VÍDEO: por mais quatro anos, MDB e PP irão dominar prefeituras da região

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VÍDEO: por mais quatro anos, MDB e PP irão dominar prefeituras da região
Fotos: divulgaçãoTiago Gorski (PP) foi reeleito em Santiago. Com 19,2 mil votos, ele se habilitou para permanecer mais quatro anos na prefeitura. Paula Librelotto (MDB), conhecida como “doutora Paula”, com 18,2 mil votos, foi vitoriosa entre os seis nomes que concorreram em Cruz Alta

A eleição de 2020 confirmou, mais uma vez, a força do PP (ou Progressistas) e do MDB na região. Os dois partidos conseguiram eleger o maior número de prefeitos entre os 38 municípios na área de cobertura do Diário. O MDB lidera a lista, com 13 prefeituras, seguido pelo Progressistas, com 9. Ao mesmo tempo, em comparação com a eleição de quatro anos atrás, alguns partidos perderam força e outros ganharam. Quem sai fragilizado, assim como ocorre no restante do país, é o PT. O partido caiu de três prefeituras para apenas uma, em Ivorá. Por outro lado, o PDT cresceu e passou de seis prefeituras, em 2016, para oito, em 2020.

Em meio a esse movimento, há os partidos que não elegeram ninguém para o Executivo em 2016. E, agora, conseguiram a vitória nas urnas para estar à frente de prefeituras. É o caso do DEM, PL e PSDB.

Além disso, pelo menos 16 prefeitos da região alcançaram a reeleição.

MUNICÍPIOS POR PARTIDO

PARCERIAS

Os eleitos poderão contar, até janeiro de 2023 – quando terminam os mandatos do Legislativo -, com os deputados federais da bancada gaúcha para buscar emendas parlamentares, ou seja, recursos financeiros, para investir nas cidades. Ao contrário do que se observa entre as prefeituras da região, a legenda do Rio Grande do Sul com maior número de deputados na Câmara Federal é o PT, com cinco representantes. No entanto, depois, aparecem MDB, com quatro, e Progressistas, PDT e PTB, com três cada.

Ser do mesmo partido, geralmente, facilita o acesso dos prefeitos e, até mesmo, vereadores aos gabinetes dos deputados. As viagens dos chefes dos Executivos municipais a Brasília ocorrem quando eles precisam de apoio para tirar do papel ou dar sequência a alguma demanda da comunidade.

Pode não ser de conhecimento comum da população, mas há verbas que dependem exclusivamente de emendas feitas por deputados a projetos no âmbito federal, por exemplo. Nem todas as demandas são contempladas pelos recursos do orçamento municipal.

ASSEMBLEIA

Na Assembleia Legislativa, a parceria entre os partidos também vale. Afinal, sempre é bom contar com influência política nas mais variadas instâncias. No Legislativo do Estado, PT e MDB também dominam, com oito cadeiras cada, seguidos por PP, PTB, PDT e PSDB.

Chama atenção o fato de o PT ter tido melhor desempenho na disputa por cargos parlamentares do que executivos, levando em conta as eleições nacionais e estaduais de 2018 e as municipais de 2020.

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OS NOMES DOS ELEITOS

MDB

Cacequi – Ana Paula Mendes Machado Delolmo (MDB) 

Cruz Alta – Paula Librelotto (MDB) 

Dilermando de Aguiar – Claiton Ilha (MDB) (reeleito)

Dona Francisca – Olavo Jose Cassol (MDB)

Formigueiro – Jocelvio Cardoso, o Xirú (MDB) (reeleito)

Jaguari – Beto Turchiello (MDB) (reeleito)

Jari – Nei Azeredo (MDB)

Nova Palma – Andre Rossato (MDB) (reeleito)

Restinga Sêca – Paulo Ricardo Salerno (MDB) (reeleito)

Santana da Boa Vista – Garleno Alves (MDB) 

São Francisco de Assis – Paulo Renato Gambá (MDB) 

São João do Polêsine – Matione Sonego (MDB) (reeleito)

Silveira Martins – Fernando Cordero (MDB) (reeleito)

PP

Faxinal do Soturno – Clovis Montagner (PP) (reeleito)

Mata – Rogerio Kuhn (PP) 

Pinhal Grande – Lucas Michelon Dodão da Rádio (PP)

Santa Margarida do Sul – Olmiro Ricardo Teixeira (PP) 

Santiago – Tiago Gorski (PP) (reeleito)

São Vicente do Sul – Fernando da Rosa Pahim (PP)

Toropi – Lauro Scherer (PP) (reeleito)

Tupanciretã – Gustavo Terra (PP)

Unistalda – Gilnei Manzoni (PP)

PDT

Caçapava do Sul – Giovani Amestoy da Silva (PDT) (reeleito)

Itacurubi – Gelso Soares (PDT)

Lavras do Sul – Sávio Prestes (PDT) (reeleito)

Nova Esperança do Sul – Ivori Júnior (PDT)

Paraíso do Sul – Artur Ludwig (PDT) (reeleito)

Rosário do Sul – Vilmar Oliveira (PDT) 

São Sepé – João Luiz Vargas (PDT)

Vila Nova do Sul – Sérgio Coradini (PDT)

PL

Agudo – Kittel (PL) 

São Gabriel – Rossano Gonçalves (PL) (reeleito)

DEM

Quevedos – Neusa Nickel (DEM) (reeleita)

São Martinho da Serra – Robson Trindade (DEM) 

PSB

Itaara – Padre Silvio Weber (PSB) 

PT

Ivorá – Saulo Piccinin (PT) 

PSDB

Júlio de Castilhos – Bernardo Dalla Corte (PSDB)

PTB

São Pedro do Sul – Ziania Bolzan (PTB) (reeleita)

PREDOMINÂNCIA DE ALGUNS PARTIDOS TEM RAZÃO HISTÓRICA, DIZ PESQUISADOR

De acordo com o professor de Ciência Política da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Cleber Ori Cuti Martins, há vários motivos para o predomínio de MDB e PP nas eleições municipais. Um deles é a evolução histórica dos partidos.

Entre 1965 e 1980, o MDB (depois PMDB e, novamente, MDB), e a Arena (depois PDS, PPR, PPB e PP) foram as únicas legendas do sistema bipartidário definido pelo regime militar, que vigorou de 1964 a 1985. Desta forma, as siglas se enraizaram no âmago das cidades e estabeleceram diretórios, lideranças e a base eleitoral como um todo.

– É importante ressaltar, todavia, que esse fenômeno ocorre, em termos gerais, mais nos municípios médios e pequenos, tendo um desempenho menor nos municípios grandes – pondera o docente.

Conforme Martins, os dois partidos possuem posições políticas de caráter mais conservador, ainda que com pequenas diferenças entre eles. E a referência política da população, ao longo do tempo, se torna as lideranças da cidade, que exercem influência decisiva para o fenômeno.

– O caráter mais personalista da relação política com o eleitorado, com lideranças de trajetórias longas e posições com mais visibilidade em nível local e regional, também tende, em municípios menores, a ter elementos que geram graus de lealdade e, inclusive, familiaridade – comenta Martins.

Outro ponto ressaltado pelo cientista é que, apesar do bom desempenho nas eleições municipais e estaduais, MDB e PP não conseguem lançar candidaturas competitivas para a presidência.

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REDUÇÃO

Sobre o encolhimento do PT – que não conquistou a prefeitura de nenhuma capital do país em 2020 -, Martins diz que o fato de o partido não estar mais no governo federal contribui para o desempenho ruim nos últimos dois pleitos municipais. Ele acredita que o desgaste do processo de impeachment de Dilma Rousseff e o contexto da administração petista, que contou com diversos escândalos de corrupção, também podem explicar a redução de prefeituras obtidas pelo PT, embora, na opinião dele, não seja o único motivo.

– A rigor, quase todos os partidos possuem casos de uso indevido dos recursos públicos, situação que gera desgaste diante do eleitorado. Por exemplo, MDB e PP também possuem uma série de denúncias e ambos integraram os governos de Lula e Dilma – finaliza.

*Colaborou Rafael Favero

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