaboradora era queria por todos os colegas. Ela, de uma família de três irmãos, tinha uma filha de dois anos. 

- A pequena era a coisa mais importante que a Liana tinha na vida - contou Mateus.

Conforme o irmão, Liana e Andrio estavam juntos há cerca de três meses, e a um compartilhavam a mesma casa.

Mateus relembra que a irmã não media esforços para ajudar as pessoas ao redor, e que era parceira para qualquer momento:

- Quando tinha uma festa, ela era a primeira a se prontificar a organizar a festa. Com ela não tinha tempo ruim. Sempre foi muito decidida e independente. 

Para ele, a perda da irmã é um vazio que nunca será preenchido. A última vez que a família falou com Liana, foi ao meio dia do último domingo. 

Liana será velada, a partir das 9h, de quinta-feira, na Capela Memorial da Paz. O horário e local do sepultamento ainda não foi confirmado.

A direção do IFFar emitiu uma nota de pesar pela morte da servidora:

"Com pesar, o IFFar informa o assassinato da servidora Liana dos Santos Gomes, nesta madrugada (16/09). A instituição decretou, a partir desta quarta-feira (16/09), três dias de luto oficial e suspendeu as atividades acadêmicas e administrativas no dia de hoje.

De acordo com informações preliminares da Polícia Civil de Júlio de Castilhos, o crime ocorreu no município de Condor, na região Norte do Estado. O suspeito pelo assassinato seria seu ex-companheiro.

Liana tinha 35 anos e desempenhava a função de assistente em administração na instituição desde 2008, tendo atuado na Reitoria e no Campus Júlio de Castilhos, unidade onde estava lotada atualmente.

O IFFar repudia com veemência casos de feminicídio e desenvolve ações permanentes de conscientização sobre a igualdade de gênero com a comunidade acadêmica, especialmente por meio do Comitê Institucional do Movimento Eles Por Elas (He For She) e dos Núcleos de Gênero e Diversidade Sexual (NUGEDIS). Mais do que nunca, precisamos discutir a violência, em todas as suas manifestações, para que esses crimes não se repitam.

A instituição lamenta profundamente a perda trágica da servidora e presta condolências a seus familiares, colegas e amigos."

EVERTON ERA CONSIDERADO ÓTIMO FUNCIONÁRIO
Everton Luiz Rodrigues, principal suspeito de cometer os assassinatos, e logo após se suicidar, trabalhava há seis anos em um Centro de Formação de Condutores (CFC) de Júlio de Castilhos. Conforme o proprietário do local e chefe de Rodrigues, Renato Custódio, 66 anos, Rodrigues chegou ao CFC entregou uns documentos que havia buscado a contadora e se despediu. Foi a última vez que se viram.

Rodrigues é descrito como um bom funcionário. Porém, desde o início o ano havia apresentando um comportamento diferente:

- Ele era um ótimo funcionário, sempre foi. Eu vinha aconselhando, pois ele andava irritado, preocupado. Teve duas ocasiões em que perdeu a paciência com clientes, mas nada demais. Soube que havia se separado fazia pouco tempo e chegou a me dizer que queria ir embora da cidade, mas nunca esperei que fosse acontecer isso.

O CASO 
Andrio foi morto na localidade de Céu Azul, interior de Júlio de Castilhos, na tarde de terça-feira. Após disparar, Everton fugiu levando Liana com ele. Os dois foram encontrados mortos na manhã desta quarta-feira no interior da cidade de Condor, no norte do Estado. A principal suspeita é que ele matou a mulher e logo depois cometido suicídio. A Polícia Civil investiga o caso. 

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