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VÍDEO: como a pandemia impactou no comércio informal de Santa Maria

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Anselmo Cunha
Queda nas vendas chega a 40% e é maior no 2º e no 3º andares, esquecidos pelo público

Passado quase um ano do primeiro caso confirmado do novo coronavírus em Santa Maria, em 21 de março de 2020, os impactos econômicos da pandemia ainda são sentidos em diversos setores do comércio. Inclusive, onde os produtos costumam ser mais baratos, no Shopping Independência. Por um lado, a quantidade de bancas ocupadas no local, na Praça Saldanha Marinho, permanece estável. Eram 205 pontos ativos em 2018 e 2019 e, agora, são 206, do total de 208 lugares. Entretanto, o sentimento de quem trabalha no local no conhecido "shopping popular" não reflete a mesma estabilidade dos números.

De acordo com o representante dos camelôs do Conselho Gestor do Shopping Independência, Valdir Medeiros de Melo, o Magaiver, 48 anos, o movimento de consumidores no 1º andar do prédio não sofreu tanta redução, mas no 2º e 3º, o panorama preocupa bastante. O público, segundo ele, já não tinha costume de procurar os pisos superiores e, agora, na intenção de circular menos em espaços públicos, devido ao medo da Covid-19, os andares de cima estão praticamente abandonados.

- O pessoal já não tem circulado muito, mas embaixo as vendas ainda têm certo fluxo. Agora, para o pessoal do 2º e 3º piso, está bem difícil. A pandemia afetou muito - explica Magaiver, que é camelô há cerca de 20 anos em Santa Maria.

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Anselmo Cunha/
Magaiver fala da situação preocupante dos camelôs

DIFICULDADES
A visão do experiente vendedor é corroborada por Karine Melo, 34 anos, que trabalha em uma banca do 2º andar. Ela crê que a queda das vendas se deve também à redução do poder de compra da população. Para Karine, não estar no 1º piso é um agravante.

- O ambiente está bem mudado. Quem tem dinheiro, chega e vai lá embaixo. Trazer produtos de São Paulo está bem mais caro, e as fronteiras com o Paraguai ficaram fechadas por meses. Então, por muito tempo, tivemos que nos manter com o que já tínhamos nos estoques - diz a comerciante, que trabalha com itens como roupas, óculos de sol e chaveiros.

Karine revela o desejo de parar de ser camelô no futuro. Ela diz que muitos colegas estão deixando o município rumo a Santa Catarina, de onde ela tem informações de que a oferta de empregos seria maior nesse momento.

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Na prática, as vantagens de ter um aluguel mais barato, no 2º ou 3º andar, têm trazido consequências difíceis de serem suportadas por muito tempo. Desde 2010 atuando como comerciante no Shopping Independência - ano em que as bancas saíram da Avenida Rio Branco e foram para o prédio do Cine Independência -, Simone Bairros, 32 anos, estima que suas vendas tenham caído cerca de 40%. Ela possui uma banca de brinquedos, no piso intermediário, assim como Karine.

- O valor dos produtos em São Paulo, de onde eu trago, está o dobro, mas não tenho como repassar essa elevação para o cliente. Eles já não têm vindo até a banca, se eu vender mais caro, fica mais difícil ainda - reclama Simone.

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Anselmo Cunha
Simone Bairros tem banca de brinquedos no segundo andar e demonstra preocupação com a redução do fluxo de clientes

Conforme informações da prefeitura, o custo do aluguel das bancas dentro do Shopping Independência varia de acordo com a localização delas. Os valores variam de R$ R$ 179,99 a R$ 514,38 mensais.

BANCAS FECHADAS
O gerente administrativo Rafael Rodrigues, representante da empresa CPC, que tem a concessão do local, alega que, quem for até o Shopping Independência pode encontrar algumas bancas fechadas. Porém, para ele, esse cenário tende a ser mais comum no 2º andar, onde, além da dificuldade com o público, a maioria dos vendedores trabalha com artesanato e são idosos que optaram por ficar mais tempo em casa do que no camelô.

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A prefeitura é responsável pelos custos de energia elétrica e água do shopping, que gasta, com isso, R$ 23,8 mil e R$ 1,6 mil por mês, respectivamente, em média. No período da pandemia, como forma de aliviar o bolso dos proprietários de bancas, o Executivo permitiu que eles pudessem pagar o aluguel em duas parcelas. O contrato do poder público com a CPC foi renovado em maio de 2020 por um prazo de 10 anos.

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No segundo andar, número de bancas fechadas, mesmo com aluguel ativo, chama atenção

Por fim, o experiente Magaiver garante que os hábitos de consumo do público do Independência não mudaram nos últimos meses. Os produtos mais procurados são os eletrônicos e acessórios, como carregadores e capinhas para celular, pen drives e cartões de memória e lanternas.

*Colaborou Rafael Favero

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