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Você sofre de ansiedade? Especialistas dão dicas de como controlar as emoções

Luisa Neves

Foto: Gabriel Haesbaert
Vera (à esq.) ajudou Angélica a amenizar o sofrimento do transtorno

Aprender a lidar com as emoções tem sido um desafio diário para a psicanalista em formação Raquel Barbieri, 50 anos. Escrivã de polícia aposentada recentemente, ela conta que, depois de um longo período de depressão, passou a sofrer com constantes crises de ansiedade. Insônia, dificuldade de concentração, alteração de humor e crises de choro levaram Raquel a procurar ajuda profissional e a fazer uso de ansiolíticos.

- Cheguei a ter crises de ansiedade durante o expediente. Por três anos, usei medicação, o que também me ajudou. Mesmo assim, chegou um momento que compreendi que precisava aprender a controlar minhas emoções. Então, passei a fazer terapia com psicoterapeuta. Hoje, sou estudante da área - conta Raquel.

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Jornalista, Maria Angélica Varaschini, 28 anos, passou a sofrer crises de ansiedade no final do Ensino Médio. O problema, que agravou-se no período do vestibular, aumentava diante de momentos de decisão ou de provas, como o exame para a carteira de motorista. Agitação contínua, insônia e o hábito de roer as unhas se tornaram cada vez piores.

- Minha ansiedade já afetava as pessoas do meu convívio. Eu não tinha concentração. Levantava, sentava, levantava de novo. Pegava um livro, largava sem ter lido uma linha. A ansiedade afetava toda minha vida - compartilha a jornalista.

Para combater a ansiedade, Angélica contou com ajuda da coach sensorial Vera Barbosa.

- Na terapia, aprendi a confrontar o que me machucava e a dar atenção ao que tenho de melhor. Exercícios de pensamento, respiração e atividades manuais são me ajudam muito - comenta Angélica.

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A prática da fé, independentemente da religião, também pode ajudar no controle da ansiedade, segundo Raquel. Ela defende, ainda, que conhecer a si mesmo é o primeiro passo.

LADO POSITIVO
Pode-se considerar que a ansiedade tem seu lado positivo, já que alerta o indivíduo a respeito de situações de risco, de acordo com o psiquiatra Renan Seligman. O médico explica que as reações mentais e físicas da ansiedade, tais como a sensação subjetiva opressiva, aceleração do coração e da respiração, palidez nas extremidades e dilatação das pupilas, destinam-se a preparar as pessoas para lutar ou fugir de perigos reais e imaginários.

- Estamos falando de ansiedade excessiva ou patológica. Neste caso, estas sensações de inquietude, de descontrole, roer unhas, necessidade de fazer rituais ou pânico extremo se tornam muito frequentes ou muito intensas e persistem por alguns meses. Há crianças com sintomas severos de ansiedade. As causas podem incluir a predisposição genética e outras, que incluem os mistérios da nossa criação e estruturação da nossa personalidade, exigências atuais de nossa cultura, traumas e outros - explica Seligman.

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Psicóloga, Anelise Schmitz conta que a maioria dos pacientes que chegam ao consultório dela queixam-se de crises de ansiedade. Pressões no trabalho, expectativas pré viagens e decisões que precisam ser tomadas constantemente são algumas das causas do problema que atinge todas as faixas etárias. Ela acrescenta que adolescentes têm sido as principais vítimas desse mal. Já na fase adulta, ela destaca que a ansiedade é decorrente diante do medo da solidão.

- Uma das causas da ansiedade, na chamada meia idade, é a Síndrome do Ninho Vazio, momento em que a maioria dos familiares sai de casa. Nessas situações, pais e avós deparam-se com o desafio de uma nova rotina, com idade avançada - explica Anelise.

Master coach, Vera Barbosa, afirma que, enquanto as pessoas não aprenderem a trabalhar suas emoções e a encontrarem o equilíbrio, poderão apresentar sintomas que tendem a se repetir, tais como, dor de cabeça, calafrios, sudorese nas mãos e dificuldade para respirar ou dormir:

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- A ansiedade não deixa a pessoa se concentrar. Além disso, faz com que ela sofra de compulsões alimentares, uso de álcool, drogas, etc. Se não procurar ajuda, o ansioso apresentará quadros de auto sabotagem, baixa autoestima e estados de depressão.

O psiquiatra afirma que é preciso reconhecer o momento de procurar ajuda especializada. Quando os sintomas passam a prejudicar o cotidiano laboral, afetivo e familiar por um tempo considerável (mais de trinta dias), a pessoa deve submeter-se a uma avaliação médica ou psicológica.

AJUDA
Para controlar a ansiedade, as profissionais recomendam que, ao identificar situações de ansiedade, a pessoa adote pequenas práticas que fazem toda diferença na qualidade de vida. Entre elas: 

  • Observe suas ações e reações
  • Ao identificar que as crises de ansiedade se repetem, busque ajuda profissional
  • Busque ajuda na psicoterapia, tratamento que leva a pessoa ao autoconhecimento com auxílio de um interlocutor especializado
  • Aprenda exercícios de controle da respiração
  • Faça exercícios de desassociação: ouvir, sentir, pensar, agir ou não agir
  • Seja assertivo nas decisões
  • Evite a auto sabotagem, como compulsão alimentar, uso de drogas ou alcoolismo
  • Faça exercícios físicos regularmente
  • Procure ter uma alimentação saudável e uma rotina de sono adequada
  • Religiosidade, espiritualidade, meditação e yoga podem ajudar a aliviar o problema, mas não devem prescindir da psicoterapia e do aporte de medicamentos, se necessário

Fontes: Renan Seligman, psiquiatra, Anelise Schmitz, psicóloga, e Vera Barbosa, master coach

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