SANEAMENTO EM CAMOBI

Um ano depois, 12% das obras de esgoto estão prontas

Gabriela Perufo

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A obra que deve levar a tão sonhada rede de esgoto para a casa de 27 mil moradores dos bairros Camobi, Pé de Plátano, Cohab Fernando Ferrari e Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), está precisando de um milagre para não atrasar. Depois de 30 anos de espera pelo começo, agora, os moradores terão de rezar para que a empreiteira Sul Cava finalize os 88% da obra que ainda falta.

Segundo a Corsan, a previsão inicial de conclusão é outubro de 2015. Com a metade do tempo já gasto, a empreiteira deveria estar com 50% da rede concluída. Mas essa não é a realidade. A obra não chegou a ser interrompida, mas está cada vez mais devagar. E quanto menor o ritmo, mais transtornos para os moradores.
- Quando a obra começou, o cronograma previa que hoje cerca de 40% a 50% estivesse concluída. Houve problemas técnicos ao longo da execução, como em um trecho onde o solo desmoronou. Desde o início, a Corsan já notificou a empresa três vezes sobre o ritmo lento - explica o superintendente-adjunto da Corsan, José Roberto Epstein.

Novo cronograma

Na tarde deste segunda-feira, representantes da Corsan e da Sul Cava se reuniram em Porto Alegre para tratar dos problemas. De acordo com Epstein, a reunião deve ser retomada na terça-feira, e a Corsan vai pedir que a empreiteira apresente um novo cronograma de obra. O superintendente explica que a Corsan não pretende abrir mão do prazo inicial, mas deve aguardar uma posição da empresa:
- Tem 13 meses de obras pela frente. É prematuro dizer que a conclusão pode demorar mais do que o previsto. Se a empresa intensificar os trabalhos, aumentar para seis equipes e cada equipe executar uma média de 60 metros de rede por dia, é possível concluir a tempo.
Epstein explica que, quando a obra começou, a Sul Cava trabalhava com quatro equipes ao mesmo tempo: duas de execução da rede e duas de pavimentação. Na tarde de segunda-feira, apenas uma equipe trabalhava na Rua Roberto Martins Cruz, no loteamento Novo Horizonte. Os funcionários recolocavam o calçamento de onde a rede de esgoto já foi executada.
Além de lenta, a obra ainda custará mais caro. O valor não deve ultrapassar até 25% do valor inicial (R$ 16 milhões), que é o limite permitido por lei. Se chegar a esse percentual, a rede de esgoto de Camobi pode chegar a R$ 4 milhões a mais de dinheiro público.
A reportagem do Diário tentou contato por telefone com o diretor da Sul Cava, mas ele não atendeu o celular.

Moradores querem mais aglidade

A lógica é certeira: quanto mais tempo demorar para a obra ficar pronta, mais tempo de convivência com os transtornos inerentes à ela.
- As janelas, tenho que limpar a cada dois dias, de tanta poeira. Sem falar que tinha vezes que as máquinas entraram no meu pátio. Olha lá, fazem uns 20 dias que eles terminaram aqui na rua e as pedras seguem empilhadas - critica a corretora Márcia Andrade, moradora da Rua Alfredo Tonetto, no Loteamento Novo Horizonte.
O estudante Gabriel de Moraes, 18 anos, sofreu com outro tipo de problema:
- Uns dias atrás, a rua ficou bloqueada. Eles fecharam a rua por uma semana, mas quem morava aqui podia passar. Então, não tivemos problemas.
Outro transtorno inevitável é que a população fica sem água em algum momento do dia.

2ª etapa nem prazo tem

Se a obra da canalização do esgoto está com o prazo ameaçado, significa que a segunda etapa (a que a Corsan irá ligar a rede às casas) ainda nem tem prazo para começar. Segundo o engenheiro da Corsan, depois da colocação da rede nas sete bacias (veja mapa ao lado), é preciso que as estações elevatórias sejam construídas, uma em cada bacia. Uma Estação de Tratamento de Esgotos (ETE), que ficará dentro da UFSM, também terá de ser erguida do zero. A licitação deve sair até julho de 2015.

 

 



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