Morreu a costureira Jussara Christo da Silva

Fotos: Arquivo Pessoal

A maior alegria da vida da santa mariense Jussara Christo a Silva, 66 anos, era ver os dois netos, Matheus, 8, e Thiago Nogueira da Silva, 3, correndo e brincando pelo pátio de casa. A idosa encontrou nos pequenos a maior motivação para lutar contra um câncer de mama. Conhecida por familiares e amigos como Dona Jussara, ela era casada com Paulo Airton Pates da Silva, 64, há 39 anos e, com ele, teve seu único filho, Gustavo Christo da Silva, 37. O grande sonho dela era de ver os meninos formados e construindo famílias. 

- Mas os problemas de saúde da mãe não a deixaram acompanhar o crescimento dos meus filhos, infelizmente - emociona-se Gustavo.

Jussara fez um curso de corte e costura e atuou como costureira por muitos anos em Santa Maria. A idosa trabalhou nas lojas Rui Ramos, Triunfal e na Casa Rosa. Ela adorava o trabalho e o fazia com tanto carinho que foi convidada pelo proprietário das Lojas Paraíso Infantil para administrar e gerenciar, junto com o marido, o Apart Hotel Paraíso, localizado no centro da cidade.

Jussara era muito apaixonada pela profissão, já que adorava poder trabalhar diretamente com pessoas. Além do hotel, o casal também cuidava do Oratório Sagrada Família, uma pequena capela que fica junto ao hotel.

- A mãe era muito humana. Em todos os lugares onde trabalhou, sempre fez tudo com todo o carinho do mundo, sempre tratou todos a que estavam por perto com muita dedicação, e isso remetia a todo o amor que ela sentia por aquilo que costumava fazer - diz Gustavo.

Um dos grandes desejos de Jussara era o de voltar a viajar para praias de Santa Catarina, mais especificamente, para Florianópolis, já que, segundo o que ela costumava dizer para a família, era um dos lugares mais lindos e encantados que conheceu.

Muito guerreira e batalhadora, Jussara não dispensava uma mesa bem farta para receber as pessoas. Muito ativa, a idosa não se deixava abalar por qualquer situação.

- Ela era muito determinada, intensa, uma mulher forte que vivia com garra, energia e que estava sempre disposta. Não tenho nem palavras para descrever quem foi a Jussara - diz a sobrinha e professora Rubia Luciani Silva, 48 anos.

Colorada de coração, Jussara até acompanhava alguns lances do time, mas não tinha muito apego pelo esporte. O maior legado que a costureira aposentada deixou foi a preservação, acima de tudo, da união em família, do respeito mútuo entre o casal e da educação como base formadora do ser. O grande ensinamento que ela deixa para as pessoas que conviveram com ela foi o amor pelos que estão próximos porque, para ela, esse amor era o caminho para a felicidade plena.

Jussara ficou internada por cinco dias no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), mas não resistiu e morreu em 8 de maio, em decorrência de um acidente vascular cerebral hemorrágico. Ela foi sepultada no dia seguinte, no Cemitério São José, em Santa Maria.

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As informações sobre falecimentos podem ser enviadas para [email protected] ou pelo telefone (55) 3213-7122