audiência

Amigos e familiares de mototaxista protestam em frente ao fórum

Da redação

Foto: Camila Gonçalves (Diário)

ATUALIZADA - às 20h27min em 6 de dezembro de 2018

Em audiência na Justiça, na tarde desta quinta-feira, 9 testemunhas de um racha na Avenida Medianeira, que resultou na morte de um homem e deixou outro ferido, foram ouvidas. Essa foi a primeira audiência do caso. 

Antes da sessão começar, amigos e familiares do mototaxista José Luiz Soliman, 57 anos, se reuniram em frente ao Fórum de Santa Maria com cartazes e camisetas pedindo justiça. Soliman era o condutor da motocicleta e morreu no dia do acidente. O passageiro que estava com ele, Marcelo da Rosa Godoy, ficou ferido na época. 

- Acho que essa audiência de hoje é o primeiro passo de muitos. Vai ser importante ouvir as testemunhas porque todos falaram para ele parar o carro - declarou o filho de Soliman, Pablo Pavanello Soliman, 35 anos.

De acordo com Jussara Kleinubing, a esposa de Marcelo, que estava no carona da motocicleta, o marido foi diagnosticado com invalidez permanente devido ao ferimento decorrente do acidente. Ele caminha com a ajuda de muletas e não conseguiu retornar ao trabalho.

- Ele vai precisar até de uma ajuda psicológica - disse Jussara.

Marcelo estava entre as testemunhas ouvidas. O sobrevivente foi o terceiro a depor. Ele disse que sempre usava os serviços do mototaxista e que naquele dia, depois de trabalhar como garçom em uma formatura na sede campestre do Clube Dores, pediu a corrida para ir para casa, no loteamento Brenner. Ele contou que Soliman parou no sinal vermelho na Avenida Medianeira e que a última coisa que lembra é que Soliman parou no semáforo. Ele diz que ouviu um estouro e depois desmaiou.

O policial militar contou que quando a Brigada Militar chegou ao local, o Fiat Linea estava abandonado e sem condições de trafegar. Segundo ele, populares disseram que um outro veículo cinza havia levado as pessoas que estavam no Línea. O relato das pessoas que estavam no local ao policial também indicaram que dois veículos estariam disputando um racha.

Também falaram os passageiros dos dois carros envolvidos no racha. Um das jovens que estava no Fiat Linea contou que havia 9 pessoas dentro do veículo. Ela disse que o veículo ia trafegando pela faixa da esquerda, e que viu um outro veículo à direita, um pouco mais a frente. Ela disse que o motorista acelerou próximo ao local do acidente e que quando ela e os outros passageiros viram o mototaxista parado na sinaleira gritaram para ele parar. Ela disse ainda que não conhecia William e que o grupo estava indo para um local beber.

De acordo com o advogado da família do mototaxista, Christiano Pretto, os depoimentos confirmaram a denúncia de que os motoristas estariam em alta velocidade e que teriam ultrapassado o sinal vermelho ao atropelar as vítimas.

- Isso demonstra que os réus não tiveram cuidado com a vida humana e que, portanto, devem responder por homicídio doloso - defendeu Pretto.

Para advogado de William, Pacífico Luiz Saldanha, os depoimentos indicam que poderia ter havido um delito culposo, mas não doloso, como indica a acusação.

- Os depoimentos foram no sentido que houve simplesmente um acidente de trânsito, mas sem essa conotação do dolo eventual. Na ótica da defesa os depoimentos foram favoráveis - acredita Saldanha.

O Diário tentou ouvir o advogado de Guilherme, mas, até o momento, não conseguiu contato.

No final da sessão, a Brigada Militar precisou atuar na saída dos réus, já que os familiares ainda estavam no local e gritavam pedindo justiça. Os réus devem se manifestar só depois que todas as testemunhas forem ouvidas. Outra audiência deve ser marcada para ouvir 13 testemunhas de defesa e uma testemunha de acusação, que não compareceu à audiência desta quinta-feira.

O CASO 

O caso aconteceu no dia 25 de fevereiro deste ano. O motorista do Fiat Linea, William Ávila, 18 anos, estaria disputando racha com Guilherme Cheuiche Peccinin, 18, motorista de um Honda Fit, quando houve o acidente. O carro de William colidiu na motocicleta de Soliman, que estava parada no sinal vermelho, e derrubou ele e o carona, Marcelo da Rosa Godoy, 43 anos. De acordo com o inquérito policial, Guilherme, na sequência, atropelou o condutor da moto. 

O Ministério Público denunciou os dois motoristas por homicídio qualificado e tentativa de homicídio qualificado com dolo eventual, ou seja, quando os agentes assumem o risco de matar. A denúncia foi acolhida pelo judiciário e tramita na 1ª Vara Criminal de Santa Maria. Os dois chegaram a cumprir prisão preventiva, mas respondem em liberdade.

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