Avião é sequestrado e aeroporto de Santa Maria tem ameaça de bomba em simulação da PF

Maria Júlia Corrêa e Rafael Menezes

Avião é sequestrado e aeroporto de Santa Maria tem ameaça de bomba em simulação da PF

Foto: Rafael Menezes (Diário)

A manhã desta terça-feira (29) foi agitada no aeroporto de Santa Maria e entorno. Por volta das 7h um avião com passageiros foi tomado de assalto por indivíduos armados. O comando do aeroporto e a Anac, então, acionaram a Polícia Federal de Santa Maria que iniciou o processo de negociação com os sequestradores. Em um primeiro momento foi deixado um rádio comunicador para que os policiais pudessem manter o contato, e então foi solicitado água para os tripulantes. O pedido foi atendido e os suprimentos foram deixados em solo para que fossem embarcados na aeronave.


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Por volta das 9h30min as negociações surtiram os primeiros resultados, e dois tripulantes foram liberados, porém os sequestradores atiraram contra os reféns, que libertos, precisaram ser encaminhados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para o Hospital Universitário de Santa Maria (Husm). Pouco tempo depois foi negociada a rendição dos sequestradores e dois deles foram detidos e presos pela PF.


Foto: Rafael Menezes (Diário)


Quando o aeroporto estava retornando a normalidade, uma mochila abandonada no salão de check-in levantou suspeitas e o esquadrão antibombas foi acionado. Um cachorro do Canil da PF treinado detectou que seria um dispositivo explosivo, e um robô com auxílio de uma câmera conseguiu se aproximar do artefato, que foi retirado do local por um integrante do departamento Antibomba da PF, que levou a mochila para um espaço aberto mais afastado, onde foi implodido.


Se tudo isso fosse real, Santa Maria teria vivido um dia de caos. Porém, por sorte, se trata de um treinamento da PF e outros órgãos de segurança. Aproximadamente 150 pessoas participaram das atividades. A realização dos exercícios consta no Plano Nacional de Segurança da Aviação Civil Contra Atos de Interferência Ilícita (PNAVSEC) e contemplam determinação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).


Foto: Rafael Menezes (Diário)


De acordo com o capitão Daniel Bauer, responsável pela segurança da Base Área de Santa Maria, na ocasião foram testados os protocolos de emergência, acionamentos dos órgãos de segurança e apoio e a resposta frente à ameaça simulada, monitorando o processo desde a informação passada pelo comandante até a liberação dos passageiros e tripulantes.


– Iniciamos fazendo a contenção desses sequestradores para evitar que pudessem danificar as aeronaves e a situação foi contida por volta das 8h, quando os policiais federais chegaram e assumiram a situação – relatou o capitão.


Já o delegado Anderson Lima, chefe da delegacia da Polícia Federal de Santa Maria, afirma que a partir do momento em que essas informações são recebidas da Aeronáutica e do aeroporto, são acionados diversos grupos de dentro da Polícia Federal, como o grupo de decisão, de gerenciamento, de crise e o grupo tático operacional, este último que passa a executar as ações sob o comando do grupo de decisão. Esse grupo, composto por diferentes órgãos públicos, possui uma "autoridade máxima" para definir quais os limites de atuação do grupo operacional.


– Aqui na simulação, esse exercício foi finalizado com uma rendição dos sequestradores. Foi uma oportunidade para testarmos o tempo de deslocamento da Polícia Federal até o local, o deslocamento de uma vítima até o hospital, além de quanto tempo esses diversos grupos levaram para chegar ao local. Isso nos ajuda a prever situações semelhantes dessa magnitude, caso um dia possam ocorrer – explica o delegado.


Foto: Rafael Menezes (Diário)


No Exercício Simulado de Ameaça de Bomba (Esab), com a comunicação de um suposto artefato explosivo no aeroporto, foram realizados os procedimentos de acionamento dos órgãos responsáveis, execução dos protocolos de segurança e teste de tempo de resposta até a confirmação ou não da suposta ameaça.


O delegado da PF também reforçou que esse tipo de exercício não era realizado há muito tempo e avaliou como positiva a cooperação entre todos para que essa ação pudesse ocorrer.


– Ter uma ação desse tipo, que simula uma situação real, aproxima os profissionais e agrega ao treinamento de todos – finalizou.


O último exercício semelhante a esse ocorreu em 2019, conforme relata a secretaria de desenvolvimento econômico e turismo Ticiana Fontana. Essa pasta é responsável pela gestão do terminal de passageiros do aeroporto. 


– Um treinamento desses é essencial, não somente por envolver 10 instituições que atuam de forma coordenada, mas também porque testa todos os nossos níveis de segurança.


Além de Policiais Federais da Delegacia de Santa Maria, participaram das atividades o Grupo de Pronta Intervenção da Polícia Federal - GPI (Porto Alegre), o Grupo de Bombas e Explosivos da Polícia Federal - GBE (Porto Alegre), e o Comando de Operações Táticas da Polícia Federal - COT (Brasília-DF) que exerceu a função de validador do exercício. Também atuaram no evento a Administração do Aeroporto, Prefeitura Municipal, Guarda Municipal, Centro Integrado de Operações de Segurança Pública de Santa Maria - CIOSP, Força Aérea, Brigada Militar, Polícia Rodoviária Estadual, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - Samu, Companhias aéreas Azul e VoePass e Serviço de Vigilância - Vigilare.

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