distanciamento controlado

VÍDEO: como foi o primeiro dia com a volta da bandeira laranja em Santa Maria

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)

Entra bandeira vermelha, sai bandeira vermelha. O primeiro dia após o retorno da região de Santa Maria para a classificação de bandeira laranja no modelo de distanciamento controlado do Governo do Estado foi de muita gente nas ruas e adaptação dos comerciantes. Quem andou pelo Centro na manhã desta quarta-feira percebeu que a máscara de proteção já é um item comum ao vestuário da população da cidade. Porém, em alguns casos, ela não é utilizada da maneira correta. Há quem use a máscara fora do nariz, abaixada, na altura do queixo, pendurada em uma orelha somente ou ainda tem aqueles que carregam a peça no bolso, colocando no rosto apenas na hora de entrar nos estabelecimentos.

No meio das centenas de pessoas que passavam pelo Calçadão e pela Avenida Rio Branco, outros cidadãos chamavam a atenção pelo descuido com o qual carregavam a máscara. Um idoso, enquanto esperava o transporte, apoiou-se várias vezes no banco da parada de ônibus que fica em frente à Catedral Metropolitana, sem perceber que, em uma das mãos, tinha a máscara, que, nesse meio tempo, foi literalmente esfregada para lá e para cá na estrutura, perdendo toda e qualquer higienização.

Saiba quais são os cuidados necessários com a máscara

A autônoma Andriele Antunes, 23 anos, diz que, na opinião dela, usar a proteção é incômodo, mas necessário. Ela transita pela área central do município diariamente.

- É ruim usar a máscara, ainda mais para quem tem rinite, como eu. Agora (hoje), foi o primeiro dia depois do novo decreto, por isso, o pessoal ainda está respeitando o distanciamento. Depois, já vai começar a se aglomerar novamente - lamenta a jovem.

Veja como cada serviço pode funcionar de acordo com o novo decreto da prefeitura

Os cidadãos ainda tinham muitas dúvidas quanto ao que podia ou não abrir e em quais horários. Aliás, esse era o assunto predominante entre os bate-papos do Calçadão. Para o corretor de imóveis Norberto Riehs, 55 anos, é difícil entender quais são os critério utilizados pelo Governo do Estado para a classificação de bandeiras.

- Eu acredito que, pelo número de hospitais de Santa Maria tem, a bandeira laranja seja o mais adequado para nós. Quanto ao novo horário do comércio, em turno único, quem quiser comprar, vai ter que se adequar. Não tem porque abrir de manhã e de tarde, como era antes - opina Riehs.

SERVIÇOS REABREM, MAS EMPRESÁRIOS LAMENTAM FALTA DE CLIENTES
Um dos tantos estabelecimentos que puderam voltar a funcionar após o retorno da bandeira laranja foram as academias. Na Celera Gym, o proprietário, Ramão Rodrigo Stocker dos Santos, afirma que irá aproveitar todo o horário permitido para funcionamento, das 6h às 22h, para evitar aglomerações e ter mais tempo disponível para os clientes.

- Ficamos longe de chegar aos 25% da capacidade, que é a lotação máxima permitida. Muitos não voltaram a treinar porque não querem praticar exercícios usando máscara, outros já conseguiram se adaptar - diz Santos, que também acrescenta que a academia aumentou o distanciamento entre os equipamentos.

A tradicional Barberia Trianon, na Rua General Neto, voltou a funcionar, mas um dos sócios-proprietários, José Viatroski, diz que a demanda diminuiu bastante. Antes da pandemia, cerca de 40 atendimentos eram realizados por dia no local. Agora, o público reduziu em, aproximadamente, 50%.

Houve também que descumprisse o decreto municipal. A equipe do Diário encontrou ao menos três lojas do comércio varejista de roupas abertas na quarta-feira pela manhã, duas na Rua do Acampamento e uma na Rua General Neto. De acordo com as novas regras, elas poderiam estar abertas apenas a partir do meio-dia.

MERCADOS style="width: 100%;" data-filename="retriever">Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
Supermercados devem permitir a entrada de apenas uma pessoa por família

Uma das medidas de mais repercussão do documento é a possibilidade de os mercados abrirem das 7h a meia-noite e, também, a regra de que pode entrar apenas uma pessoa por família nesses estabelecimentos. O gerente do Supermercado Stangherlin, que fica na Rua Visconde de Pelotas, Vilson Castro, afirma que o trabalho de controle da entrada de clientes é permanente e exige diálogo.

- Temos dificuldade de saber quem é parente, por exemplo, na hora de deixar entrar uma pessoa só por família. Mas, quando identificamos os grupos, vamos atrás e conversamos. O pessoal, em alguns momentos, tem dificuldade para entender - explica Castro.

Mesmo sem mudar a bandeira, Rosário do Sul e São Gabriel têm comércio aberto

De acordo com o proprietário do estabelecimento, Eduardo Stangherlin, o local ficará aberto até 21h a partir de hoje.

A proprietária do Supermercado Índia, Poormam Ramaswami, fala que pretende continuar fechando as portas até 18h ou 19h, no máximo. Segundo ela, não vale a pena financeiramente funcionar depois desse horário. A empresária conta que teve uma redução de 30% na clientela.

- Eu teria que pagar hora extra e não vale a pena, o resto do comércio fecha e ninguém circula mais pelo Centro. Temos encontrar uma maneira de evitar que os infectados pelo coronavírus entrem nos estabelecimentos. Fechar o comércio é ruim para todos - diz Poormam.

Entre opiniões, portas entreabertas e fachadas totalmente lacradas, o que imperava era a incerteza sobre o futuro. Não se viu, também, placas informativas sobre novos horários de funcionamento na frente das lojas. O certo é que, ainda ontem, os empresários e a população buscavam entender e se adequar ao decreto.

*Colaborou Rafael Favero

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