Votação de moção gera tumulto na Câmara dos Vereadores de Santa Maria e é adiada

Rebeca Kroll

Votação de moção gera tumulto na Câmara dos Vereadores de Santa Maria e é adiada
Foto: Eduardo Ramos (Diário)

Nesta terça-feira (25), estava previsto a votação de moções de protesto e repúdio às manifestações do deputado federal Bibo Nunes contra os estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) na Sessão Plenária da Câmara de Vereadores de Santa Maria. No entanto, durante a sessão parlamentares se exaltaram e solicitaram o adiamento da votação por entenderem que as moções tinham “cunho eleitoral”.

Cerca de 30 estudantes da UFSM e integrantes do Diretório Central de Estudantes (DCE) estavam nas galerias para acompanhar a votação. Antes da discussão da moção, um tumulto envolveu, principalmente, os vereadores Roberta Leitão (Progressistas) e Tubias Callil (MDB) que pediram a retirada de manifestantes que estariam com propaganda de candidatos dentro da Casa, o que é proibida por uma resolução da própria direção.

A Brigada Militar e a Guarda Municipal foram chamadas e permaneceram na frente do prédio. A sessão foi interrompida várias vezes e no final a votação foi adiada por 14 votos a favor e seis contrários. Para a vereadora do Progressistas a sessão teve atos políticos partidários e por isso era contra o seu seguimento.

– Eu repúdio à fala do deputado, eu sou uma defensora da vida e eu jamais vou ser favorável ao que ele falou. Se a moção for votada na semana que vem eu vou ser favorável, o que eu sou contra é a utilização de espaços públicos em detrimento da legislação eleitoral – relata Roberta Leitão.

Para a representante do DCE, Bianca Fortes, o que aconteceu foi um desrespeito e a classe estudantil se posiciona contra o adiamento. Conforme a representante essa decisão diminui o espaço de discussão do assunto e favorece o deputado.

– O que a gente viu foi exaltação da parte deles, em nenhum momento a gente foi com a intenção de gerar tumulto, mas no momento em que a gente é desrespeitado enquanto estudantes e nós fomos pela fala do deputado, nós vamos nos manifestar. O DCE se posiciona contra essas atitudes, não aconteceu como gostaríamos, não queríamos o adiamento da sessão e não queríamos ter presenciado esse palco de discurso de ódio proferidos a universidade e seus estudantes. A Câmara é a casa do povo e estamos no nosso direito de vir aqui e de discutir questões que são do nosso interesse – afirmou Bianca.  

O vereador do MDB afirma que é totalmente favorável a moção de protesto, mas para ele a sessão foi desastrosa e o presidente da Câmara, Valdir Oliveira, foi irresponsável por não respeitar a resolução. Tubias Callil relata que as falas do deputado são inexplicáveis, mas que isso não deveria ser votado em período eleitoral.

– Tivemos discussões acaloradas entre quem estava na galeria e quem estava no plenário, alguns vereadores um pouco alterados, então suspendemos a sessão no momento para que os ânimos se acalmassem, procuramos agir com tranquilidade e assim o fizemos. Nós tínhamos moções que eram dos interesses dos estudantes, foi informado que haveria a sessão como qualquer assunto que vai ser debatido aqui na casa é informado e por isso eles vieram – comenta o presidente Valdir Oliveira.  

Agressões foram alegadas

Durante a sessão o DCE mencionou que um estudante foi agredido no braço e parlamentares também relataram terem sofrido violência física. O presidente da Câmara afirma que durante a sessão não foram registradas agressões, mas que as câmeras de dentro do plenário podem ser consultadas para comprovar qualquer ato.

Já no final do ato, durante a dispersão do público, a vereadora Roberta Leitão alegou que o seu chefe de gabinete e assessor foi empurrado. Jorge Luis Kulmann, 60 anos, foi acusado pela vereadora, mas afirma que apenas estava tentando sair do local e que, na verdade, ele é quem foi agredido.

– Eu estava passando, possuo uma bolsa de colostomia, ela me empurrou e eu fui me defender, por isso levantei os braços. Eu sempre venho assistir as sessões, não estou relacionado a nenhum partido e fui agredido fisicamente e verbalmente. Estou me sentindo péssimo e vou fazer um boletim de ocorrência – disse Jorge.

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