VÍDEO: 9 bandas passaram e encantaram no desfile em Santa Maria

De uniforme, a pé, de bicicleta ou motorizados, diferentes manifestações de homenagem à Pátria tomaram a Avenida Medianeira desde as primeiras horas da manhã de 7 de Setembro. Neste ano, conforme estimativa da Brigada Militar (BM), o evento alusivo à Independência do Brasil, em Santa Maria, somou cerca de 20 mil pessoas entre o público que participou do Desfile Cívico ou saiu de casa para assistir. Já a prefeitura estimou cerca de 25 mil pessoas. E, em meio a militares, escolas, empresas e demais entidades, a energia emanada dos sopros e repiques das bandas ganhou destaque.
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A propósito, a abertura do desfile ficou por conta da popular Banda Marcial do Colégio Estadual Manoel Ribas, a "Banda do Maneco", que, há 61 anos, reúne alunos, ex-alunos e pessoas da comunidade, sendo motivo de orgulho:

– Somos um patrimônio cultural da cidade. E, apesar de não existirmos para o Estado, nunca interrompemos as atividades e continuamos com a ajuda de doações e dos nossos próprios esforços – ressalta o diretor do Maneco, Álvaro Barreto de Lisboa.

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Sendo a maioria, as bandas marciais – cuja característica é, geralmente, fazer apresentações, shows ou festivais ao ar livre –, além de adaptar movimentos corporais e algum tipo de marcha a sua apresentação musical, por onde passavam, arrancavam calorosos aplausos. O som tocado por militares estava representado em várias delas, como a da 6ª Brigada de Infantaria Blindada, a da 3ª Divisão do Exército, a da Ala 4 (Base Aérea) e a da Brigada Militar.

– Nosso objetivo é transmitir moral à tropa e cultura ao público – enfatizou o tenente Jorge Berghahn, regente da banda da 6ª Brigada de Infantaria Blindada, e que comemorava o fato de seus filhos estarem desfilando e, um deles, ser integrante de outra banda.

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No caso dos militares, além de aptidão, é preciso prestar um concurso para integrar o grupo musical.Já o tenente José Pinho de Oliveira, regente da banda da 3ª Divisão de Exército, definiu:

– É uma terapia e um prazer trabalhar há décadas com música. Temos até um projeto junto das escolas municipais e estaduais. Se eu pudesse começar de novo na carreira militar, seria com a música.

Quem assistia, emocionava-se:

– Fazia dois anos que eu não vinha e estava com saudade de ver a passagem linda dessas bandas – relatou a dona de casa Neuza Azambuja, 55 anos, sem deixar de lamentar a crise política e financeira do país.

DESDE A JUVENTUDE

Alguns começam a "ensaiar" desde a adolescência, como é o caso da fanfarra do Colégio Tiradentes e da Banda do Colégio Militar. Vale dizer que a fanfarra se difere da banda marcial por não conter instrumentos de sopro e por priorizar a percussão.

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– Ensinamos ler partituras e tocar músicas. E é um trabalho bem diferenciado com alunos de escola, pois é preciso gostar de ensinar, cativar os voluntários e ter jogo de cintura. Adolescente é como passarinho: ¿se apertamos morre, se soltamos, voa¿ – explica o regente da banda do Colégio Militar, sargento Joel Noronha da Silva.

O trabalho de educação musical, também pode promover, segundo o sargento Jéferson Batista Francisco dos Santos, coordenador do Colégio Tiradentes, um trabalho social importante aliando segurança e cultura:

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– Chegamos, com a banda, em lugares em que o Estado não chega. Vamos a comunidades somente com os instrumentos, o que, em outros casos, só é possível a polícia entrar durante uma operação.

Além das bandas tradicionais, releituras artísticas e grupos musicais como a Pegada da Molecada, da Escola Municipal de Ensino Fundamental Pinheiro Machado, contagiaram o público. O projeto, que prioriza ritmos populares e percussão, existe por meio do programa Mais Educação, trabalha no turno escolar inverso e, em apenas quatro meses, reforçou a autoestima e melhorou o desempenho dos alunos.

SATISFAÇÃO

Não foram poucos os espectadores que, entre um elogio e outro, criticaram o vexatório cenário de salários parcelados dos servidores do Estado e da corrupção do país. Por volta das 10h, cerca de cinco pessoas levantaram cartazes solicitando intervenção militar, mas, logo, retiraram-se da avenida e não chegaram a causar transtornos. Em geral, o público permaneceu até o fim do desfile e saiu otimista.

Até um grupo de estudantes da Universidade Ostfalia, da cidade Wolfenbuettel, na Alemanha, que chegou em Santa Maria na quarta e fica até hoje, acompanhou as homenagens.

– Foi uma coincidência estar aqui no dia 7 de setembro. Apesar de longo, gostei de assistir ao desfile, pois dá para saber o que a cidade tem. Ouvimos mais notícias de escândalos políticos, mas, ao chegar aqui, achamos tudo "normal": as pessoas, os costumes, as comidas, não achamos nada de exótico.

CONHEÇA AS BANDAS

Banda Marcial do Colégio Manoel Ribas
Regente – Geison Nielsen
Integrantes – 120
Em atividade – Desde 1956
Faixa etária – Todas as idades (alunos, ex-alunos e comunidade)
Repertório – Ritmos ecléticos