medo em Mata

'Estamos com medo que eles venham de dia e façam cordão humano', diz o gerente de um banco

Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)

O medo dos bandidos e angústia diante da impotência de um novo ataque faz parte da rotina dos moradores de Mata. Ao conversar com moradores, horas depois da ação da quadrilha, o Diário ouviu relatos impressionantes.

Uma das vítimas da quadrilha que atacou o município de Mata, na madrugada desta terça-feira, Aldori Tasquetto ajudava na limpeza dos cacos de vidro dentro da loja da filha, pela manhã. A loja Ponto da Economia, que vende roupas, também foi alvo dos assaltantes que destruíram a tiros as portas de duas agências bancárias, lojas, lotéricas e um clube na cidade. No local, foram encontrados cápsulas de revólveres calibre 32.

_ Foi a primeira vez que atacaram a loja da minha filha. O sentimento geral na população é de insegurança. Desde o último ataque (em fevereiro), já não usamos mais dinheiro na cidade. As pessoas preferem pagar com cartões. Nos caixas eletrônicos, a gente vai sacar dinheiro e não tem mais do que R$ 100 nas máquinas - conta Aldori. 

Um dos gerentes de banco, que mora na cidade, conta que estava dormindo quando foi acordado por um funcionário e ficou com medo. Na manhã de hoje, ele agradeceu que a família já tinha sido levado para outra cidade, onde irá morar daqui a alguns dias.

_ Estamos com bastante medo que eles venham durante o dia e façam cordão humano. Este é o nosso maior medo. É bem angustiante e não temos o que fazer. É uma cidade pequena e todo mundo se conhece. Se um grilo fazia barulho dentro de casa, eu achava que eram eles. Mandei minha família para outra cidade, mas eles moravam aqui até bem poucos dias _ afirmou o gerente.

Vizinho das lojas Becker, um motorista relatou que viveu momentos de pânico com a mulher. Com medo de ser alvo dos bandidos, ele se refugiou nos fundos da casa, que é de material, já que a frente é de madeira:

_ Acordei com o barulho dos disparos. Não saí pra fora, peguei a minha esposa e fui para os fundos da casa. Ficamos abraçados no banheiro. Estávamos com medo de uma bala perdida. Ouvi tudo de dentro da minha casa - relatou.

O ataque à lotérica foi testemunhado por um agricultor de 66 anos que é morador da Rua do Comércio. Com medo dos bandidos, ele pede para não ser identificado, mas relata como foi a noite de terror, com mais de 13 disparos que conseguiu contar:

_ Era um barulho horrível, e a gente não sabia onde eles (bandidos) estavam. Fiquei abraçado com a minha esposa na cama. O guri veio do quarto e ficou com a gente. Só ouvindo a barulheira toda. Contei mais de 13 tiros e muitos vidros quebrados. Depois, eles saíram cantando pneu e atirando para tudo o que é lado.

Leia mais sobre o ataque de 1º de fevereiro
: Quadrilha explode duas agências bancárias e arromba uma em Mata
: "Ninguém dormiu nesta noite em Mata", diz morador 
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