Um Natal de casa cheia!

Adoro o Natal, festas de final de ano e tudo mais. Gosto mesmo, me esforço para conter os exageros e fazer uma festa linda, mais ou menos dentro do orçamento! Meu gosto pela data está alicerçada na infância, onde esses momentos eram esperados e preparados com entusiasmo.

Meu Pai era o que mais gostava dessa época, em outubro já começava o planejamento, cardápio, visitas, junções, quem vinha passar na casa de quem! Como meu pai gostava de cozinhar, ele acabava recebendo a família toda. A junção sempre foi na casa dele, não tínhamos outra opção. A preparação incluía uma decoração natalina de raiz, muitas luzinhas, enfeites, Papai-Noel, Mamãe-Noel, ele chegou ao ponto de mandar fazer um trenó de ferro para colocar no telhado da casa! Ficou lindo bem iluminado!

É interessante como abrir a casa para receber os familiares é uma satisfação, um prazer que tenho. Gosto mesmo, dá um trabalho enorme, sempre acho muita coisa para ajustar, para receber, mas faço isso com satisfação. Na verdade, aproveito para refazer detalhes que vou deixando para depois, mas que neste momento não podem ser adiados.

Mas o mais interessante é receber a própria mãe! Confesso que aí a “neura” pega um pouco. Minha mãe é detalhista, observa tudo, do tipo, abre meus armários para ver se tem comida suficiente. É meus amigos, minha mãe nos criou com o armário da cozinha com muita comida, comida pesada, o “rancho” da minha infância continha 20kg de arroz, 8kg de feijão, 25kg de farinha, 8 “latas” de azeite…, o armário ia esvaziando com a chegada do final de mês, quando já era reabastecido. Então, minha mãe tem esse padrão, ou seja, ver apenas 5kg de arroz no meu armário dá um colapso nela e ela tem que ir imediatamente no supermercado. Por isso, me preparo pra recebê-la, encho o armário, na verdade, abasteço para vários meses, mas ela vê e tem a sensação de que está tudo na normalidade.

Fora, a limpeza, a Dona Rosalina faz altas faxinas, esperando a conferência detalhada da Dona Teresa. Minha mãe sempre trabalhou com limpeza, começou a trabalhar em casa de família com 8 anos de idade cuidando criança, logo passou para a limpeza, foi doméstica, camareira, servente de escola e se aposentou como merendeira. Então, ela entende do riscado, lembro dela limpando o forro da casa nos finais de ano. Ou seja, preciso me esmerar, para que tudo esteja brilhando para recebê-la.

Para ser sincera, acho que esses cuidados também significam a tentativa de deixá-la tranquila, já que ela mora em Santa Rosa. Ou também, seja a demonstração que estamos seguindo uma vida como aprendemos, como fomos criados, por isso, os rituais vão se repetindo, ceia com os mesmos pratos, a mesma sobremesa… Mas acho que é mais profundo, acho que na verdade é a oportunidade de demostrar que aprendemos valores e princípios norteadores para uma vida toda.

Então esse ano, minha casa estará repleta, família reunida para um Natal de muito amor e paz!

Feliz Natal para você e para sua família!