data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Janaína Wille (Diário)
Pátio da residência do casal Ronita e Rodrigo Costa, no Bairro Carolina, ficou tomado pela água
A chuva que caiu na tarde desta quinta-feira em Santa Maria provocou alagamentos e estragos em diversas regiões da cidade. O volume registrado varia de bairro para o bairro. Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, por exemplo, é o local que teve o maior acumulado e chegou a 92 milímetros. Entretanto, os números chamam atenção também em outros pontos. Os dados são do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), via Baroclima Meteorologia. Além disso, a prefeitura informou ao Diário que, apenas em duas horas, choveu uma média de 70 milímetros no município.
VOLUMES MAIS EXPRESSIVOS POR BAIRRO (MILÍMETROS REGISTRADOS APENAS NESTA QUINTA-FEIRA)
- Bairro Camobi - 71 milímetros
- Bairro João Goulart - 63 milímetros
- Bairro Lorenzi - 42 milímetros
- Bairro Perpétuo Socorro - 92 milímetros
O Bairro Carolina foi um dos que mais registrou estragos. A água do Arroio Cadena subiu invadiu residências. Um cachorro chegou a ser carregado pela corrente da água. Pirata, como é chamado, foi resgatado pela tutora Ronita Dariana Cruz da Costa, 36 anos:
- Ele subiu com a correnteza, aí eu puxei e caí com ele.
style="width: 100%;" data-filename="retriever">Foto: Janaína Wille (Diário)
Na casa onde ela mora com o marido, Rodrigo da Costa, 37 anos, os alagamentos são recorrentes quando a chuva é muito volumosa. Conforme o casal, que trabalha com reciclagem, foram perdidos móveis e roupas. A única saída da casa em dia de alagamento é com a água quase na altura da cintura.
- Todos os dias que chove é isso. Perdemos cama, fogão, roupa, alimento - lamenta.
data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Janaína Wille (Diário)
Ione Batista teve prejuízos com a chuva
No mesmo bairro, Ione Sabrina Batista, 46 anos, e os filhos, João Gabriel, Marcelo e Mariana moram na Rua Raimundo Correa. É a primeira vez que a água chegou a invadir a casa da família:
- Eu fiquei apavorada por causa das crianças. Da outra vez, não subiu tanto assim, foi a primeira vez que subiu assim. Molhou o fogão e geladeira, mas deu tempo de salvar.
OUTROS ESTRAGOS E ALAGAMENTOS
Próximo à entrada do Distrito Industrial, na BR-287, o alagamento dificulta a passagem de veículos. No Rua Oscar Henrique Zappe, no Bairro Itararé, um buraco se abriu devido a enxurrada. A via é conhecida por ter problemas quando chove.
style="width: 100%;" data-filename="retriever">Foto: Arquivo Pessoal
Na Rua Oscar Henrique Zappe, buraco se abriu com a chuva
Na Rua Casemiro de Abreu, em frente ao pátio do Clube Atiradores Esportivo, de onde a água jorra com intensidade, também há registro de alagamento, assim como na Rua Venâncio Aires, na altura do Passo D'Areia.
data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Arquivo Pessoal
Alagamento na Rua Venâncio Aires, na altura do Passo D'Areia
O trevo de acesso à Cohab Santa Marta tem água na pista e trânsito lento. Há registros de casas alagadas na Rua Ary Nunes Tagarra, no Bairro Menino Jesus.
Na Rua Riachuelo, usuários do transporte público precisavam se aglomerar embaixo de uma marquise. É que a estrutura do ponto de ônibus que fica ali, um dos mais movimentados da cidade, foi removida para a instalação de um novo. O novo abrigo não pôde ser instalado justamente devido ao mau tempo.
SITUAÇÃO EXTREMA
Ainda conforme informações do Cemaden, via Baroclima, a chuva é considera "extrema". Um sistema de baixa pressão que atua sobre o Rio Grande do Sul contribui para a situação, segundo o meteorologista Gustavo Verardo.
- O calor e a umidade acabaram contribuindo para esse sistema que casou esse evento extremo - explica o meteorologista
Ainda de acordo com Verardo, chuvas como a desta quinta são difíceis serem previstas:
- É uma chuva de verão, associada ao calor. É difícil de prever porque ela tem como característica ser repentina, forte e em um curto espaço de tempo.
A prefeitura de Santa Maria disponibiliza o número 153 para demandas referentes à chuvarada desta tarde, centralizando os chamados da população no Centro Integrado de Segurança Pública (Ciosp) e redirecionando os pedidos de atendimento para a Defesa Civil, a Coordenadoria de Trânsito e Mobilidade Urbana e a Guarda Municipal.
*Colaboraram Janaína Wille, Leonardo Catto, Rafael Favero e Maurício Barbosa