Morreu mecânico Volmar de Souza

Fotos: Arquivo Pessoal

Por 30 anos, o mecânico Volmar de Souza, 53 anos, foi casado com a dona de casa Andréia Machado de Souza, 46 anos. Os dois se conheceram ainda na adolescência, quando tinham 13 e 19 anos, respectivamente. À época, Souza trabalhava com o pai de Andréia, na oficina mecânica da família, como auxiliar de chapeador. 

Andréia conta que logo que se viram pela primeira vez, encantaram-se um pelo outro.

- Namoramos por pouco mais de um ano e nos casamos. Naquela época, não era certo namorar por muito tempo. O pai não gostava disso e, já que estávamos apaixonados, logo casamos. O Volmar sempre foi meu companheiro de vida - conta, emocionada.

Sempre unidos, era comum que Andréia e Volmar estivessem juntos em praticamente todos os lugares que frequentavam. Ela lembra que o marido adorava ver a família reunida. Para isso, fazia questão de ter os filhos sempre à volta. Dayane, 30 anos, Schayane, 27, Diogo, 25, e Diego Machado de Souza, 23, eram vizinhos do pai no Bairro Nova Santa Marta, o que facilitava as visitas diárias em família.

Andréia conta ainda que o mecânico também não ficava longe das netas, Hagatta Luisa, 5 anos, e Isadora, 6 meses. Quando estava com a neta mais velha, Souza costumava brincar ou contar histórias, sempre preocupado em contribuir com a educação dela. A dona de casa lembra que Hagatta era ligada ao avô a ponto de, todos os dias, ir à oficina mecânica com a intenção de ficar mais pertinho dele. Com a neta mais nova, ele era cheio de mimos.

- Esses dias, a Hagatta estava comendo manga e me disse: "Vó, era só o vô que comia manga comigo, né? Ninguém mais gostava aqui em casa". Eu concordei. A partir dali, ela ficou pensativa. Acho que lembrando dele - conta Andréia.

Após o falecimento de Souza, Hagatta passa os dias na companhia da avó e, assim, apoiam-se e cuidam uma da outra. Andréia também conta que, na hora de dormir, a pequena une as mãozinhas para orar e pedir que o avô cuide dela e da família.

Diego conta que o pai adorava conversar com a vizinhança. Caseiro, sintonizava o rádio para escutar seus ritmos favoritos: forró e axé. Essa era a maneira de ele receber os filhos para almoços ou jantares de domingo.

- Ele foi um excelente pai. Ensinou-me tudo o que sou, do bom caráter à profissão. Éramos muito ligados. Se ele ia comprar uma bala no bar, eu ia junto. Quando eu chegava do trabalho de tardezinha, já dávamos um jeito de tomar um chimarrão - conta Diego.

À família, Souza ensinou o caminho do bem. Por meio do exemplo, mostrou que ser honesto e trabalhar é o melhor meio de valorizar a família. Além disso, aconselhava os filhos a torcerem pelo Sport Club Internacional, seu time do coração.

- O Volmar era tão fanático que não assistia às partidas do Colorado. Supersticioso, acreditava que olhar o jogo era certeza de que o time perderia - fala a mulher, com um riso emocionado.

Volmar de Souza faleceu em 26 de janeiro de 2018, no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), em decorrência de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) hemorrágico. Ele foi sepultado no dia seguinte no Cemitério Ecumênico Municipal, em Santa Maria.

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