Umidade e mofo são problemas recorrentes aos santa-marienses

Rebeca Kroll

Umidade e mofo são problemas recorrentes aos santa-marienses
Foto: Divulgação (Cia das Diaristas)

Tetos, paredes e móveis com manchas escuras são comuns no período de inverno na região sul. A grande umidade e o clima abafado faz com que surja o mofo, uma verdadeira dor de cabeça para muitas pessoas que não sabem o que fazer para se livrar desse incômodo. Em Santa Maria, o assunto tem sido recorrente nas rodas de conversas e, principalmente, na busca de informações para saber como agir e como evitar o tão temido mofo dentro das casas.

Segundo o meteorologista, Gustavo Verardo, o início do mês de julho e agosto deste ano foi marcado por uma sequência de dias cinzas e úmidos. Esta condição facilitou a proliferação do bolor na residência de vários gaúchos. 

Leia também:

Região Central registra temperaturas negativas nesta sexta-feira; em Santiago houve registro de geadaFrio intenso dá trégua, e semana pode ter tardes com máxima de até 27°C em Santa MariaApenadas produzem sacolas sustentáveis em projeto social de Santa Maria

Formação

O mofo é constituído por um fungo com grande capacidade de reprodução. O microorganismo se espalha através de esporos que formam uma colônia quando encontram locais umedecidos e escuros. 

A professora do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Maria Angelica Linton, explica que essas estruturas são carregadas pelo ar e pelo vento, por isso o mofo pode atingir os lugares mais inusitados.

– Se você passar o dedo em cima de uma superfície com mofo vai perceber que a sua pele vai ficar meio cinzenta parecendo que tocou em poeira. Essa “poeira” contém milhares de esporos e cada um deles tem potencial de dar origem a um novo fungo –  relata Linton.

A proliferação desse microrganismo deve ser evitada e para isso uma boa higienização da casa é essencial. Não existe solução mágica para o problema, mas algumas medidas podem e devem ser tomadas para combatê-lo.   

Como limpar e prevenir

Cássio Nunes Siqueira é fundador e diretor da empresa de limpeza Cia das Diaristas e afirma que a situação nas residências está preocupante:

– Esse inverno foi um caos, nunca tivemos tanta solicitação de remoção de mofo. Recebíamos pedidos de orçamento ou de limpeza no mínimo três vezes por semana – relata. 

O ideal é tentar eliminá-los logo no começo para que uma colônia não seja desenvolvida. Apesar da limpeza exigir esforço existem algumas dicas que podem ajudar:

Água Sanitária 

O produto utilizado pela companhia é o detergente clorado que pode ser substituído pela água sanitária. Segundo o diretor, esse produto é o mais eficiente para a limpeza de mofo.A sugestão é colocá-lo em um borrifador, deixar agir por até 15 segundos e depois utilizar uma esponja, escova ou pano para fazer a remoção. Por fim, finalizar a limpeza  lavando o local com detergente neutro.Entretanto, por ser uma substância muito forte é necessário tomar alguns cuidados ao manuseá-la. A utilização de óculos de proteção, máscara e luvas são essenciais durante o processo de higienização.

Desinfetantes

De acordo com a bióloga, bons desinfetantes podem ser utilizados na remoção do mofo. Eles evitam que o bolor se espalhe, são mais fracos que a água sanitária e muitos possuem propriedades anti-fúngicas.  

Bicarbonato de Sódio 

Uma solução mais caseira é o bicarbonato de sódio. Em um borrifador adicione  ¼ de bicarbonato para cada xícara de água e espalhe sobre a superfície. Depois é só esfregar as manchas pretas e lavar com água. 

Vinagre

Embora o vinagre branco possa deixar um cheiro desagradável no ambiente, ele é um bom aliado na limpeza do fungo. A dica é borrifar uma boa quantidade sobre o bolor e deixar agir por uma hora. Em seguida lavar a área com água e deixar secar. 

Além da limpeza é preciso tomar alguns cuidados para que o fungo não volte a se desenvolver. A professora recomenda deixar os ambientes abertos, locais arejados e com incidência solar são menos propensos ao mofo. 

Também deve-se considerar a remoção de objetos que podem acumular o fungo durante períodos de grande umidade, como tapetes e carpetes.  

Cássio orienta que para evitar a contaminação em roupas e móveis é preciso deixar  as portas dos armários abertas pelo menos duas vezes na semana. Calçados também podem acumular mofo, por isso é preciso deixá-los arejando antes de guardar. Outra sugestão é não encostar os móveis na parede para que haja uma ventilação maior.

Itens desumidificadores também são boas opções para esse período. Além dos produtos comercializados, o diretor indica o uso de pó de giz. 

 – Uma dica é colocar pó de giz em recipientes e guardar dentro dos móveis e espalhar pela casa, pois ele absorve a umidade. É uma alternativa eficaz e econômica. 

Um risco para saúde

Além de visualmente desagradável, o mofo também pode desencadear problemas de saúde. De acordo com a pneumologista Alessandra Fleig, mais de 100 doenças podem ser pioradas ou, até mesmo, causadas pelo fungo.

– O mofo provoca principalmente a piora de situações alérgicas. Do ponto de vista respiratório, rinites e asmas são quadros que podem ser fortemente agravados. Além disso, ele pode causar doenças que não são tão conhecidas, como infecções bacterianos secundárias ou a pneumonia de hipersensibilidade que pode levar a fibrose pulmonar.  – alerta a médica. 

Alguns sintomas como tosse, falta de ar, chiado no peito e obstrução nasal podem ser sinais de uma reação ao fungo. É preciso ficar atento e procurar ajuda profissional quando necessário. 

– Diariamente atendo pacientes com problemas agravados ou causados pelo mofo. Esse é o meu dia a dia do inverno e os pacientes não vão melhorar os sintomas enquanto o ambiente não estiver livre dessa condição. Se você tem dúvidas ou está com sintomas procure atendimento médico – afirma Alessandra. 

Leia todas as notícias

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

“A discussão precisa começar pelos júros, por um projeto de lei no Senado anistiando os juros (dos estados)”, afirma Airto Ferronato, candidato ao Senado, em entrevista a CDN Anterior

“A discussão precisa começar pelos júros, por um projeto de lei no Senado anistiando os juros (dos estados)”, afirma Airto Ferronato, candidato ao Senado, em entrevista a CDN

Caso Kiss: Ministério Público apresenta recurso contra decisão que anulou o júri Próximo

Caso Kiss: Ministério Público apresenta recurso contra decisão que anulou o júri

Geral